Padre era líder do Abassá Lumyjacarê Junçara. Na década de 1990, conheci Roberto Braga enquanto trabalhávamos no centro do Rio de Janeiro. Depois disso, passamos anos nos reunindo nos corredores da antiga Rádio Solimões, em Nova Iguaçu. Eu adorei conversar com ele. Era um homem gentil, atencioso e com vasto conhecimento sobre o Candomblé, e particularmente em relação aos dogmas da Nação Angolana. No dia 28 de janeiro de 2021, quando seu templo, Abassá Lumyjacarê Junçara, completou 35 anos de fundação, fiz uma homenagem a ele aqui na coluna. Padre Roberto Braga era carioca, natural do bairro da Penha. Cresceu em meio católico, mas teve seu primeiro contato com o afro-sagrado aos nove anos, quando começou a frequentar um templo de umbanda. Mais tarde, o seu amor pelos Nkisi (divindades Bantu) levou-o a ser iniciado em Nzaze Loango na Nação Angola, a partir da raiz Tumba Junsara, recebendo a dijina de Luazemi. O tempo passou e, em 28 de janeiro de 1986, fundou o Abassá Lumyjacarê Junçara, em Nova Iguaçu, que, além de funções religiosas, também desenvolve ações socioculturais. Padre Roberto Braga foi uma das principais lideranças do Estado do Rio de Janeiro na luta contra o racismo e a intolerância religiosa. Em julho de 2019, ele, junto com diversas lideranças do Candomblé, Umbanda, igrejas evangélicas, Igreja Católica, Wicca e Budistas, promoveu a 1ª Caminhada contra a Intolerância Religiosa, realizada na Baixada Fluminense. Padre Roberto Braga também foi um dos sacerdotes que se dedicou ao movimento “Liberte Nosso Sagrado”, juntamente com Yalorixá Meninazinha da Oxum e Mãe Nilce Naira, que mobilizou diversas lideranças na luta para que os objetos sagrados, apreendidos no século XIX pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, dispunha de local adequado e de fácil acesso ao povo do santo. Em 2021, essas peças sagradas foram resgatadas e expostas no Museu da República, no Catete. A sua saída deixa uma lacuna irreparável para as religiões de base africana, especialmente para a nação angolana. Os líderes daquela Nação registaram as suas condolências nas redes sociais: Tata Walter Nkosi e Mametu Madozã, do Inzo Ngana Kingongo, escreveram: “Nós, da família ‘Ngana Kingongo’, apresentamos os nossos sentimentos de grande pesar! Por favor, receba nossas condolências e amor neste momento. Que você tenha força e paz para superar essa dor. Não temos palavras para expressar nossa tristeza. Que você encontre a paz, o conforto e o amor de que precisa nos próximos dias. Ngana Nzambi, twa bhyingi ni masoxi o maku ne pala ku tambula mon’ê wa tuxisa. Bhana nguzu ni ku tululuka kwa muiji wa xala ni adila… Senhor, receba seu filho que nos deixou de mãos abertas, dê força e conforto à família enlutada.” Ítalo, Tata Kitaluaji: “É com imensa tristeza e pesar que hoje nos despedimos do Sr. José Roberto Braga Alves, Tata Luazemi; um homem íntegro e fiel a si mesmo acima de tudo. Tive o prazer de chamá-lo de pai desde que entrei pelas portas do Lumyjacarê Juçara. Lá me tornei um homem de axé pelas mãos de Nzazi, onde jurei toda minha lealdade, e assim continuaremos. Não há muitas palavras a dizer; Só posso dizer que amei meu pai de santo e meu pai de santo me amou. Esse sentimento durará para sempre! Você será recebido no reino da glória e se juntará aos nossos antepassados, continuando a nos guiar no mundo do sererê, pois os iniciados no mistério nunca morrem!” Tata Efamim Ia Lemba: “Inzo Mundele Ia Lemba Junsara solidariza-se com o falecimento do nosso querido amigo, pai e irmão Tata Luazemi. Deixo aqui minha homenagem e solidariedade a toda família Lumyjacarê e a esse grande guerreiro que travou um bom combate. Que Kalunga Ngombe lhe receba no reino de Uafá. Zambi sosuela kiambote Kididi!” Tata Osvaldo Mutale: “Que você, irmão, descanse na paz de Nzambi. Sentiremos sua falta. Sem palavras.” Eu, Paulo de Oxalá, expresso meus sentimentos aos familiares e amigos e digo: Obrigado, Guerreiro Roberto Braga, pelo legado que deixa em favor das religiões de origem africana. Certamente, você está sendo recebido no céu com honras e luz! Obs: Padre Roberto Braga-Tata Luazemi, faleceu hoje, sábado, dia 24 de agosto, às 15h. O sepultamento será neste domingo, às 15h, no Cemitério de Nova Iguaçu, RJ.
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