Para especialistas ouvidos pelo g1, apesar de caírem, os números conscientizam sobre a importância da educação sexual, desde a prevenção da gravidez até o combate ao estupro. IMAGEM DE ARQUIVO: Gravidez na adolescência Reprodução/Bom Dia Brasil Levantamento feito pela Secretaria de Saúde de Campinas (SP) a pedido do g1 revelou que pelo menos 660 meninas com idades entre 10 e 14 anos deram à luz na metrópole na última década (ver gráfico abaixo). O número leva em consideração partos assistidos pelas redes pública e privada entre 2013 e 2023. Nesse período, a cidade registrou 159.141 mulheres em trabalho de parto de todas as idades, sem nenhum caso entre crianças menores de 10 anos. Especialistas ouvidos pelo g1 concordam que os dados indicam a necessidade de trabalhar a educação sexual tanto para prevenir a gravidez quanto para conscientizar sobre os cuidados e combater o estupro (leia mais abaixo). Cadastre-se no canal g1 Campinas no WhatsApp Nos mesmos dez anos, aumentaram as denúncias de violência sexual contra essa parcela da população. Manter relacionamento com menores de 14 anos configura estupro de vulnerável, pois não há consentimento legal nesta faixa etária – mesmo que o companheiro tenha a mesma idade, mas, neste caso, ambos se tornam irresponsáveis. Mesmo que as partes aleguem ter consentido, há crime ou, pelo menos, infração. Por isso, segundo especialistas, os dados destacam a importância da educação sexual, responsabilidade dos adultos, desde a prevenção da gravidez até o combate ao estupro. LEIA TAMBÉM: Da pílula do dia seguinte ao aborto: veja como é o atendimento às vítimas de estupro em Campinas Nesta reportagem você verá: O que indicam os dados sobre nascimentos O que indicam os dados sobre violência sexual Educação sexual: da prevenção à gravidez até combate ao estupro Meninas mães Partos realizados em Campinas por idade da mãe A faixa até 14 anos representa 0,4% do total. Porém, se considerarmos o grupo de adolescentes e jovens até 19 anos, o índice é maior: 9,9% de todas as mulheres em trabalho de parto. Apesar do volume absoluto, os dados indicam redução no número de nascimentos em geral. Em 10 anos, a queda foi de 20%. De 2022 até o ano passado foi 3,15% menor. Entre as meninas de até 14 anos, a queda na taxa foi ainda maior: 64,2% em uma década e 16,6% em 2023, na comparação com o ano anterior. Além disso, os grupos dos 10 aos 24 anos e dos 30 aos 34 anos registaram no ano passado as taxas de natalidade mais baixas desde 2013. Violência sexual Ao longo de uma década, os relatos de violência sexual contra raparigas dos 10 aos 14 anos aumentaram. Foram 107,2% a mais em 2023, conforme mostram dados do Sistema de Notificação de Violência (Sisnov). As taxas observadas nos últimos dois anos foram as mais elevadas de todo o período e levam em conta as notificações feitas pela Saúde (incluindo hospitais privados e públicos), Assistência Social, Segurança e Educação. No Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Unicamp, esse grupo foi majoritário entre as vítimas de violência sexual atendidas entre 2020 e 2024, com 24% do total. c Educar evita a gravidez precoce Entre os aspectos que envolvem as taxas de mulheres que dão à luz tão jovens está a preocupação com a prevenção da gravidez na adolescência. A coordenadora de Saúde da Mulher de Campinas, Miriam Nóbrega, explica que a metrópole tem trabalhado para reduzir o índice por meio da educação, com orientações em sala de aula, e da saúde, principalmente com a oferta de métodos anticoncepcionais. “Envolve vários fatores. Envolve a questão da vulnerabilidade social, envolve a questão dos adolescentes que acham que nada vai acontecer com eles, envolve a questão de ter uma vida ideal. Muitos acham que o ideal é engravidar, por isso temos trabalhado muito com a educação para mostrar que isso não é o ideal”, comenta. “Este ano fizemos um vídeo com orientações para os professores, para eles mostrarem nas suas salas de aula, mas já temos essa parceria com a educação. […] E introduzimos métodos de longo prazo no município.” Ainda segundo a coordenadora, além da ampliação dos anticoncepcionais oferecidos na rede pública – que incluem preservativos, pílulas, DIU e implantes de cobre e hormonais – a cidade também capacitou profissionais de saúde nessas orientações. “Tem a questão da lei, que até 14 anos é estupro de pessoa vulnerável, mas muitas têm relacionamento com o namorado.” “Cada caso é discutido individualmente, acompanhado da questão do Conselho Tutelar. Mesmo que seja consensual, é considerado estupro, mas isso não é obstáculo ao método. É melhor aplicar um método em uma menina de 12 anos do que ela engravidar”, acrescenta. Educação também combate a violência g1 Campinas também ouviu Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, que atua no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. O perito reforça que, segundo o Código Penal, “todas as meninas grávidas até aos 14 anos foram violadas” e lembra que “as circunstâncias do caso concreto não retiram a objectividade desta afirmação”. “A relação pode ter ocorrido entre dois adolescentes e, nestes casos, há uma possível interpretação de não violência e não punição pela jurisprudência, mas isso não exclui o fato de qualquer união carnal ou outro ato libidinoso com meninas ou meninos com menos de 14 anos é estupro.” Assim como pode prevenir a gravidez precoce e indesejada, a educação também pode proteger contra a violência sexual, destaca Luciana. “Imaginem que estamos falando de meninas de 10, 11 anos que estão grávidas, portanto, crianças que nem sabem o que está acontecendo. É necessário abordar a prevenção da violência sexual contra crianças pequenas. E sim! É possível fazer isso!”. O presidente do instituto defende ainda que a escola é o espaço onde esta conversa deve acontecer. prevenir a violência sexual e também a gravidez precoce.” “Acho que a grande responsabilidade não é dos jovens, mas sim de nós, adultos, que não assumimos a nossa obrigação de falar com eles de forma direta e clara, sem tabus, sobre estes assuntos, ao mesmo tempo que permitimos a pornografia, que quase todos acessam em seus celulares, ‘educa-los’ sobre essa parte tão importante da vida que é o desenvolvimento da sexualidade.” VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais novidades sobre a região na página do g1 Campinas.
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