Casa de Chá: espaço na Praça dos Três Poderes reabre após décadas e vira point em Brasília | Brasília

Na década de 1960, ele quis projetar um local para que quem trabalhava na região da Praça pudesse comer e fazer política, e os turistas pudessem descansar e contemplar os monumentos. Agora, quase 60 anos depois, isto concretizou-se com a Casa de chá.

Inaugurado há um mês e administrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), reúne, em média, 1,3 mil pessoas semanalmente. As reservas estão esgotadas e só poderão ser feitas a partir de setembro.

Quem passa pela praça mal consegue ver o tímido prédio, mas é justamente essa a ideia, como explica o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Ricardo Meira.

“O próprio Oscar Niemeyer comentou que a ideia de fazer um prédio semienterrado era não contar com o prédio novo na praça. até então promover encontros e descanso às pessoas que ali circulavam A localização rebaixada é uma escolha deliberada que serve para não competir visualmente com os palácios envolventes”, explica.

Você pode até não ver de fora, mas quem está lá dentro tem uma vista separada apenas por um vidro do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. No cardápio, uma viagem pelo cerrado e uma conexão com o Brasil.

“O cardápio e a experiência gastronômica da Casa de Chá representam o Cerrado brasileiro e Brasília em especial, e a ligação que Brasília tem como capital da República com todas as regiões e biomas do país. aquela salada, é um café, o capuccino, é um chá, chá quente, chá gelado e que pode se conectar com Minas Gerais, com Goiás, com o Norte, com o Nordeste, com o Sudeste, com o Sul. na experiência unificadora que Brasília trouxe ao internalizar o desenvolvimento e representar todos os estados brasileiros na Praça, que é o símbolo da democracia brasileira”, afirma o diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa.

O diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa, afirma ainda que a ideia do local é oferecer uma viagem à década de 1960. O mobiliário de época e a música ambiente contribuem para isso. Contrastam com a modernidade e peças contemporâneas de designers urbanos.

A tipografia do nome Casa de Chá, presente na marca, foi criada com manuscritos de Niemeyer, portanto pode-se dizer que o nome presente no prédio está na caligrafia do arquiteto.

A Casa de Chá é uma cantina escolar do Senac. Conta com dez alunos da instituição, que são acompanhados por profissionais.

Quem já teve a oportunidade de visitar, como a administradora de empresas Tatiane Brito, diz que vale a pena.

“Tomei um café coado, que adoro, e pedi um bolo de milho com cream cheese. O bolo era sem glúten, sem lactose, com calda de goiaba. foi maravilhoso, com um preço super justo Não cobram taxa de serviço, mas isso não muda o atendimento, que é nota 10. Adorei e quero voltar”, afirma.

Tatiane se sentou assim que chegou pela manhã. À tarde, a fila de espera é maior. O local tem capacidade para 40 pessoas sentadas. 40% das vagas são reservadas e 60% são por ordem de chegada.

O escritor João Carlos Amador, que coleciona e conta histórias sobre Brasília, afirma que hoje o espaço cumpre sua função original.

“É muito importante, primeiramente, que tenha sido retomado, porque um espaço tão nobre ali na Praça, que nunca foi aproveitado como no seu projeto original de Niemeyer, era realmente uma coisa que faltava em Brasília. do Senac foi muito positivo, principalmente resgatando a ideia original. Hoje, cumpre sua função original de ser um local de contemplação, de descanso e para você ficar lá rapidamente, fazer um lanche, tomar um chá e qualquer outro. tipo de estabelecimento. Então, foi a primeira vez que o local teve sua destinação original executada”, afirma.