EXTRA traz informações sobre atividades reconhecidas pela Classificação Brasileira de Profissões em junho Ufólogo, brinquedeiro, ergonomista, peruqueiro são algumas das novidades da Classificação Brasileira de Profissões (CBO), atualizada em junho pelo Ministério do Trabalho. E dado o seu reconhecimento oficial, têm despertado a curiosidade dos brasileiros. Para tirar dúvidas dos leitores, o EXTRA procurou pessoas que se dedicam a algumas das atividades que receberam o novo status, para falar sobre suas experiências e o mercado de trabalho. A expectativa comum entre os trabalhadores é que as inclusões tragam mais conquistas às categorias. — Espero que as empresas reconheçam a necessidade desse profissional. O ergonomista na empresa tem a possibilidade de melhoria contínua das condições de trabalho o que, ao contrário do que se pensa, tem um impacto muito positivo em termos de ganhos para as organizações — avalia Júlio César Neves, ergonomista e professor do Departamento de Engenharia de Produção. O Ministério do Trabalho alerta que é importante não se confundir: ocupação é diferente de profissão. A segunda precisa ser regulamentada por lei, com apreciação do Congresso Nacional e sanção do Presidente da República. A ocupação pode ser reconhecida na análise de um grupo de trabalho do Ministério do Trabalho, atendendo solicitações de entidades e associações de trabalhadores. As novidades que aparecem aqui são as ocupações. A ergonomia é uma especialização para quem tem formação superior em qualquer área, explica Júlio Nunes Ficha pessoal Ergonomista A formação como ergonomista é feita através de um curso de especialização, aberto a licenciados em qualquer área. O ergonomista atua em organizações estudando situações de trabalho para adaptar o trabalho às pessoas. Ou seja, pode definir a altura ideal de uma mesa no escritório, mas também fornecer soluções cognitivas e organizacionais. Ainda em 2003, Júlio César Neves inscreveu-se como ergonomista numa multinacional, onde permaneceu durante dez anos. Mas esta não é uma realidade comum. Em geral, os ergonomistas são contratados especificamente para resolver um problema identificado por um auditor do trabalho — cenário que Júlio espera que o novo reconhecimento possa mudar. A fabricante de brinquedos Samantha Vanatko, 31 anos, entrou na hotelaria há 13 anos, formada em Teatro, para fazer recreação. Há seis anos, porém, a necessidade de atender crianças atípicas em um espaço lúdico do Hotel Vilarejo Praia, em Rio das Ostras, fez dela uma entusiasta dos brinquedos. — Entendi o que poderia proporcionar na brinquedoteca e procurei cursos nas áreas de Psicologia, Educação e Saúde para entender o estímulo certo para cada idade. O brinquedoteca tem a capacidade de estimular a coordenação motora fina da criança, promover a socialização, a inclusão, a autonomia, a criatividade, por meio de brincadeiras e brinquedos — afirma. O que naquela época era uma jornada individual, para ela, não é mais para outros. Atualmente, como supervisora de recreação, treina e qualifica pessoas para a função de gerente de brinquedos do hotel. Ester ministra curso de perucas Arquivo pessoal A peruca Ester Gomes era costureira e cabeleireira quando decidiu aliar seus conhecimentos a uma nova profissão: em 2016, ingressou no curso de Cabeleireiro da Fundação Laço Rosa. Atualmente, é ela quem dá aula, na Faetec, aos interessados em um trabalho cada vez mais concorrido. — Antigamente, as perucas só eram usadas por quem estava em tratamento de câncer ou por quem sofria de alopecia. Hoje é um estilo de vida. As mulheres sempre usam, sem tabus, para diferenciar os cabelos — afirma. Os empregos formais na região são em fábricas de perucas, mas são raros. A maioria dos profissionais trabalha por conta própria. Ester, de 44 anos, atualmente atende apenas clientes antigos e tem como foco a docência. Mas com uma peruca de cabelo humano de 35 centímetros, que leva dois dias para ser produzida, em sua rotina agitada, ela consegue lucrar R$ 1.500. Edineia é cadastrada como lactarista Arquivo pessoal Lactarista A ocupação de Edineia de Souza, de 31 anos, ainda é pouco conhecida nominalmente. Mas na prática, essencial para vidas humanas. De segunda a sábado, ela cuida da alimentação dos bebês no Hospital Regional de Sobradinho, em Brasília. Pelo contrato formal, Edineia é lactariana. — Acho