No mês passado, foram queimados 1.239.324 hectares de vegetação típica do bioma, mais que o dobro do tamanho do Distrito Federal, ante 386.404 hectares em agosto de 2023. Brigadistas do Instituto Ambiental de Brasília e bombeiros do Distrito Federal combatem incêndio em cerrado área próxima ao Aeroporto Internacional de Brasília (24 de agosto) Marcelo Camargo/Agência Brasil As savanas do Cerrado registraram aumento de 221% nas áreas queimadas em agosto de 2024, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Fire Monitor, iniciativa da rede MapBiomas, coordenada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O número se compara ao mesmo período do ano passado. Só neste último mês foram queimados 1.239.324 hectares, mais que o dobro do tamanho do Distrito Federal, ante 386.404 hectares em agosto de 2023. A vegetação é típica do bioma, composta por árvores, arbustos e gramíneas, e ocupa 41,7% da área. tudo que queimou no Cerrado nos primeiros oito meses do ano. No mesmo mês, os municípios com maior área queimada no bioma foram Barra do Garças (MT), com 102.328 ha, Nova Nazaré (MT), com 93.043 ha, e Lagoa da Confusão (TO), com 90.263 ha (ver classificação completa abaixo). ENTENDA: O Cerrado é o segundo maior bioma do país em extensão, superado apenas pela Floresta Amazônica. Sua área abrange estados como Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul de Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do Maranhão, oeste do Piauí e partes de São Paulo, além de fragmentos no Paraná e na Amazônia. . Ainda segundo dados do Monitor de Incêndios, embora as savanas tenham sido as áreas mais afetadas até o momento, o maior aumento percentual de queimadas foi registrado nas formações florestais do Cerrado. Em agosto de 2024, houve um crescimento de 410% nas áreas florestais afetadas pelo fogo, com 96.533 hectares queimados, ante 18.910 hectares no mesmo mês de 2023. “Embora a área queimada nas florestas do Cerrado seja menor que a área queimada nas savanas, chama a atenção esse número, que foge da dinâmica comumente observada no bioma”, afirma Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam. “O aumento dos incêndios nas formações florestais é algo novo e pode estar relacionado com a intensificação das alterações climáticas e da desflorestação, que fragilizam estas áreas e aumentam a sua vulnerabilidade ao fogo”, acrescenta. O monitoramento do Ipam mostra também que as queimadas no Cerrado estão cada vez mais frequentes e intensas, afetando não apenas áreas naturais, mas também regiões agrícolas. Em agosto de 2024, as áreas agrícolas registaram um aumento de incêndios de 219%, com 440.843 hectares destruídos pelo fogo, face a 138.274 hectares no mesmo mês do ano anterior. No mesmo mês, a área total queimada no Cerrado foi 95% maior que a média dos últimos cinco anos, com 2.445.683 hectares destruídos. Este foi o mês de agosto com a maior área queimada desde o início do monitoramento do projeto (2.445.683 hectares), o que coincide com o auge da estação seca na região, quando as condições climáticas favorecem a propagação de incêndios, especialmente os causados por queimadas. humano. Em agosto do ano passado, foram queimados 881.899 hectares. “O Cerrado é um bioma que evoluiu com a ocorrência de fogo naturalmente, mas é importante lembrar que esse fogo natural só ocorre no período chuvoso, através de raios, por isso é bastante raro. responsáveis pelas queimadas no bioma É preciso criar mecanismos para que possamos manter esse bioma vivo, seja reduzindo o uso do fogo e o manejo dessa ferramenta, seja criando áreas protegidas”, pontua Alencar. Municípios que mais queimaram Segundo relatório do Ipam, os estados de Mato Grosso e Tocantins foram os mais afetados pelas queimadas em agosto de 2024. Em Mato Grosso, os municípios de Barra do Garças (102.328 ha), Nova Nazaré (93.043 ha) e Campinápolis (83.364 ha) registraram as maiores áreas queimadas. No Tocantins, as regiões mais afetadas foram Lagoa da Confusão (90.263 ha), Formoso do Araguaia (86.439 ha) e Pium (62.116 ha). Essas áreas estão localizadas próximas à transição com a Amazônia e fazem parte da fronteira agrícola do Matopiba, uma das regiões de expansão agrícola do Brasil. Além das queimadas em savanas e florestas, os campos alagados do Cerrado também sofreram com o fogo. Essas áreas, que são sazonalmente inundadas durante o período chuvoso, registraram um aumento de 68% na área queimada em agosto de 