O área técnica de Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que a decisão do governo, no Projeto de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, de adiar o ajuste fiscal poderá colocar em risco a trajetória de redução da dívida pública ao longo de dez anos. Além disso, a equipa económica utilizou pressupostos considerados otimistas, o que representa um risco para o equilíbrio das contas públicas.
As conclusões estão contidas em processo que analisou o Projeto de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2025, enviado em abril deste ano ao Legislativo e isso serve de base para a elaboração do próprio Orçamento. O relator foi o ministro Antonio Anastasia.
- A uma semana do envio do Orçamento, TCU alerta governo sobre riscos de déficit zero em 2025
No PLDO, o governo trouxe pela primeira vez uma projeção para a trajetória da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) até 2034. Pela estimativa apresentada pela equipe econômica, a dívida aumentaria até 2027, quando chegaria a 79,7. % do Produto Interno Bruto (PIB). Depois, haveria uma redução gradual até cair para 74,5% do PIB em 2034, quase no mesmo nível de 2023, quando a dívida fechou em 74,3%.
O TCU, porém, encontrou dois riscos para a concretização dessa projeção. A primeira foi a decisão do governo de adiar o ajuste fiscal, ao prever um défice zero em 2024, um excedente de 0,25% do PIB em 2026, 0,50% do PIB em 2027 e 1% em 2028, enquanto em vez da projecção anterior, de um excedente de 0,5% em 2025 e 1% em 2026.
“Nota-se que, mesmo descontados parcialmente os precatórios, o ajuste fiscal implícito nas metas fiscais foi deslocado para o futuro. O resultado de 1% do PIB que seria obtido em 2026 só será almejado em 2028. Além disso, o A melhoria de 0,5 ponto percentual ao ano implícita nas metas da LDO 2024 foi reduzida para um avanço de 0,25 ponto percentual ao ano, reduzindo o ritmo de ajuste”, destaca o TCU.
A dívida pública acaba sendo afetada pelo resultado primário efetivo, que inclui precatórios que serão pagos fora da meta fiscal até 2026. Nesse cenário, o governo projeta um déficit de 0,23% do PIB em 2025 e de 0,11% do PIB em 2025. 2026, passando a fechar as contas no azul apenas a partir de 2027. Ou seja, o próprio governo prevê que o resultado fiscal deixará de aumentar a dívida pública apenas a partir de 2027, o que gerou críticas dos auditores.
“A estratégia de procurar excedentes primários crescentes de 2027 a 2034 implica adiar a consolidação orçamental para um período mais distante e incerto”, afirma a equipa técnica do Tribunal. “Isto envolve riscos em caso de choques de procura ou outros fatores adversos, comprometendo a capacidade de resposta à volatilidade económica”, acrescenta.
Destacam também que o governo optou por adiar o ajuste fiscal mesmo diante de sinais de crescimento económico.
O segundo risco para a trajetória da dívida são os pressupostos utilizados pela equipa económica para o resultado primário, o crescimento económico e o custo real da dívida, tanto em comparação com as expectativas do mercado como em comparação com valores históricos. Essas premissas foram consideradas otimistas pelos auditores do TCU.
“Isso representa um risco para o equilíbrio das contas públicas, pois se a atividade econômica e os juros da dívida não acompanharem as previsões do governo, o estoque da dívida poderá ter uma trajetória muito diferente daquela apresentada no PLDO 2025”, diz o tribunal, em relatório.
Outra premissa considerada otimista é que as despesas, ao longo de todo o período, crescerão em ritmo mais lento que as receitas. “Essa suposição pode ser irrealista se não houver revisão das despesas obrigatórias ou discricionárias vinculadas à receita”, diz o relatório da auditoria.
O TCU calcula que, se o governo tiver resultados primários iguais aos limites inferiores da meta primária nos anos de 2024 a 2028, a dívida em 2034 ficará 1,3 ponto percentual acima do projetado. Este cálculo foi feito porque o governo tem visado a faixa inferior, e não o centro da meta primária.
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