Cerca de um ano antes do final do mandato do deputado Gleisi Hoffmann (PR) na presidência nacional do PT, formou-se um movimento para tentar estabelecer um nome nordestino como sucessor do líder. As articulações são internas e incipientes, mas se intensificaram após o nome do prefeito de Araraquara (SP) e do ex-ministro Edinho Silva ser divulgado como um dos mais cobiçados para o cargo, com aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em pronunciamento recente, o governador do Ceará, petista Elmano de Freitas, defendeu o nome do líder do governo na Câmara e membro da Executiva Nacional, José Guimarães (CE), para a função, argumentando que um representante do Nordeste na presidência do PT contribuiria para oxigenar o partido.
Além de Guimarães, outra figura nordestina lembrada por comandar a sigla é a do senador e ex-ministro Humberto Costa (PE), que também integra a direção nacional e atualmente coordena o grupo de trabalho eleitoral do partido.
A ala petista que se organiza para conseguir um líder nordestino para liderar o partido invoca a força política da região na estrutura partidária e no mapa eleitoral como argumentos para a rotação do poder. Os quatro governadores eleitos pelo PT são do Nordeste: Jerônimo Rodrigues, da Bahia; Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte; Rafael Fonteles, do Piauí; além de Elmano, do Ceará.
Além disso, três ex-governadores nordestinos estão entre os principais ministros de Lula: Rui Costa (Casa Civil), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Camilo Santana (Educação).
O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, representa Sergipe. E a parcela mais significativa do eleitorado de Lula está concentrada na região. Por exemplo, em 2022, a vitória confortável na Bahia foi essencial para compensar a derrota de Lula em São Paulo e garantir o resultado final nas urnas.
Outra alegação é que desde a fundação do PT, há 44 anos, apenas um presidente do partido tinha base política na região, o ex-senador José Eduardo Dutra (falecido em 2015), eleito por Sergipe. Dutra — que também presidiu a Petrobras — liderou o partido entre 2010 e 2011, quando renunciou por problemas de saúde. Foi elevado ao cargo com o apoio do ex-governador sergipano Marcelo Déda, falecido em 2013.
Um dos membros mais influentes da sigla, Déda também era um dos mais queridos de Lula. Em defesa da pré-candidatura de Guimarães, um influente petista mineiro observa que também tem apoio fora do Nordeste, inclusive em Minas Gerais e São Paulo. Duas vezes líder do governo — de Lula e Dilma Rousseff —, Guimarães é influente na bancada federal do PT e, como vice-presidente do partido, atua no dia a dia do partido.
Mas se Guimarães atrai apoiadores além do Nordeste, Edinho também reúne apoiadores influentes na região. Aliados do prefeito de Araraquara disseram ao Valor que líderes históricos do PT, como o ministro Wellington Dias, do Piauí, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, da Bahia, apoiariam o nome do paulista para suceder Gleisi.
Inicialmente, Edinho Silva foi cogitado para assumir cargo no ministério de Lula a partir de 2025, na reforma de primeiro nível. Isso porque, no momento, sua prioridade é eleger seu sucessor em Araraquara, uma das mais importantes prefeituras governadas pelo PT em São Paulo.
Um dos interlocutores mais frequentes de Edinho relatou ao Valor que, há alguns meses, Lula lhe perguntou sobre a possibilidade de concorrer à sucessão de Gleisi, o que foi interpretado como uma “missão”. Muito próximo de Lula e membro da expressão nacional, Edinho foi coordenador da campanha presidencial em 2022, tesoureiro da campanha presidencial em 2014 e ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) de Dilma Rousseff.
Porém, segundo este mesmo interlocutor, seu nome foi recebido com restrições por petistas mais próximos da gestão de Gleisi. A leitura que esse grupo faz de Edinho é que, no comando do PT, ele teria uma postura menos crítica em relação à política econômica devido às suas ligações com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — num contexto em que o principal contraponto à política fiscal e monetária foi feita pelo atual líder do PT.
Um interlocutor de Gleisi ouvido pelo Valor considerou que o debate sobre a sucessão da líder é prematuro, especialmente porque ela está focada no desempenho dos petistas nas eleições de outubro e na conclusão do mandato.
Segundo a mesma fonte, as discussões sobre o processo de eleição direta (PED) para escolha do sucessor de Gleisi só começarão no início de 2025, devendo durar até meados do ano. Nesse formato, todos os membros que cumprem as obrigações partidárias votam na nova liderança.
Segundo o interlocutor de Gleisi, embora seja próxima de Guimarães e Humberto — que dividem com ela as responsabilidades partidárias diárias — ela sempre teve um bom relacionamento com Edinho. A fonte lembra que Gleisi sugeriu que o prefeito de Araraquara assumisse a função de coordenador da campanha de Lula em 2022.
Edinho, Guimarães e Humberto fazem parte da corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Lula e Gleisi, e que manterá a hegemonia partidária. Mas uma fonte partidária alerta que os movimentos em torno destes nomes são embrionários e que outras tendências deverão lançar outros candidatos no momento oportuno.
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