A defesa do palestino muçulmano Abuumar aguarda nova decisão da Justiça Federal e informações da Polícia Federal a respeito da determinação de expatriação no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Uma liminar da Justiça Federal impediu temporariamente a PF de repatriar o cidadão palestino e familiares que chegaram ao Brasil na última sexta-feira. Muslim veio da Malásia, onde é pesquisador de uma universidade local, e veio ao Brasil para passar as férias de julho em São Paulo. Um irmão mora no interior de São Paulo há dois anos no país e diz ter cidadania brasileira.
A defesa afirma que o estrangeiro foi abordado à porta do avião e questionado sobre o seu pensamento relativamente à ofensiva israelita na Faixa de Gaza. Na delegacia do aeroporto, ele não estava acompanhado de tradutor ou advogado, nem a Polícia Federal apresentou qualquer documento ou prova de que ele estava violando alguma regulamentação nacional. Os agentes não explicaram o motivo da proibição de entrada no Brasil, segundo o advogado Bruno Henrique de Moura.
“O procedimento da legislação brasileira, quando você impede alguém de entrar em território brasileiro, é que você seja avisado do motivo desse impedimento. A Polícia Federal tem discricionariedade para impedir a entrada de alguém. Agora, discricionariedade não é arbitrariedade. fala, olha, você não vem porque tem problema com passaporte, porque não tem visto, porque não tem onde ficar no Brasil, ou porque cometeu um crime e a gente acha você não é bem-vindo aqui. Mas a PF não disse nada. Na verdade, ela nem entregou o acordo de impeachment para Muslim.
O advogado destaca ainda que a decisão judicial determina que a PF deverá prestar atendimento médico, principalmente para a esposa, que está grávida de sete meses. Segundo Moura, o serviço ainda não foi prestado.
Seu irmão, doutorando em políticas públicas Habib Omar, disse que Muslim, diretor de um centro de pesquisa, seria perseguido por ter posições críticas em relação ao conflito na Faixa de Gaza.
“Então, ele está sendo perseguido pelas pessoas por suas opiniões críticas sobre o conflito. Ele é um ativista. Ele trabalha muito, é uma figura pública na Malásia. E ele mora legalmente na Malásia há muito tempo e veio para o Brasil ver minha mãe. Foi uma viagem planejada há muito tempo”, disse ele.
O presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil, Ualid Rabah, reclama da xenofobia dos agentes e fala da necessidade de reformas em setores da Polícia Federal, que, segundo ele, trabalham por conta própria e sem obedecer às ordens dos o Estado Brasileiro.
“Acreditamos que é necessária uma reavaliação dos setores de inteligência e contraterrorismo, que certamente não estão obedecendo ao governo brasileiro e aos interesses do país. Ou o Brasil interfere e regulariza esses setores ou a Polícia Federal será dos Estados Unidos e de Israel”, afirmou. criticado.
A PF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
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