De acordo com os resultados do primeiro programa piloto realizado no Brasil, 87,4% dos participantes sentiram que tinham mais energia para realizar tarefas e uma redução de 72,8% na taxa de exaustão frequente devido ao trabalho semana de 4 dias Getty Images Desde a possibilidade de uma semana de trabalho de quatro dias começou a ser discutida em todo o mundo, esta realidade tornou-se o desejo de muitos trabalhadores. No Brasil, o primeiro projeto piloto para implementar a medida acaba de ser concluído. A implementação do projeto, porém, vai além da simples introdução de um dia de folga extra no calendário. Em evento realizado nesta quarta-feira (14), em São Paulo, algumas das empresas participantes do piloto compartilharam suas experiências e falaram sobre os benefícios e dificuldades enfrentadas no processo. A primeira delas envolve uma transformação profunda na cultura da empresa — com redução da microgestão, facilitação da comunicação entre líderes e colaboradores, rotinas mais enxutas, com despriorização de tarefas que dificultam a execução de atividades essenciais e foco na entrega. A segunda foi uma revisão detalhada de todos os processos internos, na tentativa de eliminar gargalos e tornar toda a operação mais eficiente. IA como assistente Para Raquel Teixeira, sócia da Clementino & Teixeira Advocacia, a inteligência artificial se tornou uma grande aliada na automatização de processos mais simples, mas capaz de reduzir a jornada de trabalho dos advogados do escritório. Como o escritório lida com questões trabalhistas de alta complexidade, inicialmente Teixeira disse ter resistência à aplicação de IA no dia a dia, mas acabou percebendo que ferramentas como a plataforma Inspira, voltada para advogados, e o Clockify, capaz de quantificar horas produtivas diárias , pode fazer toda a diferença. Segundo a empresária, a IA só será utilizada em aspectos não estratégicos da operação. “O que é estratégico para nós, vamos manter com o nosso modelo de trabalho, com a inteligência das pessoas que conhecem o negócio, que interagem com o processo e com os clientes”, explica. “Estamos inserindo inteligência artificial naquilo que consideramos que não mudará efetivamente o nosso DNA, mas sim agregará produtividade, melhorará o nosso futuro e, às vezes, até proporcionará mais segurança, porque sabemos que o sistema às vezes é menos falho do que uma pessoa cansada ou sobrecarregada de trabalho. “, acrescenta Teixeira. Tempo precioso que se popularizou nas redes sociais com o nome “CLT Premium”. Segundo Roberta Faria, CEO da empresa, é um desafio competir com os benefícios oferecidos pelas grandes corporações, mas a proposta de uma sexta-feira livre pode ser um atrativo diferencial, mesmo com um salário menor, já que muitos candidatos buscam priorizar seu tempo , bem-estar e flexibilidade na escolha de carreira. “O tempo é a coisa mais preciosa de todas. É a única coisa que mesmo com todos os milhões de reais no banco você não consegue recuperar”, acrescenta. O sentimento da empresária encontra ressonância nos resultados oficiais do programa piloto de semana curta. Segundo o relatório final, 16,7% dos participantes afirmam que não mudariam de emprego, independentemente do valor oferecido, e outros 40,4% apontam que a nova proposta precisaria ser pelo menos 50% superior ao salário atual para o retorno para uma semana de cinco dias foi considerada. Resultados positivos Apesar das dificuldades e das adaptações necessárias, tanto líderes quanto colaboradores parecem dispostos a tornar realidade a semana de quatro dias. No trabalho, 56,6% identificaram melhorias na execução dos projetos, 52,6% relataram melhor capacidade de cumprimento de prazos e 80,7% aumento na criatividade e inovação. Além disso, o engajamento da equipe cresceu 60,3%. Em relação ao bem-estar e à saúde, 87,4% dos participantes sentiram que tinham mais energia para realizar tarefas e uma redução de 72,8% na taxa de esgotamento frequente devido ao trabalho. Mesmo com o maior volume de tarefas nos quatro dias ativos da semana, 43,6% indicaram que conseguiam praticar exercícios mais de três vezes por semana e 49,6% reduziram a incidência de insônia. Além disso, o número de colaboradores que conseguiam dormir mais de 8 horas por dia aumentou 43,6%. O projeto piloto realizado no Brasil foi iniciado pela Reconnect Happiness at Work & Human Sustainability e é semelhante a outros realizados pela 4 Day Week Global em outros países, como o Reino Unido. A 4 Day Week Brazil é uma organização sem fins lucrativos que realiza programas pilotos, além de trabalhar com governos locais para definir políticas públicas e facilitar pesquisas que mostrem os benefícios de um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Seguindo em frente Originalmente, 21 empresas se inscreveram no projeto piloto do grupo. Um deles, vítima das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, acabou saindo do programa, e outro, que passou por grandes mudanças em sua gestão, pausou sua participação, com planos de retomada. No total, 290 colaboradores foram impactados. Das 19 empresas que chegaram ao fim do projeto, todas indicam que continuarão investindo na semana de 4 dias: 46,2% aderirão definitivamente, 38,5% farão adaptações e 15,4% ampliarão o piloto — algumas para incluir mais equipes no processo. As inscrições para a segunda turma do projeto piloto já estão abertas. A fase de planeamento decorrerá entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, altura em que terá início a fase de execução do programa, que se prolongará até julho. O programa será mais uma vez gerenciado pela 4 Day Week Brazil. Mais lido
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