Feira do Livro no Pacaembu aumenta programação em quase 40% | Eu &

Se no festival do Pacaembu do ano passado, já maior que a estreia em 2022, foram 40 mesas na programação principal, desta vez a lista anuncia 55 mesas distribuídas em nove dias, sem contar os eventos paralelos que podem ser organizados pelas editoras em suas arquibancadas.

É o reflexo da aposta da organização, levada a cabo pela Associação Quatro Cinco Um com a Maré Produções, num evento mais longo, com mais quatro dias. Toda a programação permanece aberta e gratuita.

O festival vai concentrar seus convidados em dois finais de semana, 29 e 30 de junho e 6 e 7 de julho, mas destaca uma programação voltada para professores, alunos e educadores no novo projeto Praça na Aula, mais enxuto, de segunda a sexta-feira.

Todos os dias, cerca de 150 editoras, livrarias e outras iniciativas literárias terão stands montados ao ar livre, com venda de produtos e eventos dispersos. A feira inaugura três novas plataformas menores apenas para receber a programação paralela elaborada por expositores independentes.

A programação principal volta a ser dividida em um palco maior, montado na praça, e outro dentro do estádio. Algumas novidades mais importantes incluem presenças internacionais como o congressista e podcaster português Rui Tavares, a escritora de suspense francesa Hannelore Cayre e o investigador americano James N. Green.

Mas a lista de personalidades nacionais ficou ainda mais robusta com Marcelo Rubens Paiva, Sérgio Vaz e José Henrique Bortoluci, o ex-futebolista Walter Casagrande, o cantor Nando Reis, a atriz Alice Carvalho, o diplomata Rubens Ricupero e a artista Lenora de Barros, em conversa realizada em parceria com a feira ArPa, que também estará presente no Pacaembu no próximo final de semana.

Uma das mesas mais esperadas reunirá os escritores Jamaica Kincaid e Henry Louis Gates Jr., dois expoentes do pensamento afro-americano. O romancista caribenho é lembrado nas listas do Prêmio Nobel de Literatura por livros como “My Mother’s Autobiography” e “Annie John”, enquanto o crítico literário norte-americano lança no evento sua “Black Box”, um panorama de séculos de escrita sobre raça nos Estados Unidos.

A argentina Camila Sosa Villada, outro destaque do programa, será entrevistada sozinha pela jornalista Adriana Ferreira Silva. Publica três livros simultaneamente por três editoras: “Tese sobre uma Domesticação” na Companhia das Letras, “A Viagem Inútil” na Fósforo e “A Namorada de Sandro” na Tusquets.

Além de promover encontros entre personalidades literárias, como Tatiana Salem Levy e Claudia Piñeiro, Ivan Angelo e Maria Adelaide Amaral, Bruna Beber e Gregorio Duvivier, Michel Nieva e Joca Reiners Terron e o trio Sérgio Rodrigues, Luiz Antonio Simas e Daniel Kondo, a feira parece dedicar cada vez mais espaço às artes relacionadas à literatura.

Assim, oferece horário nobre para entrevista com a chef Rita Lobo protagonizada por Isabelle Moreira Lima, e para conversa com o sambista Martinho da Vila mediada pela apresentadora Adriana Couto. O Slam, cada vez mais protagonista dos eventos literários, estará presente numa mesa que junta Mel Duarte e Rashid.

A psicanálise deve ocupar o primeiro plano nas conversas entre as colunistas Vera Iaconelli e Geni Núñez e entre os psicólogos Christian Dunker e Natalia Timerman, mediadas pela também colunista Tati Bernardi.

Matemática norteia a mesa com o presidente do Impa, Marcelo Viana; a arqueologia deverá ser protagonista da conversa entre os jornalistas Adriana Abujamra e Bernardo Esteves, que lançaram uma biografia de Niéde Guidon e o ensaio histórico “Admirável Mundo Novo”; e meio ambiente darão o tom da mesa entre o documentarista João Moreira Salles e o gestor ambiental Pablo Casella.

Haverá também uma homenagem ao Rio Grande do Sul reunindo renomados autores gaúchos, como Jeferson Tenório, Morgana Kretzmann, Verônica Stigger e Paulo Scott.