A cada Olimpíada, novas terapias ganham destaque no trabalho de recuperação dos atletas. Nas Olimpíadas de Paris, o banho de gelo era popular entre competidores e equipes técnicas. Não é de surpreender que diferentes federações tenham solicitado 1.500 toneladas de gelo para os jogos. A CBN conversou com atletas, médicos e especialistas olímpicos para descobrir os segredos desta e de outras técnicas de recuperação.
Atletas olímpicos de alto rendimento cansados, exaustos, depois das competições em Paris, se preparando para entrar em banheiras… feitas de gelo? As cenas curiosas chamaram a atenção e viralizaram nas redes sociais. Trata-se da criogenia, uma terapia que utiliza redução de temperatura e choque térmico para reduzir inflamações e dores musculares, além de acelerar o processo de recuperação.
O tratamento se tornou um “favorito” entre muitos concorrentes. Tanto é que, nas Olimpíadas deste ano, diversas federações solicitaram mais de 1.500 toneladas de gelo. Porém, o limite dado pelo comitê olímpico foi de 600 toneladas – valor já 10 vezes superior ao dos Jogos de Tóquio-2021.
O judoca Willian Lima, que conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de Paris, afirma que sentiu dores muito fortes após as lutas que participou e que utiliza diversos tratamentos para relaxamento e recuperação muscular, incluindo banhos de gelo.
“Assim que ele saiu, a competição acabou, comecei a sentir algumas cólicas, assim que toda a adrenalina passou, não conseguia levantar o ombro esquerdo, que é o ombro que machuquei, comecei a sentir algumas cãibras no braço, na perna, no dia seguinte acordei com uma dor que, meu Deus, é muito esforço, a gente faz isso, estou muito aberta e disposta a tentar de tudo e isso pode me ajudar a me recuperar. Gosto muito de imersão, tomar banho gelado pra mim me ajuda muito, muito na minha recuperação é um alívio absurdo que sinto”, relatou.
A cada edição, novas técnicas ganham destaque nas Olimpíadas. Em 2016, no Rio, o nadador multimedalhista Michael Phelps fez sucesso ao aparecer com manchas circulares nas costas devido à ventosaterapia – método que usa sucção para ajudar a aliviar dores musculares.
Em 2012, em Londres, surgiram jogadores de vôlei com o kinesio taping, ou funcional taping, método que utiliza faixas para prevenir lesões e relaxar os músculos.
As técnicas ainda são alvo de debates e estudos no meio científico para comprovar sua eficácia. Uma das principais áreas de atuação do COB, Comitê Olímpico Brasileiro, na área de saúde esportiva é acompanhar estudos e publicações científicas sobre avanços em tecnologias para a saúde dos atletas.
Rodrigo Sasson, diretor médico do COB, defende o uso de banhos de gelo, mas explica que o tratamento dos competidores é individualizado e multidisciplinar.
“Cada atleta, de acordo com sua modalidade esportiva, com sua rotina competitiva, realizamos trabalhos preventivos com equipe multidisciplinar, médicos, fisioterapeutas, massoterapeutas, bioquímicos, preparação mental, preparação física, biomecânica e nutrição. Alinhamos tudo, sono, alimentação, estratégia de aquecimento, estratégia de recuperação, de acordo com o calendário e especificidades da competição. E quando há muitas competições, em dias sequenciais ou até mesmo no mesmo dia, entre competições, priorizamos a recuperação, com estratégias de terapia de soltura manual, liberação miofacial, estratégia de criocompressão, bota de compressão, diversas técnicas de regeneração tecidual”, explica.
O triatleta Diogo Sclebin é o brasileiro que mais participou de provas internacionais de triatlo – 127 no total, além de duas Olimpíadas. A prova inclui um quilómetro e meio de natação, seguido de 40 quilómetros de ciclismo e mais dez quilómetros de corrida. Diogo diz que o esforço físico é enorme e que as técnicas de recuperação são essenciais. Mas o seu preferido é, justamente, continuar se exercitando.
