A vítima estava no estabelecimento de sua família em dezembro de 2023 quando foi ferido por disparo de arma de fogo de um policial militar e perdeu a visão do olho direito. Segundo a SSP, o PM atirou acidentalmente. Caso é investigado. Vítima levando tiro no olho; exame de como ficou seu rosto após o impacto do projétil Reprodução Uma câmera corporal da Polícia Militar mostra o momento em que uma mulher foi baleada no rosto, no dia 6 de dezembro, na Zona Leste de São Paulo. Ela sobreviveu, ficou cega de um dos olhos e passou por reconstrução de parte do rosto. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que “todas as circunstâncias dos fatos são minuciosamente investigadas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil”, mas não explicou se os policiais envolvidos nesta ação foram afastados do trabalho ou não. Segundo as imagens, os dois policiais realizavam patrulhamento normal na Cidade Tiradentes, em uma rua com comércio e conjuntos habitacionais. O relógio marcava quase 20h e o soldado Diogo Britto Teixeira conduzia o veículo ao lado de Leonardo da Conceição Gomes Ferreira. A imagem que a TV Globo teve acesso é da câmera corporal acoplada ao uniforme do soldado Leonardo. Câmera corporal mostra PM baleado que deixou mulher cega em SP Segundo a polícia, os PMs receberam denúncia de tráfico de drogas. Ao perceber um homem parado perto de um bar, eles param. A imagem não é nítida, mas segundo a polícia, um homem pegou algo que estava amarrado a uma corda e saiu do local. O soldado Leonardo desceu do carro e foi verificar. Com a mesma mão com que segurava a pistola, puxou a corda. Naquele momento, a arma disparou. A fumaça saiu da arma e, milissegundos depois, o toldo do bar foi perfurado pela bala. Em seguida, o policial voltou para o carro, caminharam alguns metros e notaram uma mulher sangrando. Daiane Cristina Santos estava sentada no porão da irmã quando foi atingida pelo tiro. O marido e os moradores da região se desesperam. No áudio, o policial diz que ligou para o serviço de emergência. Os PMs então decidem ajudar Daiane, e vão para um hospital da região. No caminho, o policial afirma que a bala não saiu de sua arma. “Ninguém atirou, mano. Não foi, não foi.” Ao chegar, o soldado Leonardo afirma novamente que não atirou na enfermeira. “Veio de cima do prédio. Estão pensando que éramos nós, mas tudo bem.” A vida de Daiane mudou nos últimos 7 meses. “Perdi minha casa, me separei, estou com meus pais, ele é o único que trabalha, ficou muito difícil. Entrei em uma depressão profunda, uma crise de ansiedade, muito difícil.” O advogado da vítima, Bruno Cerqueira Gomes, diz que entrou com uma ação contra o Estado querendo tratamento médico, globo ocular com movimento, tratamento estético e psicológico e indenização material. Ao passar pelo rosto de Daiane, a bala atingiu a parede e atingiu a perna de uma mulher que estava em frente a um conjunto habitacional. Desde então, o caso é investigado pela Polícia Militar e teve acesso ao documento. seu olho direito após tiro da PM Reprodução Relatório apontou que dois tiros foram disparados Por fim, o documento concluiu que o soldado Leonardo Ferreira cometeu improbidade operacional ao tentar pegar o objeto que estava amarrado na lateral do porão, com a mesma mão. que estava com a arma e que, em consequência, a arma disparou acidentalmente. Durante o depoimento, os policiais não se pronunciaram. “Vivemos de cestas básicas e da ajuda do meu pai. Quando eu tinha um olho eu trabalhava, hoje não. Dependo dos outros”, lamenta Daiane. Estilhaço de bala que parou no pé de outra pessoa próxima ao paciente Arquivo pessoal
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