A adoção de crianças maiores e adolescentes aumentou 22% em um ano no Brasil. Mas, segundo o CNJ, dos quase 36 mil requerentes habilitados para adoção no Brasil, apenas 760 aceitam crianças com mais de 10 anos. A adoção de crianças maiores e adolescentes aumentou 22% em um ano no Brasil. Porém, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dos quase 36 mil requerentes habilitados para adoção no Brasil, apenas 760 aceitam crianças com mais de 10 anos. O Profissão Repórter contou nesta terça-feira (6) a história de famílias que ainda aguardam ou já cresceram com a chegada dessas crianças. Saiba mais abaixo. O momento de espera Adoção de crianças maiores e adolescentes aumenta 22% em um ano no Brasil O relatório acompanhou um grupo de apoio à adoção, que se reúne mensalmente em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Lá, a equipe conheceu Maria Cícera Matias e Janaína Góes. Juntos, há 10 anos, decidiram adotar uma criança mais velha ou um adolescente. “Maria me apoiou porque eu ainda não era mãe. Há oito anos, em 2016, eu queria gerar, mas acabou não dando certo. Enfim, comecei a trabalhar na ideia: tenho 44 anos, vou ter um filho? Conversamos muito até que meu coração se abriu para uma criança maior”, conta Janaína. Os dois já deram o primeiro passo efetivo para a adoção de um adolescente de 13 anos e estão em processo de aproximação, que é a autorização para passarem a conviver com a criança ou adolescente. O casal também fala sobre como tem tentado conter a ansiedade nesse momento especial: “Estamos ansiosos, mas temos que manter os pés no chão, porque a aproximação também depende da volta dele”, diz Janaina. já estão conversando sobre nós, a possibilidade de sermos adotados por duas mães. A psicóloga está verificando como ele recebe essa pergunta porque pode acontecer da criança de repente não querer”, destaca Cícera. Ao Profissão Repórter, eles mostraram o quarto que prepararam para receber o menino. Veja o vídeo abaixo. Casal do mesmo sexo relata o processo de adoção de adolescente O desafio da adaptação Casal homoafetivo adota adolescente com deficiência intelectual Em Suzano, na Grande São Paulo, a reportagem mostrou a história de Bruno Leopoldino Onofre e Clayton Onofre, pais de Matheus, de idade 16. O jovem foi adotado aos 13 anos e agora comemora seus novos documentos, RG e certidão de nascimento, com o nome dos pais. “Dizemos que adotamos o Matheus, mas ele nos adotou. Realizamos ações no abrigo onde ele estava. Ele se aproximou e perguntou: ‘Tio, você é casado?’. Eu disse que sim, com tio Clayton. Ele foi até o Clayton e perguntou: ‘Você tem filhos?’. Quando respondemos não, ele sugeriu: ‘Por que você não me adota?’”, conta Bruno. “Depois dessa pergunta, repensamos: ‘por que não dar uma oportunidade ao Matheus?’”, conta Clayton. A chegada de Matheus também foi uma oportunidade para repensar um projeto de vida. Mudaram do apartamento para uma casa, começaram a estudar pedagogia e enfrentaram muitas batalhas para garantir alguns direitos básicos ao filho, que tem deficiência intelectual. “A idade mental do Matheus é igual à de uma criança de 7, 8 anos, e na escola é complicado porque ele está no segundo ano do ensino médio. Conseguimos que um professor auxiliar da quadra ficasse com ele em sala de aula”, explica Clayton. Para Bruno e Cleiton é uma alegria ver o desenvolvimento do filho. Eles lembram que o mais difícil foi conquistar a confiança de Matheus nos primeiros três meses de adaptação. “Não sabíamos ser pais, ele também nunca teve família. Então foi difícil para nós, foi difícil para ele também.” Bruno também fala sobre o medo da reação que inibe a adoção de crianças maiores e adolescentes. “Muita gente pensa que ao adotar um adolescente ele já tem essa característica , É mais agressivo e vejo pela experiência com Matheus que o ambiente foi o que transformou”, destaca Bruno Leopoldino Onofre e Clayton Onofre e filho Matheus, 16 anos Reprodução/TV Globo Realizando um sonho Empresário faz sonho. verdade de ser pai e adotar cinco filhos sozinho O empresário Francisco Borges enfrentou um desafio como poucos: criar 6 filhos sozinho. Já criava um filho quando adotou cinco meninos, desde que nasceu, há 16 anos. anos, falei na possibilidade de trazer um irmão para ele”, conta Francisco. A ideia era adotar apenas Gabriel, que hoje tem 16 anos, a mesma idade, mas ao conhecê-lo, Francisco optou por não separar os dois. irmãos e também adotou Maycon, de 13 anos. Eles haviam perdido a mãe. A família se completou em 2021 com a chegada do Davi, de 5 anos, do Miguel, de 10, e do João, o mais novo, de 3. “Vi um projeto onde foram gravados alguns vídeos, algumas crianças que estavam abrigadas e que não vocês querem adotar porque são grupos de irmãos”, afirma o empresário. Com a experiência de cinco adoções, Francisco coordena atualmente um grupo de orientação e apoio para quem deseja adotar. “Mas se no meio do caminho você perceber que não consegue lidar com isso, é importante reconhecer isso para evitar que crianças e adolescentes, que já têm dores, se machuquem novamente”, aconselha Francisco. Empresário realiza sonho de ser pai e adota sozinho cinco filhos Reprodução/TV Globo Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter:
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