Mas tenha muita calma neste momento. Ondas de pânico, assim que surgem, morrem na praia. Para especialistas ouvidos pelo Valor Investir, uma oportunidade preciosa está sendo criada para os investidores.
Diversos fatores explicam a queda abrupta das ações de tecnologia, que até então viviam mais um momento de fortes ganhos. As razões incluem a perspectiva de menos lucro futuro, rotação da carteira de investidores, eleições nos EUA, realização de ganhos e ceticismo sobre o retorno dos investimentos em Inteligência Artificial.
Existem também eventos específicos para cada ação, como um atraso na entrega dos chips Nvidia que pode significar bilhões de dólares a menos em seus resultados de 2024. No caso da Apple o papel derreteu com a informação de que um de seus grandes entusiastas o megainvestidor Warren Buffett se desfez de metade de suas ações na empresa.
A Alphabet, dona do Google, está sob pressão após decisão da Justiça dos Estados Unidos, que a considerou uma empresa monopolista, que violou as leis por meio de concorrência desleal.
Amazonas já viu as ações caírem com uma ameaça ao seu reinado por parte dos varejistas chineses e da Meta, dona da Facebook, enfrentou vários processos judiciais, incluindo ter que pagar milhões pelo vazamento de dados de 50 milhões de usuários e ser negligente em períodos eleitorais. A Tesla É um caso à parte, com um CEO envolvido em polêmica e até tendo que lidar com acidentes em carros com função de piloto automático.
A Microsoft também não passou ilesa ao longo dos anos. Não muito tempo atrás, o apagão cibernético da Crowstrike atingiu os sistemas da empresa e teve um impacto negativo em suas ações.
Houve também o efeito Donald Trump, em que a queda foi explicada pelo receio de que o ex-presidente regressasse à Casa Branca com mais restrições ao comércio de tecnologia americana para a China.
Além de serem empresas de tecnologia, têm em comum a capacidade de recuperação de crises e de ter negócios sólidos. Não é à toa que ganharam o apelido de Sete Magníficos. Essas ações têm desempenho tão forte que juntas são capazes de ditar os rumos dos índices dos quais fazem parte.
Em 2022, logo após a disparada das ações durante a pandemia, as ações sofreram uma queda acentuada. Lá, muitos investidores já não acreditavam na redenção do setor e temiam estar prestes a testemunhar uma nova crise, como a bolha que levou ao declínio de empresas como o Yahoo no início dos anos 2000. Mas não foi isso que aconteceu e voltaram a subir em 2023.
Agora, dois anos depois, observa-se uma nova janela de declínio. Os investidores realizaram um movimento chamado rotação de carteira, que é quando redistribuem seus recursos concentrados em determinada ação ou setor para diferentes.
No caso das empresas tecnológicas, que registaram um crescimento recente, muitas aproveitaram os lucros e redirecionaram recursos para empresas mais resilientes à recessão.
“Os lucros continuam crescendo, não caíram. Na verdade, aumentaram, mas aumenta a preocupação com a recessão e os altos gastos com Inteligência Artificial. Se o preço da ação cresce, seu rendimento aumenta, os dividendos crescem”, afirma. Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research.
Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, todas as sete maiores empresas de tecnologia são excelentes, têm bons fundamentos e prometem retornos interessantes. “No caso da Tesla, existe a possibilidade de Elon Musk nos surpreender em relação aos carros autônomos. Ele deverá trazer novidades sobre isso em agosto. Olhando os resultados, a empresa continua sofrendo. Porém, é possível olhar para frente e perceber que a empresa terá melhores resultados no futuro.“, ele afirma.
Mais do que escolher em qual ação investir, o importante é saber quando investir. Castro Alves afirma que quem fica “louco” em comprar a empresa em tempos de notícias negativas acaba sendo recompensado depois. “Portanto, esses movimentos de queda que temos visto recentemente são sempre uma oportunidade de compra”, afirma.