2024. Embora naturalmente úmidas, essas regiões acumulam grandes quantidades de material combustível durante o período chuvoso, o que, aliado à seca de agosto, faz com que tornando-os mais suscetíveis a incêndios. “Se não controlarmos as queimadas e o desmatamento do Cerrado, não haverá mais água saindo da torneira das casas da maioria dos brasileiros. É por isso que a campanha ‘Cerrado, Coração das Águas’, lançada no dia 11 de setembro, O Dia Nacional do Cerrado tem como foco a questão hídrica: para que todos saibam o quanto o Cerrado é essencial para nossas vidas”, acrescenta Yuri Salmona, diretor executivo do Instituto dos Cerrados. O bioma é responsável por abrigar nascentes de oito das 12 principais bacias hidrográficas do país. Aquíferos importantes, como o Guarani, que se estende por diversas regiões, também dependem da preservação do Cerrado para manter o equilíbrio hídrico. 135 milhões de toneladas de CO2 O desmatamento no Cerrado também resultou na emissão de mais de 135 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) entre janeiro de 2023 e julho de 2024, segundo relatório divulgado esta semana pelo SAD Cerrado, sistema de alerta desenvolvido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Esse volume de emissões é 1,5 vezes maior que o total gerado anualmente pela indústria no Brasil. Atualmente, no total, o Brasil emite cerca de 2,3 bilhões de toneladas de gases, sendo o sexto maior emissor global. Só de junho a agosto de 2024, incêndios recordes na Amazônia resultaram em 31 milhões de toneladas de CO2, como mostrou outra pesquisa. As savanas, que cobrem grande parte do Cerrado com árvores e arbustos retorcidos, foram responsáveis por 65% das emissões relacionadas ao desmatamento, totalizando 88 milhões de toneladas de CO2. Esse tipo de vegetação é predominante no bioma, ocupando 62% da área restante, o que explica sua contribuição nas emissões. No período analisado, as áreas rurais, que ocupam 6% da vegetação remanescente, foram responsáveis por 7% das emissões, com destaque para o Maranhão. As florestas, a segunda formação mais rara do Cerrado, contribuíram com 27% das emissões. “O aumento da temperatura causado pelos gases de efeito estufa afeta as taxas de evapotranspiração das plantas, impactando a circulação atmosférica e, consequentemente, o regime hídrico, energético e alimentar, o que influencia diretamente a economia do país”, explica ao g1 Fernanda Ribeiro, pesquisadora do IPAM responsável pelo SAD Cerrado. Mais de 60% da vegetação remanescente no Cerrado está localizada em áreas privadas, onde o desmatamento pode ser realizado legalmente em até 80% das terras. Segundo o Ipam, isso representa um desafio para a preservação do bioma, que exige políticas de incentivo à conservação e maior monitoramento do desmatamento ilegal. No bioma, o desmatamento se concentrou principalmente na região do Matopiba, fronteira agrícola que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Esta área foi responsável por 80% das emissões, com 108 milhões de toneladas de CO2 libertadas, o equivalente a metade das emissões do setor dos transportes, segundo dados do SEEG (Sistema de Estimativa de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa). Entre os estados que mais emitiram CO2, o Maranhão lidera, com 35 milhões de toneladas resultantes do desmatamento de 301 mil hectares de vegetação nativa. No Tocantins, segundo colocado no ranking, foram emitidas 39 milhões de toneladas de CO2, resultantes do desmatamento de 273 mil hectares. A Bahia, em terceiro lugar, liberou 24 milhões de toneladas. O Piauí fecha a lista dos maiores emissores, com 11 milhões de toneladas de CO2 emitidas. “O desmatamento no Matopiba é muito maior do que em outras regiões do Cerrado. Portanto, as emissões de CO2 são significativamente maiores nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. e Mato Grosso do Sul, os números absolutos ainda são inferiores ao que ocorre no Matopiba”, diz Ribeiro. LEIA TAMBÉM: De onde vem a fumaça? Incêndios mais que dobraram em 11 estados e no DF Seca histórica: como a seca afeta vidas de Norte a Sul do Brasil Registros brasileiros antes e depois da chegada da fumaça na Argentina
emprestimo banco juros
emprestimo consignado bradesco simulação
refinanciamento empréstimo
sac c6 consignado
quantos empréstimos o aposentado pode fazer
emprestimo pessoal em curitiba
simulador emprestimo consignado banco do brasil
simulador empréstimo consignado caixa
0