O ritmo acelerado do século XXI obriga as empresas a repensar diversas estratégias que estão consolidadas há décadas. Uma delas é a forma como as transformações são feitas dentro de uma empresa. No passado recente, o modelo criado na década de 1950 pelo psicólogo alemão Kurt Lewin era considerado o padrão ouro para as empresas — com começo, meio e fim, a estratégia é conhecida como as etapas de “descongelar, mudar e recongelar”. As exigências do mundo contemporâneo, porém, indicam que o melhor caminho é a mudança constante e contínua.
“Embora [o método] é eficaz para projetos pontuais, como a implementação de um novo sistema de folha de pagamento, esse modelo não atende às necessidades do dinâmico ambiente de negócios atual”, apontam os pesquisadores Michael Makins e Patrick Litre, da consultoria Bain, em artigo publicado na Harvard Business Review. “A evolução contínua do cenário externo exige transformação contínua dos negócios, sem espaço para pausas, congelamentos e desistências.”
Makins e Liter desenharam um novo modelo pensado para ser duradouro, mais focado no perfil das empresas modernas, também em três etapas: adoção de mentalidade ágil, metas que desafiam continuamente a busca por melhorias e incorporação do ideal de transformação na cultura e no ritmo operacional da empresa.
“No mundo acelerado de hoje, a transformação empresarial não pode mais ser tratada como um projeto único. A mudança contínua requer transformação constante. A abordagem tradicional deve dar lugar a uma nova mentalidade: “reconsiderar, remodelar, repetir”. É através deste processo contínuo de transformação que as empresas podem realmente atingir todo o seu potencial”, explicam os investigadores no seu artigo.
Enquanto o modelo tradicional envolve ações limitadas no tempo e grandes interferências no dia a dia da empresa, os pesquisadores propõem uma nova filosofia: a de reconsiderar, remodelar e repetir. Segundo eles, a ideia é promover uma busca contínua pela excelência.
A adoção da nova mentalidade ágil coloca a transformação como um importante pilar estratégico, deixando a porta aberta para reavaliar continuamente estratégias e questões críticas, e considerar alternativas para resolver um problema ou adaptar um processo.
De acordo com Makins e Litre, a mentalidade ágil permite que as organizações “liberem o potencial de inovação e adaptação, tornando a mudança contínua uma capacidade essencial”. Com isso, é possível formar líderes e fornecer ferramentas para que os setores estejam sempre em busca de avanços e melhorias contínuas.
Um exemplo é a State Farm, seguradora que se viu deixada para trás, precisando se adaptar às novas demandas de seus clientes: produtos personalizados, experiência de compra digital e atendimento ágil.
A empresa repensou suas operações, processos e toda a infraestrutura tecnológica em um modelo de transformação contínua e não mais pontual, como no passado. A modernização de processos resultou no aumento do valor de mercado: de US$ 100 bilhões em 2018 para US$ 135 bilhões em 2023. O crescimento de suas principais linhas de negócios superou a média do setor.
O segundo ponto da estratégia é a imposição de metas que possam ser inspiradoras e não apenas uma marca a ser batida, ainda que baseadas em números que façam sentido dentro do ecossistema empresarial. “Embora estes objetivos possam inicialmente inspirar melhorias de eficiência, muitas vezes levam à complacência uma vez alcançados, perpetuando o rígido modelo de transformação de ‘descongelar, mudar, recongelar’.”
Segundo os investigadores, as empresas devem cultivar aspirações que desafiem e motivem a todos os níveis. Diferentemente das metas estáticas, as metas inspiradoras obrigam todos os setores a repensar sempre os caminhos que irão, ao longo do tempo, levar ao objetivo pretendido.
Um dos exemplos citados pela dupla de consultores é o da multinacional dinamarquesa de energia Ørsted. Em 2008, a empresa estabeleceu a meta de transformar o seu uso de 85% de energia de combustíveis fósseis em 85% de uso de energia limpa dentro de 30 anos.
A meta foi estabelecida sem um plano concreto a ser seguido, obrigando diversas áreas da empresa a buscar iniciativas inovadoras e contínuas para atingir o número mágico. Soluções criativas levaram a empresa a atingir o marco em uma década, e não nos 30 anos inicialmente pretendidos.
3. Transformação embutida na cultura e ritmo operacional da empresa
Para Makins e Litre, o objetivo de transformação deve estar integrado ao ritmo operacional da empresa. “Isso envolve incorporar iniciativas de mudança nos processos e fóruns de governança existentes, garantindo que a evolução se torne uma parte natural da gestão do negócio.”
Exemplos simples que ajudam a compreender a lógica são o alinhamento frequente de objetivos estratégicos nas atividades diárias e uma visão mais holística dos esforços de mudança. O objetivo é que, com uma base bem estabelecida e sempre em evolução, as empresas possam responder rapidamente às mudanças nas tendências do mercado, nas exigências dos clientes ou nas pressões competitivas.
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