“Muitas vezes estamos bem no dia seguinte, podemos até fazer outra atividade, mas temos que ter calma, principalmente quando já temos outra competição em vista muito próxima. Pessoas que competiram no triatlo individual nos Jogos Olímpicos de Paris , eles terão três ou quatro dias de descanso antes de voltarem a competir no revezamento, então temos que nos dar um bom descanso, mas não ficar com o corpo extremamente imóvel, não podemos ficar sedentários de 30 minutos a uma hora, às vezes. mais de uma atividade por dia, para ajudar o corpo a se recuperar, muitas vezes praticamos atividade para recuperação, desde que seja feita em baixa intensidade”, explica.
Sérgio Santos, diretor técnico do Brasil Triathlon e líder da equipe de triathlon nos Jogos Olímpicos de Paris, afirma que sua equipe utiliza todas as terapias de descanso, relaxamento muscular e recuperação; mas que, para ele, a principal técnica é feita antes dos testes:
“Dando aqui um exemplo, se pedirmos para a maioria das pessoas correrem 15 ou 20 km continuamente, elas ficarão muito desgastadas, com dores musculares e algumas nem conseguirão. 20 km é completamente normal e portanto não se cansam, não pelo que vão fazer depois do esforço, mas por tudo que fizeram antes do esforço. São os milhares de km de treino e horas que já fizeram. tenho e, portanto, tenho tendência a fazê-lo. Ou seja, a melhor terapia para combater a fadiga é o que fazemos antes do esforço e não o que fazemos depois”, afirma.
Apesar do apoio de muitos atletas, algumas práticas são consideradas pseudoterapias, ou seja, ainda não existem estudos científicos claros sobre a sua eficácia. É importante, antes de adotar qualquer tipo de técnica, procurar um médico de confiança e consultar recomendações.
Veja 10 práticas e terapias utilizadas por atletas olímpicos
Um dos métodos mais populares, os banhos de gelo ajudam a reduzir a inflamação e as dores musculares após treinos ou competições intensas. Ao mergulhar em água fria, os atletas podem reduzir o inchaço e acelerar o processo de recuperação.
A massagem terapêutica é uma aliada valiosa na recuperação. Os atletas utilizam este método para aliviar a tensão muscular, melhorar a circulação sanguínea e relaxar o corpo após longas sessões de treino.
3. Terapia de compressão
Usar roupas de compressão é uma estratégia comum entre atletas. Essa técnica melhora a circulação e auxilia na recuperação, reduzindo a sensação de fadiga muscular e o risco de lesões.
A acupuntura tornou-se uma prática popular entre atletas que buscam alívio da dor e redução da inflamação. As agulhas inseridas em pontos específicos do corpo promovem relaxamento profundo e auxiliam na recuperação muscular.
5. Terapia por ondas de choque
Usada principalmente para tratar lesões musculoesqueléticas, a terapia por ondas de choque acelera a regeneração dos tecidos e é eficaz na redução da dor, ajudando os atletas a retornarem à ação mais rapidamente.
As fitas cinesiológicas, aplicadas na pele, oferecem suporte aos músculos e articulações, além de promover o fluxo sanguíneo. Essa técnica é amplamente utilizada em diversas modalidades para auxiliar na recuperação.
A prática do yoga combina posturas físicas e técnicas de respiração, promovendo relaxamento e flexibilidade. Atletas que incluem ioga em suas rotinas se beneficiam de um corpo mais equilibrado e menos sujeito a lesões.
A ventosaterapia, que envolve a aplicação de ventosas na pele, melhora a circulação e alivia dores musculares. Essa técnica, popularizada por atletas como Michael Phelps, ajuda a reduzir a tensão e a acelerar o processo de recuperação.
9. Alongamento e mobilidade
Praticar regularmente alongamentos e exercícios de mobilidade é essencial para prevenir lesões e melhorar a flexibilidade. Atletas que dedicam tempo a essas atividades conseguem se recuperar mais rapidamente e estar prontos para novos desafios.
A osteopatia é uma abordagem que se concentra na manipulação das articulações e dos tecidos musculares para promover a cura e o bem-estar geral. Os atletas que utilizam esta técnica podem experimentar alívio da dor, melhoria da mobilidade e recuperação mais eficiente após lesões.
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