Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,47%, cotada a R$ 5,4626. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, caiu 0,90%, aos 133.748 pontos. Cédulas de dólar bearfotos/Freepik O dólar abriu mais um dia de queda nesta quinta-feira (19), enquanto os investidores continuavam refletindo sobre as decisões da principal “Super Quarta” do ano —nome dado à data em que acontecem as reuniões que definem os juros taxas no Brasil e nos Estados Unidos. Enquanto nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) iniciou o ciclo de cortes de juros no país com corte de 0,50 ponto percentual (pp), elevando a faixa para 4,75% a 5% ao ano, aqui as atenções se concentraram na decisão e no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). Aqui, o Banco Central do Brasil (BC) decidiu aumentar a taxa básica em 0,25 pp, para 10,75% ao ano, no primeiro aumento da taxa Selic do atual mandato de Lula. A decisão ocorreu em meio à piora nas projeções sobre a inflação brasileira e às preocupações com o quadro fiscal. Copom sobe Selic, EUA baixam juros: saiba o que os analistas esperam daqui para frente Na pauta, o mercado ainda reflete as decisões do Banco da Inglaterra (BoE), do Banco do Japão (BoJ) e do banco central da China. Os dados da atividade económica nacional e internacional também estão no radar. Veja abaixo um resumo dos mercados. MOTIVOS: Ibovespa teve melhor mês desde novembro, mas dólar não acompanha o entusiasmo DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? Dólar Às 9h01, o dólar caía 1,04%, cotado a R$ 5,4058. Veja mais citações. Na véspera, a moeda fechou em queda de 0,47%, cotada a R$ 5,4626. Com o resultado, acumulou: queda de 1,88% na semana; perda de 3,02% no mês; aumento de 12,57% no ano. A negociação do Ibovespa no Ibovespa, por sua vez, só começa às 10h. Na véspera, o índice fechou em queda de 0,90%, aos 133.748 pontos. Com o resultado, acumulou: queda de 0,84% na semana; queda de 1,66% no mês; e queda de 0,33% no ano. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou descer O que movimenta os mercados? Como esperado, o principal destaque desta quarta-feira (18) são as decisões de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos, que devem ocorrer ao longo do dia. Às 15h, o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) anunciou a decisão de cortar as taxas de juros do país em 0,50 ponto percentual (pp), para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Esta foi a primeira redução da taxa desde março de 2020. A medida já era esperada pelo mercado, após sinais recentes de corte por parte do presidente do Fed, Jerome Powell. A novidade é o tamanho do corte, que ainda não chegou a um consenso entre os especialistas. A decisão não foi unânime. Dos 12 membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), 11 votaram a favor do corte de 0,50 p.p., incluindo Powell. O único voto dissidente foi pela redução de 0,25 ponto. Em nota, o Fomc afirmou que a medida surgiu “à luz da evolução da inflação e do equilíbrio de riscos”. Disse ainda que “continuará a monitorizar as implicações da informação recebida para as perspetivas económicas”, sem dar sinais claros sobre os próximos passos. Saiba mais aqui. “A decisão de um corte mais agressivo por parte do Fed parece derivar das projeções da taxa de desemprego, que eram elevadas, apesar da manutenção da projeção de crescimento do PIB. (…) O Fed não mudou a sua visão sobre a taxa terminal, mas pretende adotar um corte mais rápido na taxa de juros”, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. Pela manhã, mais de 60% das apostas indicavam corte de 0,50 p.p. nas taxas básicas dos EUA por parte da instituição, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group. A previsão de redução nas taxas de juros na maior economia do mundo ocorre mesmo depois de o país divulgar dados fortes de atividade. Na véspera, por exemplo, as vendas no varejo dos EUA reportaram um aumento inesperado em agosto, enquanto a produção industrial do país subiu 0,9% no período. Por aqui, os recentes sinais de crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB), um mercado de trabalho aquecido e em meio a dúvidas sobre o quadro fiscal brasileiro intensificaram cada vez mais a expectativa de que o Copom volte a subir à Selic. Atualmente, a alíquota básica é de 10,50% ao ano, patamar já considerado alto, mas resultado de uma sequência de cortes. Juros mais elevados encarecem os processos de tomada de crédito para a população e para as empresas, o que tende a reduzir o consumo, o investimento na expansão e a desacelerar o mercado de trabalho. Esse cenário também aparece no boletim Focus, relatório do BC que reúne projeções de economistas para os principais indicadores econômicos do Brasil. A última edição do documento, divulgada na última segunda-feira, continuou apontando alta da Selic, além de indicar aumento na estimativa de inflação para este ano e no próximo e crescimento de 3% do PIB em 2024.
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