Paris 2024 começou recentemente, mas já está nos fazendo vivenciar sentimentos bons e ruins. provocando debates atuais e necessários. Você se dedica incansavelmente à sua atividade todos os dias. É considerado referência na área em que atua, conquistando a admiração das pessoas. Você está perto de vivenciar outro momento de glória, mas um vídeo vaza e todos veem você cometendo atos inaceitáveis. A dor do chicote dado ao cavalo um dia agora afeta sua reputação, e suas chances de realizar um novo feito terminam aí. É possível uma decepção maior? Sim. Você não se desvia do comportamento correto em direção a um objetivo, você se esforça e se compromete. Mas, às vésperas de brilhar, ele é traído pelo seu corpo. A dor não é metafórica, é física. A ponto de fazê-lo chorar e desistir, justamente no momento do seu auge. O grito do Cachorro: Nadador brasileiro fica em quinto lugar nas Olimpíadas e cai no choro Aposta de medalha: Remo brasileiro em Paris, Lucas Verthein era sedentário Mesmo não sendo especialista em nenhum esporte, é fácil ver os Jogos Olímpicos como uma analogia com o nosso vidas . Vitória, derrota, frustração, fracasso, superação, contradição. Quem entre nós está isento de vivenciar tudo isso? Você sabe em qual modalidade olímpica eu competiria? Nenhum. Minha aptidão para atividades físicas sempre foi próxima de zero, o que não me impede de ficar fascinado pelas Olimpíadas, além da competição e da briga por medalhas. Claro que queremos ver os nossos atletas no pódio. Mas histórica e socialmente, este evento, comparado a qualquer outro, é provavelmente o que mais produz bons enredos e provoca debates sobre temas importantes que interessam a todos. Não podemos afirmar com certeza, mas pode ser que os animais que participam em eventos equestres tenham sido maltratados até um passado recente e isso tenha sido tolerado. Felizmente evoluímos e hoje tal comportamento é inaceitável. Prestes a competir em Paris, Charlotte Dujardin, detentora de três medalhas de ouro, deixou a seleção da Grã-Bretanha após imagens mostrarem a competidora acertando um cavalo anos atrás. No mundo atual, mais do que qualidade técnica, espera-se retidão de quem almeja ser ídolo olímpico. Até sonhei com o nosso Darlan Romani, do arremesso de peso. Li, pouco antes de dormir, a notícia de que ele foi afastado dos Jogos de Paris por causa de uma lesão e senti muito. É triste ver o cara que terminou em quarto lugar em Tóquio improvisando treinos em um terreno baldio passar por isso em 2024. Mas, apesar da inevitável decepção, ele mesmo ressaltou que agora é hora de operar, se recuperar e se dedicar a novos sonhos. Cada ser enfrenta seu próprio percurso de obstáculos, com suas dores individuais. Ao mesmo tempo, vivendo em sociedade, lidamos com o coletivo. Às vezes, o outro membro da equipe vai trocar conosco, jogar a bola em nossas mãos, passar o bastão na hora certa, sem deixá-lo cair na pista. Muitas vezes, não. A interação com o mundo não flui. Vejam todas as pessoas com doenças mentais se sentindo deslocadas, pressionadas… E aí vemos o que acontece até com Simone Biles, a ginasta americana que não precisa mais provar nada para ninguém. Até então, era costume vermos os atletas de alto nível como fortalezas que devem e podem resistir a tudo. Parece que esta visão também vem mudando. A questão de uma mente sã e de um corpo são não é apenas uma questão de discurso. A seleção brasileira, por exemplo, pela primeira vez, será acompanhada por um psiquiatra. Falando em saúde, o que podemos dizer do nosso porta-bandeira ao lado do grande Isaquias Queiroz? Raquel Kochhann, capitã da seleção brasileira de rugby, enfrentou câncer de mama nos últimos anos, fez mastectomia, mas voltou a treinar e participa de sua terceira Olimpíada, na França. Mesmo que você nunca tenha visto um jogo de rugby, considere isso uma vitória, certo? Num país onde o incentivo ao desporto é ínfimo, a presença dos nossos atletas é uma conquista enorme. As Olimpíadas começaram oficialmente na sexta-feira, e de quanto já teríamos o que conversar… Competindo uma jogadora de vôlei holandesa condenada por estupro, uma delegação brasileira com mais mulheres que homens pela primeira vez, a seleção canadense de futebol removendo integrantes que espionavam no treinamento da Nova Zelândia! Eu ri de espanto quando ouvi essa notícia. Em tempos de crise de valores tão grave como a que vivemos, este episódio surpreende. Nos próximos dias teremos a oportunidade de acompanhar pessoas muito especiais naquilo que fazem, dando o seu melhor, nos fazendo torcer e emocionar, carregando consigo suas histórias, com erros e acertos. Que possamos aproveitar as Olimpíadas de Paris para ver além do que mostram as arenas de competição. Au revoir. E boa chance, Brasil! Gabriela Germano é editora assistente e atua na área de cultura e entretenimento desde 2002. É pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Uerj e formada pela Unesp. Sugestões de temas e opiniões são bem-vindas. Instagram: @gabigermano E-mail: gabriela.germano@extra.inf.br
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