A Polícia Científica confirmou que as vítimas morreram em consequência da queda. O incêndio atingiu o sétimo andar do prédio onde moravam Luiz Evaldo, Graciane Rosa e Leo Oliveira, de 23 anos. Perito criminal fala sobre possíveis causas de incêndio em prédio em Valparaíso de Goiás O casal que pulou com o filho bebê de um prédio em chamas morreu vítima de politraumatismos, segundo informações da Polícia Científica (entenda nesta reportagem). O incêndio atingiu o sétimo andar do prédio onde moravam Luiz Evaldo Lima, Graciane Rosa de Oliveira e seu filho, Leo Oliveira de Lima, de 23 dias. A família morreu na última terça-feira (27), em Valparaíso de Goiás, periferia do Distrito Federal. “Comprovamos a questão dos politraumatismos e a questão do incêndio já foi totalmente descartada”, explicou Ricardo Matos, perito criminal e superintendente da Polícia Científica de Goiás. Clique e acompanhe o canal g1 GO no WhatsApp A análise policial indicou que o casal e seu bebê morreram em consequência do desabamento do prédio. À TV Anhanguera, Ricardo Matos esclareceu que não havia fuligem no trato respiratório das vítimas, o que indica que elas não inalaram a fumaça do incêndio. “[Essa conclusão] coincide com as informações fornecidas por testemunhas, nas quais a família estava desesperada. Infelizmente, nesta tragédia, eles tentaram se salvar ou fugir do incêndio e acabaram perdendo a vida”, disse Ricardo Matos. Segundo dados do g1 Saúde, qualquer tipo de situação em que haja lesão grave em pelo menos dois órgãos ou dois partes distintas do corpo causadas por forças externas de natureza física (choque) ou química (queimadura). Veja também: Veja o que se sabe sobre o incêndio que matou um casal e seu filho bebê em Goiás Vídeo mostra quando moradores pedem ajuda durante a pandemia. incêndio que matou casal ao pular de apartamento com bebê Casal e criança morrem após pular de apartamento em chamas em Goiás Graciane Rosa, Luiz Evaldo e o filho bebê morreram após incêndio em apartamento, em Valparaíso de Goiás Reprodução/ Redes Sociais e Reprodução/. TV Anhanguera Como é feita a análise? Ricardo Matos explicou que, em casos como esse, em que o incêndio é palco de uma morte, é preciso saber se a vítima morreu em decorrência do incêndio ou se já estava morta. quando o fogo se espalhou. “A medicina legal verifica a presença de fuligem nas vias respiratórias, que é o resíduo de fumaça composto por partículas que indicam se as vítimas respiravam durante o incêndio”, explicou o superintendente. Em alguns casos, também são necessários exames laboratoriais, segundo Ricardo Matos. “Quando as vítimas inalam a fumaça de um incêndio, normalmente níveis de monóxido de carbono, gás tóxico resultante do incêndio, acumulam-se no corpo. Porém, neste caso específico, não foi necessária a realização do teste de monóxido de carbono devido às lesões observadas. e ausência de fuligem nas vias respiratórias”, concluiu. O incêndio O incêndio que causou a morte do casal aconteceu no sétimo andar do Bloco E do Conjunto Residencial Parque das Árvores. Além do casal e do bebê, outras duas pessoas estavam no apartamento que pegou fogo. Ambos foram resgatados com vida. O vídeo que mostra pessoas na varanda foi gravado por moradores de outros quarteirões, que ficam abalados ao ver seus vizinhos pedindo ajuda. Segundo o Corpo de Bombeiros, no total, o incêndio deixou 12 feridos. O g1 não obteve o estado de saúde atualizado dessas pessoas até a última atualização da reportagem. Após o incêndio, o Bloco E do prédio foi totalmente evacuado. MAIS SOBRE O CASO: ENTENDA: Pai, mãe e filho bebê morrem em incêndio em apartamento DENÚNCIA: Vizinho diz que viu casal se jogar com bebê de apartamento em chamas: ‘Gritamos para não pular’ ASSISTA: Vídeo mostra quando morador é resgatado com cachorro bombeiro em prédio Moradores na varanda de apartamento pedem socorro durante incêndio em prédio, em Valparaíso de Goiás Reprodução/TV Anhanguera Fogo Segundo Anderson Oliveira, síndico do condomínio, uma das pessoas resgatadas do apartamento que pegou fogo foi a mãe de Graciane, Pink. O síndico do imóvel informou acreditar que a segunda pessoa seja um profissional de impermeabilização de sofás, que entrou no condomínio dizendo que estava indo para o apartamento da família. Um dos vizinhos das vítimas, Felipe Ferreira, descreveu o momento em que a situação começou e o desespero dos moradores. Segundo ele, por volta das 10h30, sentiu o prédio tremer. Nesse momento, ele começou a ouvir vários gritos de pessoas que estavam no local. “Os gritos começaram do lado de fora do condomínio, pedindo para todos saírem”, disse ele. À TV Anhanguera, Felipe Ferreira, que mora no quarteirão ao lado, afirmou que, ao descer para o pátio do condomínio, viu o casal pular da janela com o bebê. Outra testemunha contou à TV Anhanguera que passava próximo ao prédio quando ouviu um barulho. “Ouvi um estrondo muito forte, parecia um acidente de carro, um contêiner caindo”, disse ele à TV Anhanguera. “As pessoas começaram a gritar, pessoas que moram aqui no condomínio. Vim aqui correndo, com o objetivo de ajudar alguém, de dar algum apoio, aí comecei a ver as chamas se espalhando muito rápido, com muita violência”, completou. Um vídeo mostra quando uma moradora foi resgatada junto com seu cachorro de estimação durante o incêndio. As imagens mostram quando o morador, que abraça o animal, é resgatado pelos bombeiros em uma maca (assista abaixo). Morador e cachorro são resgatados de prédio em chamas, em Valparaíso de Goiás Investigação Segundo o major Maurílio Correa Cesar, a possibilidade de risco estrutural deve ser investigada. A corporação afirmou que não há previsão de retorno dos moradores. A Secretaria Municipal de Assistência Social de Valparaíso de Goiás informou, em nota, que “o Bloco E do prédio passará por vistoria com o objetivo de garantir a segurança dos moradores”. A nota menciona ainda que “peritos trabalharão nos próximos dias para determinar se a estrutura do local foi comprometida pelo incêndio”. Devido à gravidade do incidente, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal auxiliou nas operações de combate a incêndio e resgate de vítimas. A corporação alertou que a causa do incêndio só poderá ser confirmada após exame técnico. As vítimas Segundo informações do major Maurílio Correa Cesar, do Corpo de Bombeiros, o casal que morreu após pular do prédio foi identificado como Luiz Evaldo Lima e Graciane Rosa de Oliveira. O filho do casal, um bebê de 23 dias, também morreu e foi identificado como Leo Oliveira de Lima. Nas redes sociais, o casal anunciou a gravidez em janeiro deste ano. “Esperamos vocês ansiosamente, com o coração cheio de amor”, diz o post. Léo era o segundo filho de Graciane, que já era mãe de uma menina. Graciane tinha 34 anos e trabalhava com extensões de cílios. Em seu perfil profissional na internet, ela se orgulhava de se identificar como empreendedora e se descrevia como uma apaixonada pela vida. “Sou rica em tudo que o dinheiro não compra”, disse ela online. Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás
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