Filha de pai boliviano, Karla Burgoa é natalense e se mudou para La Paz há cerca de dois meses para trabalhar. Ela disse que o sinal do celular caiu, o que aumentou a incerteza. A potiguar Karla Burgoa é filha de boliviano e mora há dois meses em La Paz Reprodução A jornalista brasileira Karla Burgoa, de 26 anos, moradora de La Paz, na Bolívia, disse que o clima é de “insegurança” e “medo” na cidade, após a tentativa de golpe de Estado ocorrida nesta quarta-feira (26), quando soldados invadiram o palácio presidencial. “O cenário aqui era de total insegurança, muitas pessoas estavam com medo, trancadas em casa”, disse ela ao g1. Segundo Karla, além dos conflitos, a comunicação ficou complicada, o que gerou ainda mais preocupação. O sinal do seu celular caiu e as conexões de internet ficaram ruins após o conflito. “Um cenário muito instável”, disse ela. Entre no canal do g1 RN no WhatsApp A jornalista contou ainda que viu muitos bolivianos nas filas dos caixas eletrônicos. Segundo ela, a população está insegura sobre o que pode acontecer com o dinheiro que tem nos bancos. “Como vivemos há alguns meses uma crise econômica na Bolívia, há muito tempo vivemos esse cenário de bloqueios, protestos, manifestações em vários departamentos aqui na Bolívia, especialmente aqui em La Paz”, disse ela. Karla disse que após a tentativa de golpe, ela e sua família permaneceram trancadas em casa, mas que parte da população saiu às ruas para protestar. “Não se fala de mais nada além deste episódio que a gente acabou presenciando aqui, de insegurança, de medo, de medo total do que vai vir, do que pode acontecer nos próximos dias”, disse. Karla mudou-se para La Paz há cerca de dois meses para trabalhar. Nascida em Natal (RN), é filha de pai boliviano e mãe gaúcha. Morou até 2021 na capital gaúcha até se mudar para São Paulo, onde esteve antes de seguir para a Bolívia. O que aconteceu? Presidente da Bolívia denuncia golpe do Exército A Bolívia sofreu nesta quarta-feira (26) uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-comandante do Exército do país. Tanques do Exército e soldados armados invadiram até o palácio presidencial de La Paz, antiga sede do governo que ainda funciona para atos protocolares. A tentativa de golpe, segundo o governo, foi arquitetada pelo general Juan José Zuñiga, afastado do cargo de comandante do Exército após fazer ameaças ao ex-presidente Evo Morales – ele afirmou que prenderia Morales se o ex-presidente voltasse ao poder. Após cerca de quatro horas de tensão que incluiu um confronto cara a cara entre o presidente Luis Arce e Zuñiga, o movimento foi desmobilizado por ordem de Arce, e os militares que participaram da tentativa de golpe deixaram o local, cercados por soldados que permaneceu leal ao governo. Em comunicado, Luis Arce demitiu o general e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica, nomeou novos dirigentes para as forças e ordenou a desmobilização das tropas. A Procuradoria Geral da Bolívia anunciou que abriu uma investigação criminal contra Zuñiga e os militares que participaram da tentativa de golpe. Polêmico, Zuñiga já havia se envolvido em confronto com o governo nos últimos meses. Na segunda-feira (24), porém, elevou o tom de suas declarações ao afirmar que prenderia Evo Morales caso o ex-presidente, que concorrerá às eleições no país, seja eleito novamente. Na terça-feira (25), senadores anunciaram processos judiciais contra o agora ex-comandante do Exército. LEIA MAIS FOTOS: Veja imagens da mobilização militar desta quarta VÍDEO: Veja momento em que tanques avançam sobre o palácio presidencial LEMBRE-SE: Em 2019, golpe militar na Bolívia fez Evo renunciar à Presidência O novo comandante do Exército indicado pelo presidente boliviano desmobilizou o tropas e tanques começaram a retirar-se do palácio presidencial e da praça Murillo, em frente ao palácio. Zuñiga, que foi à praça Murillo, disse aos canais de TV locais que o movimento era uma “tentativa de restaurar a democracia” na Bolívia e de libertar presos políticos. Após a invasão, Arce confrontou pessoalmente Zuñiga na porta do palácio presidencial. Durante a discussão, o presidente ordenou ao ex-comandante do Exército a desmobilização das tropas. O Supremo Tribunal da Bolívia também condenou a tentativa de golpe e apelou à comunidade internacional para permanecer “vigilante e apoiar a democracia na Bolívia”. O ex-presidente boliviano Evo Morales, que rompeu com Arce no ano passado, mas faz parte do mesmo movimento do atual presidente, disse que foi um golpe de Estado. Segundo Morales, um regimento do Exército rebelde chegou a colocar franco-atiradores numa praça de La Paz. Veja onde os militares invadiram o palácio presidencial na Bolívia Art g1
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