Clássico erótico ‘Emmanuelle’ faz 50 anos e volta aos cinemas com versão moderna e feminista | Cultura

O filme tem um enredo muito simples: uma modelo vai à Tailândia para conhecer o marido diplomata. Lá, ela vive aventuras sexuais com homens e mulheres, além de fazer novos amigos. Após assumirem casos extraconjugais para o marido, os dois iniciam o relacionamento e vivenciam momentos de prazer com outras pessoas.

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Quase foi impedido de acontecer da forma como foi planejado. Isso porque a comissão de censura francesa afirmou que o filme só poderia ser exibido se as cenas de sexo mais quentes fossem retiradas. No entanto, o ano foi marcado pela morte do presidente Georges Pompidou. Depois disso, uma nova Secretaria de Cultura assumiu, permitindo a exibição da exposição na íntegra.

O lançamento foi diretamente inspirado no sucesso de ‘Último Tango em Paris’, de 1972, dirigido por Bernardo Bertolucci, que contém uma cena de sexo explícito – sequência contestada anos depois pela atriz Maria Schneider, ao dizer que foi estuprada por Marlon Brando desde então. não houve conversa anterior sobre gravação. Por isso, os diretores franceses viram a oportunidade de trazer mais filmes desse tipo.

Se ao menos lembra a sinopse de um filme pornô, ‘Emmanuelle’ não esconde o lado erótico, com cenas de sexo e muita nudez. Por isso, ficou marcado como algo diferente do que se via em grande parte do mundo e se tornou sucesso, além de muito procurado. Kristel, aliás, também se tornou uma símbolo sexualdepois de ser insultado por vários meios de comunicação na época.

A expectativa mundial era tão grande que ficou em exibição por mais de 13 anos no cinema Champs-Elysées, em Paris. Além disso, houve comoção e filas em exibições nos Estados Unidos, no Reino Unido (onde foi o primeiro filme adulto a ser exibido nos cinemas), na Grécia e até no Brasil. No total, mais de 50 milhões de pessoas assistiram ao filme em todo o mundo, sendo cerca de três milhões só no Brasil.

A produção erótica foi censurada no Brasil em 1980. Os censores da Ditadura Militar a proibiram por causa das cenas de sexo. Porém, os servidores que solicitaram para assistir foram liberados. Alguns anos depois, a proibição acabou.

Marayat escreveu mais de 10 livros de Emmanuelle, o que deu espaço para a continuação das adaptações cinematográficas. Uma sequência foi lançada no ano seguinte, intitulada ‘Emmanuelle 2 Antivirgem’. Sylvia Kristel reprisou o papel em mais dois filmes, o último lançado em 1984.

Monique Gabrielle assumiu o papel principal em ‘Emmanuelle 5’, de 1987, e ‘Emmanuelle 6’, de 1988. Na sétima e última série original, Kristel voltou a assumir a personagem. O lançamento foi em 1993.

Além disso, algumas séries foram inspiradas em Emmanuelle, que se tornou um dos maiores símbolos sexuais da época. O mais conhecido deles foi ‘Emmanuelle in Space’, um filme de ficção científica lançado em 1994.

Exatos 50 anos após o lançamento do original, ‘Emmanuelle’ ganhará um remake francês em 2024. Também com inspiração erótica, a produção quer ser uma versão feminista da história nos cinemas – não à toa será dirigida por uma mulher, cineasta Audrey Diwan. Quem interpreta a personagem agora é Noémie Merlan, que recentemente fez sucesso com ‘Retrato de uma Jovem em Chamas’.

A nova versão ainda não tem data de lançamento no Brasil ou nos Estados Unidos. Porém, a primeira exibição acontecerá no dia 20 de setembro na Espanha, no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian. Depois disso, será exibido nos cinemas franceses a partir de 25 de setembro.