Entidade foi criada há pouco mais de 30 anos, numa época em que o destilado genuinamente nacional ainda não tinha prestígio, com o objetivo de promovê-lo Há pouco mais de 30 anos, um grupo de amigos criou a Academia Brasileira da Cachaça (ABC) com o objetivo de promover e promover a bebida. Inspirada na Academia Brasileira de Letras (ABL), a entidade conta com liturgias como o mesmo número de associados (40) — que só são substituídos em caso de falecimento —, padroeiros, reuniões periódicas e até uma espécie de uniforme (na verdade, um avental estilizado). Exceto o chá das 5, que foi substituído por um brinde com pinga. Se na ABL o maior mecenas é o escritor Machado de Assis, na ABC o cargo foi para o compositor mangueirense Carlos Cachaça. Fim do metrô de superfície: teste revela que viagens serão mais demoradas quando integradas a ônibus regulares Crime e ostentação: são presos ladrões de São Paulo, acusados de roubar Rolex no Rio Com o tempo, vários problemas de saúde afetaram acadêmicos, principalmente nos mais velhos faixa etária – alguns têm mais de 90 anos. Houve diversas vítimas, sem contar aqueles que pararam de beber (pecado supremo), por orientação médica. Jaguar, de 92 anos, está nessa lista: é ocupante da cadeira número 3, que tem como patrono o jornalista Lúcio Rangel. Passada a pandemia, que também dificultou as reuniões, que se tornaram esporádicas, agora é o momento de renovação e busca de colaboradores mais jovens, como Luciana Magoulas, 35 anos, para continuar a luta pelo reconhecimento da pinga como algo maior do que apenas primo pobre do whisky. Em outubro passado, ela assumiu a cadeira número 10, que era ocupada por seu pai, o publicitário Paulo Magoulas, fundador e presidente da academia até falecer em 2021. Outros cinco acadêmicos tomaram posse na época, todos entre 40 e 60 anos. . — Hoje a cachaça é valorizada, já está nos bares, mas é importante que o trabalho seja renovado, pois ainda existe o preconceito de chamar de cachaceiro o cara que está bêbado na rua. A ideia não é beber, mas defender a ideologia da cachaça, que é a nossa bebida nacional — proclama o mais jovem “imortal do copo”, que quer tornar mais frequentes os encontros entre os membros da academia, além de planejar um grande show, com os integrantes que são músicos, como Moacyr Luz (outro que, por orientação médica, abandonou os espíritos), Paulinho da Viola e Teresa Cristina. — A maior dificuldade para reuni-los é fazer coincidir suas agendas. As recentes mortes do escritor e jornalista Sérgio Cabral, do ator Paulo César Pereio e dos cartunistas Ziraldo e Ykenga aumentaram para seis o número de vagas abertas na academia. A essas somaram-se perdas ocorridas há mais tempo, como as do ator Antônio Pedro, em 2023, e de Teresinha de Oliveira, em 2022. A eleição dos substitutos, ainda não definida, está marcada para 13 de setembro, não por acaso Dia Nacional da Cachaça . Em geral, os interessados em se tornarem “imortais da pinga” se inscrevem ou são indicados pelos membros da academia. Para conquistar a vaga é necessária a obtenção da maioria simples dos votos, ou seja, metade mais uma das cadeiras ocupadas. A intenção é seguir os critérios da última eleição, escolhendo os mais jovens. — Hoje a cachaça assumiu seu papel nos bares do Brasil. É uma das bebidas mais importantes nas mesas. E nada melhor para representar a academia do que a juventude — reconhece o atual presidente da entidade, Sérgio Rabello, dono do Galeto Sat’s, onde atualmente se reúnem acadêmicos. Garantia de prestígio Outra característica da academia, mantida desde a sua fundação, é buscar para seus funcionários personalidades com influência na mídia, que possam tanto divulgar quanto conferir prestígio à bebida. Entre os primeiros integrantes estão, por exemplo, nomes como Ziraldo, Dicró, Sargentelli, Nei Lopes, Hugo Carvana, João Nogueira, Beth Carvalho e Paulinho da Viola. O mais recente grupo de imortais inclui a cantora Teresa Cristina, que em 2019 assumiu a cadeira 39, que pertencia à falecida sambista Beth Carvalho, além dos cantores e compositores Pedro Miranda e Toninho Geraes, ambos empossados em outubro do ano passado. — Conversando com expoentes culturais e amigos, como Paulinho da Viola, concluímos que a cachaça precisava de prestígio. Então, buscamos nomes que tivessem acesso à mídia e pudessem incentivar o consumo da bebida. A ideia era divulgar a cachaça —o economista e imortal Raul Hazan, de 92 anos, lembra o início da academia (bebe pelo menos três doses de pinga por dia), que ocupa a cadeira 37 desde sua criação, cujo patrono é o ex-presidente Jânio Quadros, notório consumidor de bebidas espirituosas, inclusive branquinha, e a quem se atribui a frase “bebo porque é líquido, se fosse sólido eu comeria”. Mas na época, alguns bebedores notórios ficaram de fora. Um deles foi o escritor João Ubaldo Ribeiro, recém-ingressado na tradicional Academia Brasileira de Letras. “O pessoal da ABL não entra na nossa academia mesmo que o Itamar Franco peça”, brincou na época o imortal da copa e sócio-fundador do ABC, Albino Pinheiro, referindo-se ao então presidente da República. “Além de não ser mais o cachaceiro que fui, está muito próximo da minha eleição para a ABL e isso pode ofender alguém”, alegou o escritor, na época. O compositor Tom Jobim também não participou, mas por outro motivo: a bebida que ele mais gostou foi o whisky. O jornalista e escritor Sérgio Cabral, que mais tarde se tornou imortal na Academia da Cachaça, recusou o convite inicial para integrar sua fundação. Ele explicou que assumiu o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) e achou que não ficaria bem para quem ocupa cargo tão grave se misturar com os irreverentes imortais da cachaça. Só se tornou acadêmico em 2013, após ter se aposentado compulsoriamente da corte, ao completar 70 anos, em 2007.
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