O especialista destaca que todos são muito voláteis. Portanto, esse tipo de investimento é recomendado para longo prazo e para investidores mais ousados. Somente nas negociações de ontem, as ações de tecnologia oscilaram em mais de US$ 900 bilhões juntas, do início ao fim do dia. Em julho, perderam um total combinado de 1,7 biliões de dólares, 88% do PIB do Brasil em 2023.
Nesta seção, da nata das empresas negociadas em Nova York, uma vem roubando os holofotes. Sem Microsoft, Apple ou Alphabet (Google), a Nvidia está se consolidando como a ação do momento. Não é nenhuma surpresa que tenha aumentado mais de 110% só neste ano. Sem concorrentes no mercado e com tecnologia de ponta, o produto que oferece é essencial para o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA).
“A Nvidia é a mais maravilhosa das sete maravilhosas. Magnífica número um”, diz Diego Chumah, gerente de ações macro da Asa Hedge.
Segundo ele, o chip GPU da Nvidia processa tudo em um só lugar e é muito mais rápido e econômico. “A Nvidia tem essa tecnologia que é a melhor do mundo e está anos-luz à frente de seus concorrentes. Se a corrida da IA é a corrida do ouro, a Nvidia é a única que produz as picaretas e as pás e tem a fórmula que não pode-se replicar”, explica.
E a boa notícia para quem quer investir na ação é que ela pode estar numa janela de oportunidade.
Uma das regras dos analistas para medir o que está caro ou barato na bolsa é comparar o valor de mercado da empresa e o seu lucro, o chamado múltiplo P/E (preço da ação P dividido por L lucro por ação). Quanto menor o número obtido, mais barata seria a empresa. E vice versa. Assim, em teoria, quanto maior o múltiplo, mais tempo uma empresa levaria para gerar valor suficiente para cobrir o preço das suas ações.
No caso da Nvidia, o P/L é de 60 vezes. Ou seja, por esse raciocínio, o investidor tende a recuperar o quanto investiu no papel ao longo de 60 anos.
As empresas de tecnologia são consideradas empresas em crescimento, que ainda têm mais retornos a oferecer no futuro. Portanto, tendem a ter um P/L superior ao de empresas de setores tradicionais, nos quais o mercado vê potencial limitado pela própria natureza do negócio.
E quem vem em segundo lugar?
Para Chumah, o Google aparece em seguida como o mais bem posicionado na corrida da inteligência artificial. “Essas empresas são todas excepcionais. Mas o Google é uma empresa que todos conhecem e que negocia a um múltiplo de 20 (P/E), o que é baixo para este tipo de empresa. Está em padrões atraentes e com desconto. Tem um formato muito bom, tem fábrica de chips, então é o que menos depende da Nvidia”, completa.
Além dos sete magníficos, Chumah destaca um nome menos conhecido, a TSMC, produtora de chips taiwanesa.
“A TSMC tem um risco geopolítico chinês, especialmente com Donal Trump. Eles são o maior centro de produção de chips. A Nvidia desenha o chip, dá as especificações e esta empresa é uma espécie de impressora de chips. É extremamente valiosa na corrida. É única e fabrica não só chips Nvidia, mas outros também”, comenta.
Atualmente, as ações de tecnologia tornaram-se mais acessíveis aos pequenos investidores. Além dos fundos multimercados tradicionais, os investidores podem investir em recibos de ações da bolsa brasileira, os chamados BDRs (Recibos de Depósitos Brasileiros). Outra alternativa é abrir contas internacionais que permitam investir diretamente no exterior.
Na dúvida sobre qual ação escolher, os especialistas recomendam procurar fundos especializados com gestão ativa ou ETFs, que são fundos que replicam a carteira de determinados índices e são negociados em bolsa. A vantagem dessa alternativa é a diversificação da carteira, o que mitiga riscos e até mesmo a ascensão e queda dos investimentos como um todo.
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