Eventos meteorológicos extremos, cada vez mais frequentes, mostram que a estrutura urbana do país não está adequadamente preparada para suportar os impactos das mudanças climáticas. Numa corrida contra o tempo, empresas de diversos segmentos vêm revendo suas operações para se tornarem mais resilientes. O setor elétrico foi muito afetado e entende que a previsão de desastres é essencial para reduzir emergências no sistema.
“Hoje estamos aqui para debater um dos maiores desafios que enfrentamos como habitantes do planeta: as graves alterações climáticas, que estão a alterar vidas em todos os países. Verões rigorosos, incêndios florestais devastadores, furacões, chuvas e inundações, até então inéditos, já fazem parte do nosso cotidiano e mudam a vida das cidades e das economias dos países”, afirmou o CEO global da Enel, Flavio Cattaneo, em seu discurso de abertura no seminário sobre Resiliência Climática, Investigação e Investimento, promovido pela Enel em São Paulo (SP), no dia 12.
O evento contou com a participação de empresários do setor energético, acadêmicos e especialistas. Entre eles, o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), que alertou sobre a projeção dos riscos atuais: “Precisamos frear o aumento da temperatura, acelerar as políticas de adaptação e trazer as emissões para zero. antes de 2050 e desmatamento em todos os biomas. Nunca os seres humanos experimentaram as condições que as novas gerações enfrentarão”, disse ele.
O Ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, destacou a necessidade de garantir um setor elétrico moderno, com tarifas justas, eficiente e inclusivo, alinhado aos desafios deste futuro próximo. Segundo ele, o uso estratégico da ciência e da tecnologia na distribuição de recursos permite uma gestão mais ágil. “Vivemos numa nova era de investigação científica no setor da distribuição [de energia]poder prever problemas e antecipar planos de contingência”, afirmou.
O CEO da Enel Brasil, Antonio Scala, ressaltou que não existe uma medida única que possa garantir a resiliência energética necessária. “Estamos trabalhando com ações de curto, médio e longo prazo”, disse. De imediato, a empresa vem revisando o protocolo de atendimento em situações de emergência, aumentando as parcerias com prestadores de serviços meteorológicos e academia e reforçando os sistemas de contingência. No médio prazo, Scala destacou o aumento de inspeções, manutenções preventivas e podas. No longo prazo, ele citou investimentos em infraestrutura e tecnologia, como a digitalização da rede.
A Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) acompanha as mudanças no setor e reconhece o investimento sistêmico em melhorias na infraestrutura de rede. “Estamos desenvolvendo amplas discussões e estudos para mitigar os efeitos e entregar melhor qualidade”, disse o presidente da entidade, Marcos Madureira.
O ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, reforçou a importância do Brasil na transição energética e a vantagem de já ter 90% de energia renovável, ante 40% da Europa. Ele destacou ainda que a agenda é global e que precisa da união de todos e sinalizou que adaptação é a palavra-chave para os próximos tempos. “O clima não é um tema para governos, ou empresas, ou cientistas e académicos. É uma questão, um dilema para nós, para os seres humanos. É uma ameaça que precisamos superar juntos, reunindo os maiores cientistas, as maiores empresas, os maiores políticos”, acrescentou o CEO Flavio Cattaneo.
O decreto publicado em junho deste ano, com novas regras para renovação dos contratos de concessão de energia, já é uma adaptação à nova realidade. “A renovação traz uma janela de oportunidade para alinhar as distribuidoras às expectativas da sociedade”, disse Gentil Nogueira, secretário de Energia Elétrica, Planejamento e Transição Energética do Ministério de Minas e Energia. Para o secretário, este é o momento certo para aumentar a qualidade dos serviços, do relacionamento e da resiliência climática.
A Energisa também contribuiu para a discussão apresentando sua estratégia. O CEO da empresa, Ricardo Botelho, explicou que cada área atendida pela empresa trabalha com um foco diferente, de acordo com os biomas da região em questão. “Há seis meses tivemos uma das maiores enchentes da história no Acre. Agora, a região vive a pior seca que alguma vez enfrentou. Portanto, a palavra de ordem é adaptação”, destacou.
O CEO da EDP para a América do Sul, João Marques da Cruz, listou as medidas da empresa para responder aos eventos climáticos: resiliência da rede; treinamento de pessoal; digitalização; uso da ciência para previsão; poda de árvores; fortalecimento dos canais de informação e monitoramento; pesquisa e desenvolvimento; e políticas de renovação de concessões.
Enel assina protocolo com Cemaden para antecipar situações meteorológicas
O evento também foi marcado pela assinatura do Protocolo de Intenções entre a Enel e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A iniciativa visa buscar a cooperação na ciência para encontrar soluções para antecipar situações meteorológicas com potencial de causar impactos no setor elétrico. “Para garantir boas práticas de prevenção, a ampla colaboração público-privada é essencial para alinhar as melhores ações”, disse Antonio Scala, CEO da Enel Brasil.
A cooperação permitirá o compartilhamento de tecnologia para criar ferramentas que garantam previsibilidade, antecipem operações de campo e minimizem riscos à infraestrutura nas regiões onde a Enel atua. “Hoje, com este protocolo, colocamos o conhecimento e a experiência do Cemaden a serviço da população e do país”, destacou a ministra da Inovação, Ciência e Tecnologia, Luciana Santos.
