O cometa Tsushin-Shan Atlas será visível do Brasil a partir deste domingo (15). O fenômeno promete ser tão brilhante que foi apelidado de Cometa do Século. Especialistas ouvidos pela CBN explicam como observar a passagem do cometa e como o fenômeno mobiliza astrônomos amadores e profissionais do país.
Os brasileiros que gostam de admirar o céu e os astrônomos amadores terão uma oportunidade única nos próximos dias, com a aproximação do cometa Tsushin-Shan Atlas. Isso ocorre porque ele será visível a partir de domingo e qualquer pessoa no hemisfério sul da Terra terá maiores chances de observá-lo.
As expectativas são tão grandes que já foi chamado de Cometa do Século. Tudo por causa da intensidade do brilho deste cometa. A última vez que um cometa tão brilhante passou pela Terra foi em 1997.
Duília de Mello é astrônoma colaboradora da NASA e vice-reitora da Universidade Católica de Washington. Ela explica porque o hemisfério sul será o melhor ponto de observação desta vez:
“É uma bola de gelo e poeira que se desfaz no caminho, e quando se aproxima do Sol, eles têm uma cauda brilhante de matéria, essa matéria que sai do cometa. e, à medida que a Terra gira em torno do Céu, ela passará pela Terra. Mas, devido à inclinação da órbita, ela será visível primeiro do Hemisfério Sul. Como se o Hemisfério Sul tivesse vindo de baixo, certo? do Brasil nos próximos dias, no dia 27 de setembro, estará no ponto mais próximo do Sol”.
O Atlas Tsushin-Shan foi descoberto no início do ano passado por observadores da China e da África do Sul. Tem cerca de dois quilómetros de diâmetro, o que é relativamente pequeno em comparação com cometas que podem ter cinco vezes esse tamanho.
Astrônomos e cientistas profissionais aproveitam momentos como este para aprofundar pesquisas. Isso ocorre porque os cometas carregam a matéria-prima para a formação do sistema solar. Duília explica que os cientistas estudam o seu papel na formação da vida na Terra e nos oceanos.
Astrônomos amadores colocam eventos como esse em pauta como forma de aproximar o público em geral do conhecimento científico. É o que diz Adriano Leonês, presidente do Clube de Astronomia de Brasília:
“Os eventos de observação geral do céu aproximam o público em geral do conhecimento astronômico. Então, dar a oportunidade às pessoas de observar o céu é uma forma de aproximar o público em geral do conhecimento científico, de instigar a curiosidade de todos sobre esta área do conhecimento. , desde a antiguidade, sempre foi um assunto que instigou a curiosidade humana, entende? Então, observar o céu de eventos cometários visa especificamente aproximar o público em geral e esse tipo de fenômeno celeste visa, acima de tudo, proporcionar isso. esse tipo de abordagem.”
E você não precisa ser um astrônomo profissional para ver o cometa Tsushin-Shan Atlas passando perto da Terra. Basta seguir estas dicas da astrônoma Duília de Mello:
“É melhor acordar cedo e deixar o sol começar a nascer para procurar o cometa, quando ainda está um pouco escuro. Assim que o sol aparecer, é preciso parar de olhar. , tudo indica que a cauda ficará muito bonita. A melhor forma de observar um cometa é com binóculos e não com telescópio, pois os binóculos têm um ângulo de visão maior. Mas tome cuidado para não apontar o binóculo para o sol, pois ele pode queimar. sua retina, você pode ficar cego.”
Duília de Mello diz que nem a fumaça dos incêndios que tomaram conta do país deve afetar a observação. Porém, regiões com muita iluminação artificial, como grandes cidades, podem dificultar a observação. Quem quiser também pode usar aplicativos de observação de estrelas no celular para se orientar.
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