O mundo corporativo, em sua amplitude, enfrenta ainda outro desafio além dos avanços tecnológicos: gerenciar diversidade geracionalum resultado extremamente positivo de aumento da longevidade.
O livro dos pesquisadores Maiza Neville e Fábio Rochaintitulado “Diversidade Geracional: mutações, transformações e impactos dos 50+ nas organizações e na sociedade”, analisa este tema de forma pioneira sob a perspectiva da cultura brasileira e de outras culturas.
Os autores consideram que a competitividade empresarial é o principal motivador para a geração de negócios e sua inovação contínua. Neste sentido, é de extrema importância compreender o conceito de diversidade nas organizações como um ambiente que acolhe uma pluralidade de perfis comportamentais, sociais e culturais distintos. Isto envolve raça, capacidade física, género, idade, estado civil, ideologia e, especialmente, diversidade etária.
Ressaltam que a diversidade geracional é atemporal, pois a sociedade será sempre formada por pessoas de diferentes faixas etárias e as organizações terão líderes e colaboradores de diferentes gerações. Esta diversidade exige profunda reflexão e análise dos seus impactos nos sistemas organizacionais.
Segundo especialistas, é fundamental aproveitar os benefícios dessa pluralidade de pensamentos e ações por meio de políticas claras de inclusão, manutenção e valorização de profissionais com mais de 50 anosque possuem uma riqueza inestimável de contribuições e complementam as ações do grupo mais jovem.
Os autores sugerem sete passos para transformar a cultura corporativa:
- Demonstrar claramente o posicionamento estratégico de valorização dos profissionais 50+;
- Realizar diagnóstico geracional para identificar indicadores que apoiem políticas de inclusão;
- Instituir políticas e diretrizes para inclusão de profissionais seniores;
- Manter uma comunicação clara e honesta para impulsionar a mudança de mentalidade e internalização da nova forma de convivência;
- Realizar ações de preparação da equipe de recursos humanos e liderança para decisões alinhadas às novas práticas;
- Promover ações alinhadas ao plano de vida e carreira dos profissionais com mais de 50 anos;
- Prestar apoio contínuo aos profissionais com mais de 50 anos, oferecendo apoio psicossocial, cuidados de saúde física e mental, fortalecimento de vínculos sociais e planejamento financeiro familiar.
Além disso, vale destacar um estudo publicado em 2018 pelo “New England Journal of Medicine” que revela que O período mais produtivo da vida humana ocorre dos 60 aos 70 anos, seguido dos 70 aos 80 anos e dos 50 aos 60 anos. A idade média dos ganhadores do Prêmio Nobel é de 62 anos e a dos presidentes das empresas mais proeminentes do mundo é de 63 anos.
Essas reflexões são relevantes tanto para pessoas longevas quanto para ações no mundo corporativo.
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