A decisão financeira de Marlene Engelhorn veio após seis fins de semana de reuniões. Os valores serão doados para 77 iniciativas ligadas a projetos de educação, saúde, preservação ambiental, proteção à mulher e combate à pobreza. Marlene Engelhorn faz parte de grupo de herdeiros que defende mais impostos sobre suas fortunas Reprodução: Twitter Após seis finais de semana de reuniões, o grupo “Bom Conselho” decidiu o destino de 25 milhões de euros da bilionária austríaca Marlene Engelhorn, herdeira de um império químico e farmacêutico. O resultado das discussões para distribuição da fortuna foi divulgado na última terça-feira (18). No total, os valores serão doados para 77 iniciativas ligadas a projetos de educação, habitação, saúde, preservação ambiental, proteção à mulher e combate à pobreza. O maior valor destinado a uma única organização será de 1,6 milhão de euros (R$ 9,3 milhões) —para uma associação austríaca focada na conservação da natureza. (veja lista abaixo) Marlene Engelhorn, de 32 anos, começou a selecionar cidadãos para ajudar no processo de doação em janeiro deste ano. Os encontros do grupo, formado por 50 pessoas escolhidas aleatoriamente, começaram em março. Todas as reuniões ocorreram em Salzburgo, Áustria. Ao justificar a decisão de distribuir a fortuna, a herdeira da multinacional BASF afirmou diversas vezes que “nada fez” para ganhar o dinheiro e que obtê-lo significa ter sorte — o que ela chama de “loteria do nascimento”. “Estou imensamente grato aos membros do conselho pelo seu trabalho. Todos se dedicaram a um processo democrático, promovendo debates sociais sobre democracia, justiça fiscal e desigualdade social”, comentou Marlene Engelhorn após o resultado. Marlene é descendente de Friedrich Engelhorn, que fundou a BASF em 1865. Ela herdou 4,2 bilhões de euros quando sua avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, morreu em setembro de 2022. Antes mesmo de receber a herança, o jovem bilionário já havia sido destaque no imprensa internacional quando anunciou que pretendia doar grande parte da sua fortuna. Ela defende o aumento dos impostos sobre os mais ricos como medida para reduzir a desigualdade social no planeta. As dez iniciativas que receberão os valores mais elevados de 25 milhões de euros são: 1,6 milhões de euros – Naturschutzbund Österreich / Freikauf von Flächen (conservação da natureza) 1,5 milhões de euros – neunerhaus – Hilfe für obdachlose Menschen (pobreza e habitação) 1,2 milhões de euros – Momentum Institut – Verein für sozialen Fortschritt (clima e distribuição) 1 milhão de euros – Attac Österreich: Netzwerk für eine demokratische, sozial-, ökologisch-und geschlechter-gerechte Gestaltung der Wirtschaft (democracia e ações sociais) 936 mil euros – Schule im Aufbruch Österreich ( educação) 924 mil euros – Teach For Austria gGmbH (educação) 860 mil euros – Klagsverband zur Durchsetzung der Rechte von Diskriminierungsopfern (ajuda às vítimas de discriminação) 738 mil euros – ARCHE NOAH (agricultura sustentável) 640 mil euros – World Inequality Lab (desigualdade ) 552 mil euros – IG24 – Verband zur Förderung der Interessen der 24-Stunden-Betreuer_innen in Österreich (relações laborais) Como funcionou o processo? Após anunciar a distribuição de 25 milhões de sua fortuna, Marlene começou em janeiro a selecionar 50 cidadãos para formar o “Conselho do Bem”, grupo responsável por decidir o destino das doações. Durante o processo de seleção de membros, foram enviados convites para 10.000 endereços aleatórios na Áustria. Outros interessados também puderam se inscrever online. A partir das respostas, foram utilizados métodos estatísticos para identificar as 50 pessoas “que melhor refletiam a composição da população austríaca”. Para a escolha final foram considerados pontos como idade, origem, escolaridade e local de residência — ficando restrito a residentes na Áustria. Os selecionados não participam gratuitamente: todos recebem 1.200 euros por fim de semana de encontro. Estão também cobertos os custos de deslocação, alimentação, alojamento e outras despesas. De acordo com as regras da organização, a decisão final sobre os recursos distribuídos deveria levar em conta o amplo apoio de todos os membros. A alocação de recursos deveria seguir as seguintes regras: o dinheiro não pode ser destinado a grupos ou indivíduos ou a atividades inconstitucionais, hostis ou desumanas; não pode recorrer a organizações que operam com fins lucrativos; e o conselho deve sempre seguir o propósito da redistribuição. Clube 90+: veja quem são os bilionários mais velhos do mundo *Estagiário sob supervisão de André Catto
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