Diante dos sinais de aquecimento da economia brasileira, da desancoragem das expectativas inflacionárias, da política fiscal expansionista e da recente desvalorização cambial, o Goldman Sachs passou a esperar um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros na reunião do Banco Central da próxima semana. Além disso, o banco americano ainda espera um ciclo que inclua outra alta de 0,5 ponto em novembro e duas altas de 0,25 ponto nas reuniões de dezembro e janeiro.
Assim, a Selic chegaria a 11,75% em janeiro, e depois seria reduzida novamente em junho, o que levaria a taxa a 10,25% ao final de 2025.
Segundo o banco, os aumentos das taxas de juros são justificados por sinais de superaquecimento da economia; pelo mercado de trabalho apertado, com a taxa de desemprego nos mínimos dos últimos 10 anos e abaixo das estimativas neutras da taxa de desemprego; pelo crescimento muito elevado dos salários e do rendimento disponível real das famílias; por uma política fiscal e parafiscal pró-cíclica frouxa; pela persistente desancoragem das expectativas de inflação a curto e médio prazo; pela recente desvalorização do real, de 11% desde março; devido à dinâmica firme do mercado de crédito; e pelas projeções de inflação do BC acima da meta no horizonte relevante para a política monetária.
Além disso, destaca o Goldman Sachs, a atual taxa de juros não está num patamar tão restritivo. “A taxa nominal neutra está provavelmente em torno de 9%. O BC estima a taxa de juros real neutra em 4,75%, mas alguns modelos apontam para uma taxa de curto prazo mais elevada”, afirma o diretor de pesquisas econômicas para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em nota enviada aos clientes.
O risco para o cenário base da Selic está equilibrado, segundo o banco americano. “Se o real e as expectativas não melhorarem, não descartaríamos um ciclo de aumento mais profundo, de 1,5 a 1,75 ponto percentual. Por outro lado, um real mais forte e uma melhora no equilíbrio de riscos para a inflação poderiam levar a um ciclo de aumento mais suave, de 1 ponto”, afirma.
Ramos também chama a atenção para a possibilidade de riscos à credibilidade da autoridade monetária em caso de inação. “Sabemos que o Copom aumentará a taxa enquanto o Fed e a maioria dos países desenvolvidos cortam. Em circunstâncias diferentes, talvez pudessem esperar um pouco mais para avaliar, mas a dinâmica macrofiscal e financeira interna brasileira é tal que o Copom corre o risco de perder credibilidade se não reagir à clara deterioração do equilíbrio de riscos para a inflação e apenas espera pelo melhor. Ou seja, se o Fed não estivesse cortando, provavelmente entraríamos em um ciclo de aumento mais agressivo”, avalia o economista do Goldman Sachs.
Conteúdo publicado no Valor PRO, serviço de informações em tempo real da Valor Econômico.
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