O coordenador geral de operações e modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, avaliou o tamanho do desafio enfrentado pelo mundo e explicou que a proposta é disponibilizar o conhecimento da instituição para ajudar a tornar o setor mais resiliente. No futuro, a parceria deverá conceber um projecto mais amplo que apoie todo o sector energético. Trabalho fundamental para as concessionárias desde hoje “não é só a temperatura média que está a aumentar no planeta, mas também a variabilidade, ou seja, os extremos em torno da temperatura”, alertou o especialista.
Segundo Gilberto Pichetto Fratin, Ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, é preciso entender quais são as ações importantes a serem tomadas agora: “Para tanto, é fundamental contar com a colaboração da comunidade científica, da academia e suporte técnico”. Discurso reiterado pela Ministra Luciana Santos: “Os desafios são possíveis quando a pesquisa e o desenvolvimento estão no centro das transformações. Hoje vemos a ciência climática avançando na prevenção e na projeção de cenários futuros de longo prazo”, destacou.
Enel investe R$ 20 bilhões no Brasil e reforça potencial do país na transição energética
A empresa investe em inovação, prevenção, contratação e reforço do plano de atuação em casos contingenciais para reduzir o tempo de atendimento ao cliente
A Enel Brasil tem investido fortemente em suas distribuidoras no país e, no período de 2024 a 2026, concentrou uma série de ações para reduzir o tempo médio de atendimento ao cliente e melhorar a qualidade do fornecimento de energia. Os investimentos destinam-se principalmente à modernização da rede de média, baixa e alta tensão e avanços na digitalização do sistema. A empresa também intensificou as ações de manutenção preventiva, está ampliando a contratação de profissionais próprios para atuar em campo e implementou um novo plano para atuar em casos de contingências, com mobilização antecipada de equipes, de acordo com as condições climáticas.
São R$ 20 bilhões em investimentos entre 2024 e 2026, a maior parte deles será para distribuição de energia. Do total, 80% está sendo direcionado aos distribuidores do Grupo em São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro. O restante se concentrará principalmente na geração de energia, com implantação de usinas renováveis.
Segundo o CEO da Enel Brasil, Antonio Scala, “uma estrutura de rede moderna, com sistemas digitalizados, melhor comunicação com o cliente e mobilização mais rápida das equipes em contingência, tudo isso fará com que cheguemos ao verão mais bem preparados”.
A tecnologia também está na agenda da empresa. O aumento dos medidores inteligentes torna o consumo mais palpável para o cliente, ajuda a reduzir erros de faturamento e auxilia na visibilidade e agilidade na atuação em casos de falta de energia.
Nos últimos anos, a empresa também tem trabalhado na automatização da rede, com equipamentos de telecontrole que permitem reparos remotos, a partir do centro de operações.
A Enel se preocupa especialmente com o atendimento ao cliente, por isso vem ampliando a capacidade do seu canal telefônico, que será duplicado até o final do ano em relação a 2023, além de aumentar o número de pontos físicos. “Temos consciência da nossa imensa responsabilidade. Atendemos mais de 30 milhões de pessoas, temos um compromisso enorme com este país”, enfatizou o CEO global, Cattaneo.
Para um atendimento mais rápido em campo, a Enel tem investido no aumento do número de funcionários da área técnica, aumentando a capacidade dos operadores de campo nos três estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará). Contratações até 2026 atingirão 5 mil novos profissionais; Só neste ano foram contratados 1,2 mil novos eletricistas, um aumento nas operações que contribui para a redução do tempo médio de atendimento ao cliente.
A flexibilidade é um dos pontos de trabalho do Grupo Enel. Olhando para as situações de contingência, o plano é redimensionar para reforçar os canais de atendimento e os operadores nas ruas de acordo com a necessidade. “Também estamos trabalhando para construir a maior frota de sistemas de geração emergencial da América Latina”, destacou Antonio Scala.
Além da distribuição, a Enel foca na transição energética e na colaboração ativa para ampliar a capacidade de geração de energia renovável no país.
Por meio da Enel Green Power, a empresa investe há uma década na geração de energia eólica e solar no Brasil, totalizando uma capacidade de 6,5 gigawatts — 1,5 GW vem da Lagoa dos Ventos, o maior parque eólico da Enel no mundo. O braço operacional renovável da empresa detém uma importante participação de mercado, sendo a maior operadora eólica do país, com capacidade de 3,5 GW, e a segunda maior operadora solar, com 1,7 GW.
No ano passado, a Enel adicionou 900 MW de nova capacidade eólica e solar no país e, em 2024, iniciou a operação do Complexo Eólico Aroeira, na Bahia, com capacidade de 348 MW; e o Complexo Eólico Pedra Pintada, também na Bahia, com 194 MW. A empresa também está concluindo o Complexo Solar de Arinos, em Minas Gerais, com 611 MW.
O presidente Antonio Scala reforçou que a empresa continua trabalhando para que o país se destaque na economia global de transição energética. “O Brasil é essencial para a estratégia de crescimento da Enel e para a transição energética do planeta. O futuro da energia está aqui, o futuro da Enel também. Superaremos os desafios com tecnologia, trabalho, comprometimento e união”, finalizou Scala.
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