Na véspera, a moeda norte-americana subiu 1,20%, cotada a R$ 5,5188, maior nível desde janeiro de 2022. O principal índice de ações da bolsa fechou em alta de 0,25%, aos 122.641 pontos. Cédulas de dólar bearfotos/Freepik O dólar reverteu o sinal observado pela manhã e voltou a operar em alta nesta quinta-feira (27), com investidores de olho nos novos dados da economia norte-americana e continua repercutindo discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva . Nos Estados Unidos, o número de pedidos semanais de seguro-desemprego ficou abaixo das expectativas do mercado, demonstrando a força contínua da economia, o que poderá atrasar ainda mais o início do ciclo de redução das taxas de juros no país. No cenário doméstico, o mercado ainda reflete uma entrevista do presidente Lula na véspera, em que ele disse que não indica o presidente do Banco Central (BC) para o mercado, mas sim para “cuidar dos interesses do Brasil “. Hoje, Lula afirmou que “quem apostar no fortalecimento do dólar frente ao real vai perder a cara”. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, está em alta, impulsionado pela Petrobras e pelas empresas de celulose e papel. Veja abaixo um resumo dos mercados. Dólar Às 14h20, o dólar subia 0,11%, cotado a R$ 5,5251. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5384. Veja mais citações. Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,20%, cotada a R$ 5,5188. Com o resultado, acumulou: alta de 1,43% na semana; ganho de 5,14% no mês; aumento de 13,73% no ano. Ibovespa Ao mesmo tempo, o Ibovespa subiu 0,65%, aos 123.439 pontos. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,25%, aos 122.641 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 1,07% na semana; ganhos de 0,44% no mês; perdas de 8,60% no ano. DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual é o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o preço do dólar subir ou descer O que movimenta os mercados? Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou mais uma vez o tratamento dos juros pelo Banco Central (BC) em entrevista ao portal “Uol”. Este é um tema delicado para o mercado, que aguarda para saber quem sucederá Roberto Campos Neto na presidência da instituição no próximo ano. Sobre Gabriel Galípolo, diretor do BC indicado por seu governo e um dos mais cobiçados para o cargo, Lula disse que “ele é um sujeito muito preparado, conhece o sistema financeiro. Mas ainda não estou pensando no assunto do Banco Central.” “Não indico o presidente do Banco Central para o mercado. Ele terá que zelar pelos interesses do Brasil. O mercado tem que se adaptar a isso”, argumentou Lula. Lula também comentou as contas públicas e disse que o governo está fazendo uma análise de cortes de gastos que podem ajudar a equilibrar as contas. “Os gastos estão sendo bem feitos? O dinheiro está sendo usado para algo que vai melhorar o futuro deste país? Acho que sim. Estamos agora analisando onde há gastos excessivos, onde há gastos que não deveriam ter, onde tem gente que não deveria receber e está recebendo isso com muita calma, sem levar em conta o nervosismo do mercado, levando em conta a necessidade de manter a política de investimentos”, disse o presidente. Segundo Lula, o problema não é cortar, mas ter uma ideia clara do que fazer. “O problema é saber se precisamos efetivamente cortar ou se precisamos aumentar a receita”, acrescentou Lula. Ainda sobre o corte de gastos, Lula disse que garante que não tomará medidas que afetem o salário mínimo e benefícios sociais —por exemplo, isentando esses valores de serem corrigidos pela inflação no período. “Garanto que o salário mínimo não será alterado enquanto eu for presidente da República”, afirmou. Na terça-feira, um dos fatores de piora do câmbio foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Após sete reduções consecutivas da taxa Selic, o conselho decidiu pausar o ciclo de cortes e manter os juros em 10,50% ao ano. A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão de taxa de juros maior para 2024 em relação ao observado no início do ano, além de indicar que os riscos que o BC leva em conta ao alterar a Selic são mais preocupante. O comitê informou, no documento, que o controle das estimativas de inflação, que estão em alta, exige “ação firme” da autoridade monetária, e acrescentou que permanecerá “vigilante”. Além disso, avaliou que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros, com possíveis aumentos na Selic, “serão ditados pelo firme compromisso de convergir a inflação para a meta”. Lula voltou a criticar a decisão, reforçando as dúvidas do mercado sobre o futuro dos juros no país. “Será que o Banco Central precisa manter a taxa de 10,50% quando a inflação está em 4%? A culpa não é nem do BC, é culpa da estrutura que foi criada. esse.” “Continuo criticando a alíquota. Acho que não deveria ser o presidente quem critica, mas é necessário para os empresários do setor produtivo, CNI [Confederação Nacional da Indústria]Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], em vez de reclamar do governo, deveriam marchar contra os juros”, acrescentou. Outro ponto que deu força ao dólar nos últimos dias e continua repercutindo foi a declaração da diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, que reiterou sua opinião de que a manutenção uma taxa de juros estável nos EUA “por algum tempo” provavelmente será suficiente para controlar a inflação. Taxas de juros mais altas nos Estados Unidos tornam os mercados emergentes menos atrativos, o que inclui o Brasil. “A inflação nos EUA continua elevada e ainda vejo vários riscos de aumento da inflação que afectam as minhas perspectivas”, disse Bowman em comentários preparados para uma apresentação em Londres, e que podem exercer pressão ascendente sobre os preços da energia e dos alimentos. condições financeiras mais flexíveis ou estímulos fiscais também podem estimular a inflação. “Se os dados disponíveis indicarem que a inflação está a evoluir de forma sustentável em direção ao nosso objetivo de 2%, será apropriado, em algum momento, reduzir gradualmente a taxa de juro para evitar que a política monetária se torne excessivamente restritiva”. ele disse. ela. No entanto, Bowman destacou que a economia “ainda não está” nesse ponto, acrescentando que “permanecerá cautelosa” na sua abordagem à política monetária e previu que os bancos centrais de outros países poderão aliviar-se mais cedo ou mais rapidamente do que o Fed. Os investidores estarão atentos à divulgação na sexta-feira dos números do PCE de maio, o indicador de inflação preferido da Reserva Federal, para reiterar a posição de Bowman. Os analistas projetam estabilidade, ante alta de 0,3% em abril.
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