Tudo que sobe desce? Às vezes o mercado financeiro gosta de provar que sim. Mas na linguagem financeira, isto é chamado de “ajuste”. Depois cinco leilões em azul, Terça-feira, 25, marcou queda no principal índice de ações da bolsa brasileira. Mas as razões para o tremor vão mais longe, incluindo o risco fiscal, o clima nos Estados Unidos e o comportamento do mercado de matérias-primas.
- Nesta sessão, o Ibovespa caiu 0,25%, aos 122.331 pontos, após atingir 122.636 pontos na segunda-feira. Na última semana de junho, o índice ainda manteve alta de 0,24% no mês. A queda acumulada desde o início do ano chega a 8,8%.
Um dos motivos da queda de hoje foi o ajuste, ou realização de lucros. Este é um fenômeno comum em ativos de risco. Após sucessivas altas, os investidores vendem as ações para obter ganhos. Normalmente compram na baixa e ao ver o saldo positivo se desfazem do investimento, o que aumenta a pressão vendedora (oferta) e derruba o preço dos ativos.
O que também tirou novamente o apetite dos investidores foi o medo crescente do risco fiscal. A situação do governo parece cada vez mais delicada e longe de atingir o prometido défice zero. Recentemente, foi a notícia de que o Plano Safra poderia ser mais oneroso do que se imaginava que piorou essa percepção. Mas este é apenas mais um capítulo de muitos que desafiam o cumprimento do quadro fiscal.
Sem chegar a zero nas contas públicas, o governo aparece como um “perdulário”, o que pressiona as taxas de juros e o dólar. Assim como acontece com qualquer cidadão comum quando vai ao banco pedir um empréstimo, as taxas sobem quando o credor vê sinais de que o tomador do empréstimo (neste caso, o Brasil) é um “mau pagador”.
- A Taxa de Depósito Interbancário (DI) de janeiro de 2025 foi reajustada de 10,55% para 10,57% de ontem para hoje. Os prêmios em contratos de prazo mais curto estão mais ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic;
- Para janeiro de 2033, passou de 11,99% para 12,05%. Vencimentos com prazos mais longos refletem maior preocupação com a inadimplência do governo (“risco fiscal”, se preferir).
O dólar também foge quando os investidores sentem o cheiro de incumprimento. Para piorar a situação para o real, as taxas de juros dos títulos públicos dos Estados Unidos (Tesouro) também tiveram um dia de alta, em antecipação aos dados de inflação que serão divulgados na sexta-feira.
- Com isso, a moeda americana valorizou 1,16% frente ao real, sendo negociada a R$ 5,45. Em junho, o dólar comercial acumulou valorização de 3,8%; no ano, está 12% mais caro.
Em 2024, não é possível avaliar as altas e quedas da bolsa, das taxas de juros e do dólar sem olhar para os Estados Unidos. Aguardando mais um dado econômico importante, foi um dia de cautela no mercado americano. As taxas de juros subiram lá, o que também contribuiu para a queda do mercado de ações e para o aumento do dólar e das taxas aqui.
É difícil competir com taxas atrativas nos Estados Unidos, considerada a maior e mais estável economia do mundo. Os investidores preferem proteger-se na renda fixa americana em vez de enfrentar os riscos de mercados emergentes como o Brasil.
Dessa forma, o fluxo de investimentos se volta para os títulos do país, o que aumenta a demanda por dólares, encarecendo a moeda. Além disso, as altas taxas de juros no exterior pressionam as taxas locais, que precisam se tornar mais competitivas para despertar o interesse dos investidores.
Mas não foi apenas a obtenção de lucros, os Estados Unidos e o risco fiscal que afetaram o Ibovespa. A queda no preço das principais commodities exportadas pelas empresas brasileiras também empurrou o índice para o vermelho.
A desvalorização do minério de ferro nos últimos dias, que atingiu o menor nível em dois meses, contribuiu para derrubar os preços de empresas como a Vale (VALE3), que tem peso enorme no Ibovespa, e outras empresas do setor. As empresas petrolíferas, incluindo Petrobrás (PETR3; PETR4) teve pregão com leves perdas. O petróleo também caiu, após altas recentes.
O mau humor não se limitou ao Brasil. Nos Estados Unidos, os mercados bolsistas também tiveram um dia difícil. No entanto, índices como S&P500 e Nasdaq foram salvos por ações de tecnologia (leia-se Nvidia).
Para Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, o A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) lavrada foi um contrapeso ao mau humor do mercado. Embora o texto não traga grandes surpresas em relação à declaração da autoridade monetária, que manteve a taxa básica (Selic) em 10,50% ao ano na semana passada, ele reforça a retórica de que os juros devem permanecer elevados, na casa dos adolescentes. dois dígitos por muito tempo. Mas também demonstra o claro compromisso do comité em manter o índice de preços controlado.
Segundo Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital, a postura do comitê é vista como vital para contrabalançar a postura esbanjadora do governo. “As taxas de juros persistentemente elevadas, porém, pesam sobre o mercado acionário brasileiro, pois desestimulam o fluxo de capitais da renda fixa para a renda variável”, afirma.
O lado amargo de uma política mais conservadora é que um ambiente de taxas de juro elevadas se torna mais hostil aos activos de risco. Por um lado, torna a renda fixa imbatível, oferecendo retornos interessantes e previsíveis. Por outro lado, reduz o consumo, desacelera a economia e os investimentos nas empresas. Além disso, o nível de endividamento tanto das empresas como dos particulares aumenta.
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