Maconha é a droga mais usada do mundo, aponta relatório da ONU | Mundo

O número de usuários cresceu na última década. A ONU registrou 228 milhões de usuários de maconha no mundo, o maior número já registrado. A seguir estão os opioidescom 60 milhões de usuários; anfetaminascom 30 milhões de usuários; cocaínae ecstasy, com 20 milhões de usuários.

A maioria das prisões relacionadas a drogas foi por posse ou uso. Em 2022, sete milhões de pessoas entraram em contacto com a polícia por causa de drogas, e dois terços destas foram devido à posse ou uso. Segundo o relatório, 90% dos presos por crimes relacionados com drogas são homens. Ontem, o STF descriminalizou o porte de maconha para uso pessoal.

A legalização da maconha acelerou o uso nocivo da droga, afirma a ONU. O relatório aponta que nos estados e países onde o consumo e a venda de maconha foram legalizados, houve diversificação em produtos ricos em THC e aumento do consumo perigoso.

“As hospitalizações relacionadas com transtornos por uso de cannabis e a proporção de pessoas com transtornos psiquiátricos e tentativas de suicídio associadas ao uso regular de cannabis aumentaram no Canadá e nos Estados Unidos, especialmente entre adultos jovens”, aponta a organização.

A maconha é a droga que mais problemas causa aos usuários, segundo relatório. Embora os opiáceos causem consequências mais graves para a saúde do que a marijuana, a droga causa mais problemas devido ao número significativamente maior de consumidores e aos padrões de consumo mais prejudiciais em algumas regiões. Metade dos países que forneceram dados para o inquérito indicaram que a cannabis é responsável pelo maior número de problemas de consumo de drogas.

O surgimento de novos opioides sintéticos e a oferta recorde aumentaram os problemas com drogas. Substâncias como fentanil, metadona, oxicodona e codeína são descritas no relatório como as drogas que causam mais mortes no mundo.

Os homens são maioria entre os usuários de drogas. Entre os usuários em todo o mundo, mais de 75% são homens, principalmente de maconha, anfetaminas, opioides e cocaína. A pesquisa também relata que as usuárias enfrentam mais problemas e mais barreiras para receber tratamento médico adequado.

O consumo de cocaína e ecstasy aumentou após a pandemia. A cocaína atingiu o nível mais alto de consumo global já registrado.