No coração do Centro do Rio, o Confeitaria Colombo parece ter um ritmo próprio, onde passado e presente coexistem. Ao entrar, o visitante se depara com enormes espelhos, que refletem a grandiosidade do local e as memórias de 130 anos de histórias.
Entre o tradicional mil-folhas e o pastel de nata, o Colombo continua a oferecer sabores e memórias. E algumas receitas permanecem as mesmas, inalteradas há décadas, o que garante o sucesso duradouro da confeitaria. É o que explica Tiago Faro, chef que trabalha no Colombo há 10 anos.
“Vendemos cerca de 1.200 a 1.300 doces por dia. E salgados, posso vender em torno de 1.400 a 1.500. Quando estamos em alta temporada podemos aumentar esse número em até 30%. Pastel de nata, o biscoito Lex, que é um biscoito vendido em lata e feito da mesma forma há 106 anos. A famosa Torrada Blumenal, fabricada há 45 a 50 anos. A coxa cremosa que ela deve estar girando por volta dos 80 anos, ela é feita do mesmo jeito”, contou.
Marta Santos, advogada de Guarantingueta, interior de São Paulo, lembra das visitas à confeitaria da Rua Gonçalves Dias com os avós durante a infância, o que a fazia voltar ao local sempre que vinha ao Rio.
‘É religioso para mim. Meus avós me trouxeram aqui sempre que viemos ao Rio. Eles me criaram. Tudo o que tenho veio deles. Tomar um café aqui me lembra meu avô que adorava esse lugar. A minha avó ficou fascinada pelo prato, que hoje em dia já não se vende. Mas os brindes sim. As paredes, o chão, os vitrais, tudo. Então sempre que venho ao Rio preciso passar por aqui, em memória dos meus avós. Eles estão aqui, entendeu?’, declarou
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Se os vitrais franceses e as molduras de jacarandá falassem, contariam os encontros que moldaram a cultura carioca e os debates que ecoaram em xícaras de café e doces artesanais. Não à toa, a confeitaria se tornou ponto de encontro de escritores, políticos e artistas ao longo dos anos, como disse o historiador Antonio Edmilson.
‘O Colombo foi inaugurado num momento em que a cidade passava por grandes transformações, fruto do que foi uma referência parisiense, que chamamos de Era das Confeitarias. Eles facilitaram reuniões. As principais figuras da intelectualidade carioca viviam em Colombo. As notícias sobre Colombo na imprensa da época acabaram fazendo com que todo carioca passasse na porta do Colombo para saber do que se tratava. E muitos destes intelectuais adoptaram Colombo como escritório”, disse ele.
Entre eles, escritores Olavo Bilac e Machado de Assis, mestres da música como Heitor Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga, além de, posteriormente, políticos como Rui Barbosa e Getúlio Vargas.
Confeitaria Colombo comemora 130 anos nesta terça-feira (17) — Foto: Gabriel Freitas/CBN
Ao longo dos anos, vários proprietários comandaram o Colombo. Mas o nome e o legado da confeitaria não permitiram que a qualidade se perdesse nos processos de transição. Em 1944, um novo Colombo foi inaugurado em Copacabana, à medida que a elite carioca se espalhava pela Zona Sul. Mas, segundo o historiador Antonio Edmilson, alguns fatores fizeram com que a unidade não pudesse se sustentar.
‘Copacabana começou a perder referências. Já começou a perder depois que a capital foi para Brasília, porque empresários e diplomatas, principalmente estrangeiros, foram para Brasília, então houve uma queda em Colombo, e começaram a pensar em uma nova forma de expansão, não abrindo mais grandes confeitarias , mas coloca outros menores que poderiam usar todo o material do centro de Colombo para replicar de alguma forma como era a atmosfera de Colombo.’
Hoje, além da unidade histórica na Rua Gonçalves Dias, a confeitaria se expandiu para novos espaços, com filiais em Forte de Copacabana e Centro Cultural Banco do Brasiltrazendo tradição e charme secular para novos públicos.
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