O governo está editando uma portaria para agilizar a liberação de recursos de emendas parlamentares obrigatórias para obras que já estão em andamento, disse hoje o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A medida é uma exigência tanto do Planalto quanto de parlamentares, em meio à suspensão do pagamento dessas emendas determinada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando falta de transparência.
O governo está criando uma portaria interministerial, liderada pelo SRI, que envolve o Planejamento, a CGU (Controladoria-Geral da União), para caracterizar imediatamente quais são as obras que já estão sendo executadas, quais são os serviços em andamento, para que possa ser liberado esses alterações obrigatórias o mais rápido possível, tanto individuais quanto de bancadas impositivas”, disse Padilha em entrevista coletiva.
Acrescentou que a decisão do Supremo já autoriza a continuidade do pagamento e empenho destas obras em curso.
Padilha falou à imprensa após reunião em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu lideranças de partidos de base no Palácio do Planalto. A reunião ocorreu em meio ao esforço do governo para chegar a um acordo com os deputados sobre o tema.
Ex-ministro do governo Lula, Dino determinou a suspensão do pagamento das chamadas “emendas Pix” (transferência direta a Estados e municípios) e “emendas de comissão” (que substituíram o extinto Orçamento secreto). Na última terça-feira, houve almoço na sede do Tribunal, que reuniu Dino, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ministro da Casa Civil, Rui Costa e o presidente do Supremo Tribunal. Ali, entre outras coisas, foi estipulado um prazo de dez dias para que o Legislativo e o Executivo apresentassem parâmetros para emendas individuais e de comissões.
Padilha disse que “há uma série de medidas” que deverão ser apresentadas ao Supremo nos próximos dias.
“Há uma série de medidas que estão sendo, do ponto de vista do governo, coordenadas pelo SRI, pela AGU (Advocacia-Geral da União), pela Casa Civil, e em diálogo com a Câmara e o Senado, com o Supremo próprio Tribunal Federal”, afirmou. “Porque o nosso foco neste momento é não parar obras, não parar serviços, não deixar que sejam quebrados compromissos que já existem com estados e municípios”.
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