Semarh destacou um projeto de regionalização de aterros nas regiões do Seridó e Alto Oeste para diminuir o problema. O MP também vê a possibilidade de mais 30 cidades utilizarem aterros sanitários na Região Metropolitana de Natal. Aterro sanitário estação de transbordo de resíduos sólidos lixo Natal Cidade Nova Rafael Fernandes/Inter TV Cabugi Aproximadamente 73% dos municípios do Rio Grande do Norte não destinam adequadamente seus próprios resíduos sólidos. Os dados constam de um levantamento feito pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte (Semarh). A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (2), data em que terminou o prazo estipulado pelo Novo Marco do Saneamento Básico – julho de 2020 – para que todas as cidades do Brasil se adaptem ao descarte correto de resíduos. Entre no canal g1 RN no WhatsApp No Rio Grande do Norte, segundo a pesquisa, 46 municípios descartam os resíduos corretamente e outros 121 municípios não o fazem, utilizando lixões a céu aberto. Como existem aterros sanitários em algumas das cidades mais populosas do estado, a proporção da população gaúcha que está localizada em cidades que realizam o descarte correto de resíduos é de 62,4%, segundo o levantamento, sendo cerca de 2 milhões de um total de 3,3. milhões de habitantes no estado. A destinação correta dos resíduos é de responsabilidade municipal. Mesmo com o cumprimento do prazo estipulado pelo marco, os municípios preveem soluções e apontam dificuldades no fechamento dos lixões por meio de convênios com o Ministério Público do Rio Grande do Norte e análises do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). Projeto de regionalização de aterros sanitários Para tentar avançar na destinação correta dos resíduos, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do RN (Semarh) iniciou, em 2018, um projeto de regionalização de resíduos. O projeto prevê que alguns municípios próximos, na mesma região, utilizem aterros em conjunto. “Os municípios pequenos não têm condições de resolver o problema sozinhos, de criar um aterro adequado, de fazer tudo isso, então a regionalização é necessária”, explicou o secretário adjunto da Semarh, Auricélio Costa. Segundo o secretário, foram firmados consórcios públicos para utilização de aterros regionais para as regiões do Seridó e Alto Oeste e receberam investimentos de estudo e execução no valor de R$ 22 milhões da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Segundo ele, o Consórcio Seridó está com atividades de construção na parte administrativa em andamento. “E, com o acordo da Funasa, também serão aportados recursos para que o aterro de Caicó seja concluído”, explicou o secretário. No Alto Oeste, segundo o secretário, está em construção uma estação de transbordo e ainda existe “um aterro particular que vai ajudar a resolver esse problema”. «O importante agora é que, com este acordo, vamos reapresentá-lo, fazer algumas modificações, ajustes e poder finalizar, apoiar estes dois consórcios para que possam servir os municípios», explicou. Aterros sanitários na Grande Natal: abrigando mais 30 municípios Para a procuradora e coordenadora do Núcleo de Apoio ao Ministério Público Ambiental do MPRN, Rachel Germano, apesar do atual percentual de cidades que realizam a destinação correta de resíduos sólidos ser de 26%, as perspectivas são boas. O promotor explicou que, além do aterro já previsto para a Região do Alto Oeste, os aterros existentes na Região Metropolitana de Natal poderão albergar pelo menos mais 30 municípios, o que poderá ser uma solução. O procurador explicou que o MP trabalha há anos tentando erradicar os aterros, inclusive com um projeto chamado Lixo Negociado, e desde o ano passado atua com a visão de que a existência de aterros é considerada crime ambiental. “Apelamos aos autarcas para que cheguem a acordo sobre uma acção não criminal de persecução, para adaptarem a situação e não responderem a uma queixa-crime. A uma acção criminal por guardarem lixo no seu território, no seu concelho”, apontou. “É importante que o próprio gestor se sinta na obrigação: ‘Agora não tem mais desculpas, tenho que fechar o meu aterro, porque tenho um aterro a 30 km do meu município’”, explicou o procurador. Se os aterros estiverem mais distantes, segundo ela, o MP encarará as situações de forma diferente. “Não podemos forçar um prefeito a fechar seu lixão se ele estiver a 200 km de um aterro sanitário”, disse ela. Coleta seletiva e atuação em aterros sanitários Idema explicou que alguns acordos foram feitos com municípios para acelerar a destinação correta dos resíduos. Trabalhamos com a questão dos crimes ambientais, então aplicamos multa, aplicamos o auto de infração, que pode gerar multa, advertência, dependendo do que for, e o município faz melhorias, apresentando em sua defesa”, explicou o fiscal do Idema , Kelly Dantas explicou ainda que há uma campanha de conscientização com os gestores para aplicar também a coleta seletiva “Quando a coleta for implementada, o que vai para os aterros são resíduos, o que vai reduzir bastante. o custo do município para descartar esses resíduos em aterros”, explicou. Segundo Kelly, os atuais aterros poluem o solo, o ar e a água. “Eles até geram vetores de doenças, principalmente dengue”, disse. O vice-secretário Semarh, Auricélio Costa, explicou que mesmo após o encerramento das lixeiras, o Estado precisará de tomar medidas nas localidades “Mesmo quando deixa de colocar resíduos, ainda necessita de tratamento adequado. Acabar com a poluição dos lençóis freáticos, cobrir essas células, a possibilidade de geração de gás, a necessidade de arborização”, explicou. Vídeos mais assistidos no g1 RN
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