Para se esconder dos auditores externos irregularidades contábeis na Americanas, os executivos da empresa recorreram a um repertório de dispositivos que incluía desde telas com informações falsas até planilhas com o maior número de linhas possível, além de dados disfarçados com o objetivo de “direcionar” o trabalho de análise dos números. É o que diz o pedido de busca e apreensão que resultou na operação do Policia Federal lançada nesta quinta-feira (27) contra ex-diretores da Americanas acusados de fraude contábil.
Assinada pelo desembargador Márcio Muniz da Silva Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a decisão cita especificamente subterfúgios que, segundo a autoridade policial, teriam sido utilizados para “dificultar testes de auditoria” em 2019, quando o PwC Fui responsável pela análise dos números da Americanas.
A ideia era sobrecarregar os auditores
Parte da estratégia, como indica a decisão, consistia em sobrecarregar os auditores aumentando o número de linhas do sistema. “Quanto mais longas as filas, mais difícil seria auditá-las”, explica o magistrado em sua decisão.
Em vez de gerar um único relatório com todos os números do ano a ser auditado, a empresa gerou arquivos para cada mês. Como resultado, os auditores primeiro precisaram unificar os arquivos enviados e depois analisá-los.
Lançamentos fraudulentos
A composição dos dados incluiu “a geração de entradas fraudulentas com valores mais baixos para impulsionar a seleção de valores ‘reais’”, conforme indicado pelas investigações. Como o processo de auditoria é realizado por amostragem, a tendência foi que os auditores concentrassem seu trabalho nas divulgações mais significativas. Isso porque, quanto maior o percentual do saldo fiscalizado, mais eficaz é o teste de auditoria.
A decisão de Carvalho também menciona, como dispositivos utilizados para encobrir fraudes, a “realização de telas fictícias do Sistema oráculo”(mesmo quando a EY era auditora da Americanas) e a negação de autorização para rodar a ferramenta de testes automáticos certificada pela Oracle e SAP. Neste último caso, o argumento para vetar os testes foi que eles não haviam sido autorizados pelo comitê de segurança sistêmica, órgão que não existia.
Para não despertar a desconfiança dos auditores, os arquivos com histórico de lançamentos financeiros foram “trabalhados”, a fim de alterar descrições de lançamentos que pudessem chamar a atenção.
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