Num momento em que a atividade econômica e o mercado de trabalho estão mais fortes do que o esperado, as expectativas de inflação se afastaram ainda mais da meta de 3% e a taxa de câmbio se desvalorizou mais que seus pares, o Banco Central deve iniciar um ciclo de elevação da Selic em setembro , na avaliação da XP, que projeta alta de 0,25 ponto percentual nos juros básicos em setembro, seguida de duas altas de 0,5 ponto, que levariam a Selic a 11,75% no final do ano. No início do ano que vem, o BC entregaria um aumento final de 0,25 ponto.
“O que realmente nos fez mudar o cenário base da taxa Selic foi a recente comunicação dos membros do Copom. Conforme destacado em nossos relatórios anteriores, com a flexibilização da política monetária em economias importantes (EUA, Europa, pares latino-americanos), acreditávamos que o Copom ficaria satisfeito com suas projeções de inflação ligeiramente acima da meta, optando por ampliar o horizonte de convergência. Mas os membros do Comitê apontaram que, em 3,2%, a previsão de inflação está acima da meta”, observa a equipe de economistas da XP liderada por Caio Megale.
Os profissionais da XP lembram ainda que os membros do Copom mencionaram que as perspectivas de inflação “são incômodas e assimétricas para cima, e que o aumento das expectativas inflacionárias exige uma reação”. Na visão da XP, um ciclo de 1,5 ponto de alta na Selic “nos parece mais provável”. Em relação ao médio prazo, os economistas acreditam que o Copom encontrará espaço para relaxar a política monetária no final de 2025 ou início de 2026, mas afirmam que aguardarão a evolução da economia nos próximos meses antes de calibrar esse cenário. “Por enquanto, manteremos a projeção da taxa Selic em 12% para o final de 2025.”
Diante do grau mais restritivo da política monetária, a XP reduziu sua projeção para o IPCA do próximo ano de 4,3% para 4,0%. Para este ano, a casa passou a registrar inflação mais alta, aumentando sua estimativa de 4,1% para 4,4%.
Em relação ao crescimento econômico, caracterizado pela XP como resiliente e mais forte que o esperado, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passou de 2,2% para 2,7%, enquanto a projeção para o PIB do próximo ano, dada a política monetária mais restritiva , sofreu leve queda, passando de 1,7% para 1,6%.
Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
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