Frutas amazônicas tiveram 31.381 genes decodificados, incluindo aqueles relacionados à produtividade dos frutos e defesa contra vassoura de bruxa Pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Universidade Federal do Pará (UFPA), Embrapa Amazônia Oriental e Universidade de São Paulo (USP) realizou pela primeira vez o sequenciamento genético do cupuaçu, fruta amazônica do mesmo gênero do cacau. Segundo os pesquisadores, o sequenciamento permitirá um “salto evolutivo” nas pesquisas de melhoramento genético da espécie, permitindo a identificação e manipulação de genes responsáveis por características desejáveis, como resistência a doenças e ganhos de produtividade. Leia também: Como plantar cupuaçu O que é a doença da vassoura de bruxa? Tudo sobre a praga do cacau Cultivo de espécies nativas e exóticas movimenta o mercado da fruta “Isso não só protege a produção e aumenta a produtividade, mas também preserva a planta como um recurso valioso para a bioeconomia amazônica, na qual o cupuaçu é um ativo importante tanto para a alimentação e mercados de cosméticos”, destacou em nota o professor de bioinformática e genômica da Unesp, Alessandro Varani. No total, foram identificados 31.381 genes distribuídos em 10 cromossomos, incluindo genes relacionados à produtividade dos frutos e à defesa contra a vassoura de bruxa – doença que devastou a produção de cacau no sul da Bahia na década de 1990. identificou bactérias presentes nas folhas do cupuaçu que ajudam a planta a se defender de doenças. Segundo o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Rafael Alves, o mapeamento permite encurtar de décadas para meses o período necessário para o desenvolvimento de novas cultivares da espécie. resultados que muitas vezes levam cerca de duas décadas para serem alcançados. Saiba mais taboola “O acesso a esse conhecimento permite saber, desde os primeiros brotos das mudas, quais apresentam as características mais desejáveis e, a partir dessa seleção, investir de forma mais assertiva em novas cultivares com elevados padrões de sanidade, produtividade e ambiente de resiliência”, observa Alves. Com área plantada de 8,9 mil hectares no Pará e produção anual de 29 mil toneladas, a cadeia do cupuaçu envolve cerca de 1,4 mil propriedades no Estado, a maioria delas de propriedade de agricultores familiares. Segundo estudo publicado em 2021, a produção e comercialização da fruta tem potencial para gerar R$ 170 bilhões em renda aos agricultores paraenses até 2040.
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