que essa decisão do governo vai trazer mais reconhecimento. Hoje as pessoas conhecem o trabalho dos técnicos de enfermagem e nutrição, mas ninguém sabe o que é um lactário — diz ela, explicando: — Sabe aquelas mamadeiras que são dadas para mães que doam leite? Sou eu que lavo e faço o procedimento de esterilização, por exemplo. E às vezes vou com os bombeiros até a casa da mãe buscar a doação. Wanderléia é presidente da Abraça Arquivo pessoal Facilitadora de biodança Wanderleia Coelho é artista de biodança há 26 anos. Nesse período, acompanhou períodos de maior e menor procura por grupos de biodança no Brasil, até que, em 2017, a prática integrativa foi reconhecida no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é uma das possibilidades de aplicação do sistema criado pelo chileno Rolando Toro. — É um sistema de desenvolvimento humano que acontece através da música, das experiências e das situações de encontro. E isso sempre acontece em grupo — explica. Atual presidente da Associação Brasileira de Facilitadores de Biodança (Abraça), ela explica que a formação de facilitador de biodança certificado leva três anos e meio. Depois, em geral, os egressos trabalham por conta própria, em sessões semanais de duas horas que custam entre R$ 120 e R$ 240, no Paraná, por exemplo. Apesar disso, já existem concursos públicos para a função no país, como em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Reiki é uma prática integrativa reconhecida no SUS, diz Adilson Nobre Arquivo pessoal Terapeuta de Reiki O terapeuta de Reiki se torna um canal de energia universal, para harmonizar pessoas em desequilíbrio emocional ou físico, explica Adilson Nobre, 45 anos. Em 2018, fez o curso de formação de Reiki no Senac SP, e desde então tem visto crescer a conscientização da população sobre a prática. — O Reiki é um dos três carros-chefe da minha prática como terapeuta, minha vida e fonte de renda. Mas esse reconhecimento da ocupação ainda pode ajudar a desmistificar a ideia de que se trata de algo relacionado à religião. Não é — diz ele, que também criou seu próprio curso de Reiki: — O treinamento atualmente é baseado em cursos gratuitos. Mas quem sabe agora você possa se tornar um técnico? Thiago também é editor da revista UFO Arquivo pessoal O ufólogo Thiago Ticchetti viu, aos 8 anos, em 1982, uma luz em movimento no céu da Barra da Tijuca, que nunca soube explicar. Interessado pelo assunto desde criança, recorreu à literatura e, posteriormente, aos cursos, para se formar como ufólogo. Há mais de 30 anos, porém, ao contrário do que muitos imaginam, seu trabalho se baseia no princípio de que tudo é explicável. — De cem cases que recebo para investir, em 95% consigo descobrir o que é, como um avião, um balão. Os fenômenos aéreos não identificados são de apenas 5%, e isso não significa que sejam discos voadores. Depois eles poderão se explicar — diz o editor da revista UFO, de 49 anos. A investigação de um fenômeno leva cerca de três meses e inclui ouvir testemunhas separadas, analisar imagens gravadas, questionar órgãos oficiais como Aeronáutica e Corpo de Bombeiros sobre as atividades realizadas. na área e na data, e ouvir as testemunhas separadamente. A ocupação é trabalhosa e realizada no país por paixão, sem remuneração em geral. Leonardo Nunes treina cães-guia há 21 meses Arquivo pessoal Instrutor de mobilidade com cães-guia Há 11 anos, o então professor de Geografia Leonardo Nunes se inscreveu em um projeto do governo federal no Centro de Treinamento e Instrução de Cães-Guia do Instituto Federal de Santa Catarina. A ideia era devolver os funcionários ao seu estado de origem – no caso de Leonardo, Goiás – preparados para implantar novos centros de formação de treinadores em todo o país. — Sempre gostei de cachorros, então essa foi minha primeira motivação. A segunda foi viabilizar a chegada do novo curso e da nova profissão a Goiás. E também, ajudar pessoas com deficiência visual — afirma, aos 46 anos. Preparar um cão-guia leva, em média, 21 meses de vida. Após esse trabalho, o instrutor forma a dupla — ou seja, o cachorro e o deficiente visual — em quatro semanas. O mercado de trabalho para esses instrutores ainda é pequeno, mas a grande maioria trabalha com carteira assinada. Os salários podem variar de R$ 6 mil a R$ 20 mil. Saiba mais taboola
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