No primeiro semestre de 2024, o mercado de fusões e aquisições no Brasil movimentou cerca de R$ 101,5 bilhões, segundo o mais recente relatório da Data do TTR. Esse volume foi resultado de 747 transações, embora tenha representado uma queda de 26% em relação ao mesmo período de 2023. Dentre essas transações, 49% tiveram seus valores divulgados e 76% já foram concluídas.
Nestor Casado, CEO da Investimento de capital, uma das principais Boutiques de M&A do Brasil, analisa o cenário atual de fusões e aquisições no país. Casado destaca que apesar da redução no volume de transações, o mercado brasileiro continua atrativo para investidores estrangeiros devido ao seu tamanho e potencial.
“No entanto, para que o Brasil mantenha sua relevância em M&A na América Latina, será crucial avançar em direção a maior clareza no sistema tributário, políticas fiscais mais responsáveis e maior segurança jurídica. de investidores internacionais num futuro próximo”, acrescenta Casado.
Esta análise reforça a importância dos ajustes estruturais e regulatórios para que o Brasil continue sendo um destino competitivo e atrativo para um maior volume de investimentos em fusões e aquisições.
O setor de Internet, Software e Serviços de TI destacou-se como o mais dinâmico do período, com 159 transações, apesar de uma redução de 12% em relação ao ano passado. Segundo o CEO da Capital Invest, este setor continua a ser um dos mais solicitados para fusões e aquisições devido à sua elevada capacidade de inovação e escalabilidade.
O cenário de transformação digital acelerada, enfrentado por empresas de todos os setores, tem impulsionado uma demanda crescente por soluções tecnológicas. “As empresas que oferecem software e serviços de TI avançados têm-se revelado fundamentais para a adaptação e eficiência dos negócios, o que justifica o elevado nível de atividade de M&A neste segmento”, destaca o especialista.
No contexto internacional, as empresas brasileiras demonstraram preferência por investir nos Estados Unidos, com 11 transações totalizando R$ 5,6 bilhões. México e Colômbia também foram destinos de destaque, cada um com seis operações. Em termos de investimentos no Brasil, os Estados Unidos lideraram com 77 transações, seguidos pelo Reino Unido com 18.
No entanto, as aquisições feitas por empresas norte-americanas no Brasil diminuíram 6% em relação ao ano passado. Em contrapartida, as aquisições estrangeiras nos setores de Tecnologia e Internet cresceram 9%.
Para Nestor Casado, o aumento dos investimentos estrangeiros em tecnologia e serviços de TI no Brasil reflete a confiança global na capacidade do país de gerar e absorver inovações tecnológicas. “A digitalização das empresas e a necessidade de soluções tecnológicas avançadas estão a atrair capital internacional, à medida que os investidores procuram aproveitar o potencial de crescimento destes mercados emergentes e as suas oportunidades de longo prazo”, acrescenta o especialista.
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