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Alexandre Ramagem, escolhido novo diretor-geral da PF, cumprimenta Bolsonaro em foto de julho de 2019 Adriano Machado/Reuters Apesar de não ser tema da eleição municipal, a operação deflagrada nesta quinta-feira (11) pela Polícia Federal na paralela Abin it poderia ter um efeito negativo sobre os candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Aliados do político temem, por exemplo, a divulgação do conteúdo do áudio citado nos relatórios da PF que registra um encontro entre o ex-presidente e Alexandre Ramagem – que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no período investigado. Dependendo do que for registrado, a força política de Bolsonaro poderá ser afetada durante as eleições municipais. Principalmente nas grandes capitais, como São Paulo, Rio e Belo Horizonte. “A escuta do inimigo já é complicada, agora a escuta do amigo é muito pior”, analisa um aliado do ex-presidente da República no Congresso Nacional. Segundo um dos interlocutores de Bolsonaro, uma possível conversa de Bolsonaro para tentar ajudar, de forma irregular, seu filho Flávio Bolsonaro (senador, PL-RJ) poderia ter um efeito explosivo – e deixar Jair encurralado. É possível prever, a partir de agora, um efeito imediato: prejuízo à pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) a prefeito do Rio. Ramagem foi jogado na disputa pelo ex-presidente, mas agora a direção do PL já avalia se faz sentido manter ou não o ex-diretor-geral da Abin nas eleições municipais. Veja em 5 pontos o que operação da PF revelou sobre a Abin em paralelo Polícia Federal lança nova fase de operação que investiga esquema de espionagem ilegal dentro da Abin no governo Bolsonaro Reunião gravada Existência de gravação de reunião entre Bolsonaro, Alexandre Ramagem, general Augusto Heleno e o advogado de Flávio Bolsonaro se tornaram o principal tema de conversa entre os aliados do ex-presidente após a retirada do sigilo da quarta fase da Operação Last Mile. Segundo investigações da Polícia Federal, na reunião, Ramagem teria discutido uma estratégia para anular um processo contra o filho de Bolsonaro e perseguir os auditores da Receita Federal que trabalharam no caso. “Por que Ramagem não destruiu esse áudio? Qual era o objetivo dele? Por que ele fez a gravação?” são algumas das perguntas em conversas entre altos apoiadores de Bolsonaro. Esses aliados do ex-presidente destacam a confiança que Bolsonaro sempre depositou em Ramagem – defendendo-o publicamente da acusação de ter criado uma Abin paralela para monitorar adversários do ex-presidente da República.
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