Profissão O repórter desta terça investiga histórias de mortes subnotificadas e mostra como pesquisadores usaram inteligência artificial para encontrar casos registrados erroneamente. Profissão O repórter desta terça conta a história por trás das mortes que não constaram nas estatísticas Reprodução A TV Globo Brasil registrou 46.409 homicídios em 2022, e o número de mortes pode ser superior aos registros oficiais, são os dados do Atlas da Violência. Segundo Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, quase 6 mil homicídios foram contabilizados erroneamente. Em conversa com o Profissão Repórter nesta terça-feira (25), o pesquisador utilizou inteligência artificial para identificar padrões que identificaram homicídios dentro dos casos registrados oficialmente como “morte violenta por causa indeterminada”. Os casos de homicídio foram reconhecidos através de padrões como: o instrumento que causou a morte; a hora da morte; e a educação da vítima. “A inteligência artificial olha o conjunto de mortes violentas cuja causa não foi determinada e identificou que mais de 40% delas são na verdade homicídios”, explica Cerqueira. “Esses assassinatos que não foram registrados são chamados de homicídios ocultos, quando não há autor suspeito.” Leia também Distúrbios do sono e excesso de medicação: mais de 70% dos brasileiros têm dificuldade para dormir Pai é preso após ser acusado de abusar da filha internada em hospital Equipe de enfermagem da UTI gravou vídeo e apresentou denúncia São Paulo lidera o ranking de homicídios ocultos; O repórter Chico Bahia e o técnico de som Carlos Oliveira investigaram as histórias por trás de 20 atestados de óbito registrados como mortes violentas por causa indeterminada A busca ocorreu em São Paulo, cidade que lidera o ranking de homicídios ocultos no atestado de óbito. de Eder da Silva Santos, 26 anos, onde moram a viúva Thaís e seus três filhos pequenos “Não há dúvidas sobre o que aconteceu com o pai dos meus filhos. Eles o roubaram e depois o mataram. Acho que se esquecem de nós porque somos pobres e da periferia. Eles não se importam conosco.” Nos últimos onze anos, o Brasil registrou uma pessoa negra sendo vítima de homicídio a cada 12 minutos. No Hospital Adão Pereira Nunes, referência em trauma na Baixada Fluminense, Caco Barcellos e João Lucas Martins conversou com a médica recém-formada Sara Nascimento. Ela conta que em apenas dois dias de plantão, três pacientes jovens, negros, chegaram mortos ao pronto-socorro, vítimas de tiros “E muitas vezes o paciente chega sem identificação, fica muito tempo. , não consegue encontrar a família”, lamenta Sara “Quer você queira ou não, isso é um tipo de agressão quando você vê que o corpo negro é deixado de lado, sofre mais e é violentado a cada dia.
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