Mobilidade, questões climáticas, saúde e segurança. Muitos problemas apontados como prioritários pela população paulista são bem conhecidos em diversos cantos da cidade e afetam, com particularidades, moradores dos 96 bairros paulistas. Como resolvê-los, porém, é um grande desafio para a próxima gestão municipal.
- “O QUE ESTÁ FALTANDO NO SEU BAIRRO?” Confira todos os episódios da série
Especialistas apontam para o desenho de políticas públicas eficientes, modernas e sustentáveis no médio e longo prazo. A criatividade também pode dar um “empurrãozinho” visando a mudança de hábitos dos cidadãos, como deixar o carro em casa e priorizar o transporte público, levar um estilo de vida saudável praticando esportes ou visitando espaços culturais.
Nas últimas quatro semanas, a série “O que está faltando no seu bairro?” percorreu aproximadamente 1.800 km e passou pelas 32 subprefeituras de São Paulo. Durante esses passeios pela cidade, a CBN mapeou as demandas dos moradores e também buscou possíveis soluções sugeridas pela população para esses problemas.
A série teve vinte episódios e marcou o início da cobertura especial da CBN sobre as eleições municipais deste ano na cidade de São Paulo. Dados do Ranking da Desigualdade, produzido pela Rede Nossa São Paulo, também nortearam a série.
Trânsito em São Paulo — Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Agência O Globo
Um dos temas abordados foi a mobilidade. Em Paris existe a ideia da “Cidade em 15 minutos”. O conceito propõe que as pessoas possam aceder aos locais onde trabalham e estudam, zonas verdes e locais de compras durante este período, seja a pé ou através de transportes públicos.
Em São Paulo, muito provavelmente não será possível definir esse tempo para 15 minutos. Afinal, São Paulo tem uma população seis vezes maior que a capital francesa. Mas o tempo de deslocamento das pessoas para acessar os locais onde trabalham, por exemplo, precisa ser reduzido.
Em bairros extremos da cidade, como Marsilac, na Zona Sul, Cidade Tiradentes, na Zona Leste, e Perus, na Zona Norte, o tempo médio de viagem em transporte público ultrapassa 1 hora, segundo a Rede Nossa SP.
Especialistas ouvidos na série apontam que é preciso melhorar a qualidade do transporte público, combatendo a superlotação, ampliando o transporte de massa por trem e corredores exclusivos para ônibus e reduzindo os tempos de espera e as viagens de ônibus.
Também é preciso incentivar as pessoas a deixarem os carros na garagem para fortalecer o transporte público. Uma pesquisa da Visa publicada em 2019 mostrou, por exemplo, que a população de São Paulo usa mais carro do que em cidades como Cidade do México, Buenos Aires e Rio de Janeiro.
Vista aérea da cidade de São Paulo. Foto: Pixabay — Foto: CBN
Outra questão é tentar distribuir empregos pela cidade. As regiões extremas da cidade sofrem muito com a baixa oferta de empregos formais. As soluções para este problema podem até ser muito diferentes.
No extremo da Zona Leste, muito populosa, atrair grandes empresas é fundamental. Apesar da chegada do Estádio Corinthians, a promessa de empregos formais não foi cumprida, segundo a população.
No extremo da Zona Norte, porém, alguns moradores acreditam que o turismo e a cultura poderiam gerar empregos. A região abriga locais como o Pico do Jaraguá, a Terra Indígena Jaraguá e o cemitério Dom Bosco, onde foram depositados os restos mortais dos perseguidos durante a ditadura militar.
O turismo nestas áreas já é realizado por agências criadas pelos moradores.
Durante o plano diretor de 2014, Perus, Jaraguá e Anhanguera foram considerados Territórios de Interesse Cultural e Paisagístico. O instrumento, porém, não foi regulamentado.
Barco no Rio Pinheiros — Foto: Gabriela Rangel
Outro tema que foi bastante discutido foi a questão climática. A tragédia no Rio Grande do Sul fez com que parte da população se conscientizasse sobre a urgência do assunto. São Paulo, como a maioria das cidades brasileiras, foi construída às margens de rios, como o Rio Anhangabaú, Tamanduateí, Tietê e Pinheiros. Portanto, os problemas relacionados às inundações são crônicos e recorrentes.
Pesquisadores do Laboratório Itaim Paulista, que estudam enchentes no extremo leste da cidade, apontaram a necessidade de soluções de drenagem urbana mais sustentáveis.
Eles acreditam que é necessário mudar alguns paradigmas de combate às inundações. O entendimento é que piscinas grandes não são suficientes para armazenar água em dias de chuva. É preciso pensar em uma cidade que tenha solo mais permeável, com menos asfalto. Pense em infraestrutura verde.
Além das enchentes, há ilhas de calor na cidade. Nesse sentido, cuidar das áreas verdes é fundamental.
Outro problema observado foi a dificuldade da população em receber atendimento de saúde na rede básica. Em alguns locais, para receber uma consulta simples é preciso esperar, em média, 39 dias. A média da cidade é de 19 dias.
Observamos também que em algumas favelas da cidade ainda há dificuldade de acesso à água e ao saneamento básico.
A insegurança também foi citada por moradores de todas as subprefeituras. Em parte, esse problema pode ser resolvido pelas prefeituras com melhorias na zeladoria e na iluminação.
Há também a questão do fortalecimento da Guarda Civil Metropolitana. No ano passado, o STF estabeleceu entendimento de que as guardas municipais fazem parte do Sistema de Segurança Pública.
O aumento do policiamento tem sido importante para melhorar a segurança em parte do centro. Embora parte da população ainda não perceba que isso diminuiu o sentimento de insegurança.
População sem-abrigo
Morador de rua sofre frio em São Paulo — Foto: Fábio Vieira / FotoRua / Agência O Globo
Outra questão a ser resolvida, segundo a população, é o acolhimento de moradores de rua. Santa Cecília, República, Sé, Pari e Mooca são os bairros que concentram a maioria dos moradores.
Segundo dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da UFMG, existem atualmente quase 65 mil moradores de rua em SP. Esse número cresceu quase 17 vezes entre 2012 e 2023.
A prefeitura dispõe de espaços de acolhimento para moradores de rua. Existem Centros de Acolhimento, hotéis sociais, Repúblicas para Adultos e Aldeias da Reunião.
No entanto, acertar estas políticas públicas para restaurar a autonomia de muitas destas pessoas continua a ser um desafio. Um segundo passo é a expansão da habitação a preços acessíveis.
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