Mesmo com a recuperação do Ibovespa e dos títulos públicos atrelados à inflação em julho, na correria das aplicações financeiras Nem bolsa nem renda fixa têm ganhos que superam o CDI, de 6,17% no ano. O ouro, considerado uma reserva de valor, e moedas como o dólar e o euro apresentam desempenho acima do benchmark.
Com as reuniões de política monetária nos EUA e no Brasil na agenda, a percepção é que o investidor está bem servido em títulos de dívida federal e de crédito privado. As ações selecionadas podem recompensar aqueles que têm paciência para obter ganhos quando o ciclo monetário muda nas economias desenvolvidas. E isso não parece distante.
As reuniões de política monetária hoje no Brasil e nos Estados Unidos valerão mais por mensagens do que por ações. A expectativa é que Comitê de Política Monetária (Copom) manter Selic em 10,5% ao ano e que, lá fora, o Reserva Federal (Fed, o banco central americano) chancela um esperado início dos cortes a partir de setembro nas taxas de juros de curto prazo, atualmente entre 5,25% e 5,5% ao ano.
A senha da autoridade monetária americana tem potencial para reorganizar posições de risco em todo o mundo, mas os investidores locais não mostram muita disposição em abandonar a renda fixa tradicional.
No Brasil, falta uma boa história de recuperação real de ativosestando sujeitos às particularidades da conduta política e econômica, os estados Rui Alvesgerente de Kinea Investimentos. “Com as altas taxas de juros no mundo, o país não consegue demonstrar fragilidades estruturais. Taxas de juros reais próximas de 2% nos Estados Unidos deixam margem para cometer muitos erros.”
Na prévia de julho, o Ibovespa subiu 1,8% até ontem (30), mas no acumulado desde janeiro perdeu 6%. O IMA-B 5que representa uma cesta de títulos soberanos que pagam correção do IPCA mais juros (Notas do Tesouro Nacional série B ou também conhecidas como Tesouro IPCA+), com prazo de até cinco anos, valorizaram 0,83% em julho e 4,18% no ano. A cesta com títulos com vencimento acima desse valor subiu 2,74% no mês, mas perdeu 2,44% no ano. O IRF-M, de taxas prefixadas (Tesouro Prefixado), subiu 1,12% no mês e 2,64% em 2024.
O dólar e o euro subiram 0,52% e 1,47% no mês, respectivamente, e 15,76% e 13,09% no ano, enquanto o ouro reforçou o seu estatuto de reserva de valor em tempos de incerteza, com valorização de 4,27% no mês e quase 35% desde janeiro. Fora dos ativos tradicionais, O Bitcoin já acumulou ganhos de 78,16% no ano.
O gestor do Kinea lembra que, do ponto de vista externo, desta vez as NTN-B (Tesouro IPCA+) que pagam juros reais atrativos são diferentes de quando os países desenvolvidos funcionavam com taxas nominais próximas de zero e reais negativas. “Hoje está acima de 6% e mesmo assim o Brasil não consegue controlar sua moeda.” Com a economia às voltas com os seus problemas fiscais e a consequente desvalorização do real, a margem para o BC retomar os cortes da Selic tornou-se mais estreita.
Alves não espera nenhuma ação da autoridade monetária até que Roberto Campos Neto deixe o comando no final do ano, com a direção nas mãos do próximo presidente do BC, em 2025.
Para o investidor brasileiro, com o atual nível de remuneração em estratégias atreladas ao juro real, ele “está bem atendido”. Pode preservar capital distribuir a alocação em classes que capturam isso, seja em multimercados, fundos imobiliários ou carteiras de renda fixa e infraestrutura, lista Alves. “É um presente ter mais de 6% de juros reais oferecidos a você, isso não é natural, isso não está disponível em muitos lugares do mundo.”
Na bolsao gerente diz que gosta de nomes específicos, como Weg e Embraerpara exposição internacional; Sabespcom o preço em tela inferior ao considerado justo após a aquisição pela Equatorial, além de Itaú Unibanco. No entanto, o gestor privilegiou operações de arbitragem entre determinados ativos, tornando-se menos direcional.
O gerente da Kinea diz Hoje concentramos cerca de 80% da nossa estratégia em posições no exterior. A casa passaram de ações de tecnologia para títulos que se beneficiam dos cortes nas taxas de juros do Fed e das políticas de incentivos no caso da vitória de Donald Trump na corrida pela Casa Branca. O efeito colateral poderia, no entanto, ser mais inflação à frente nos Estados Unidos.
O movimento do mercado de ações de meados de junho para cá foi uma recuperação do que foi considerado uma “catástrofe” fiscal no Brasil, mas a correção de rumo do governo em direção a uma agenda que passou a discutir cortes de gastos é uma boa notícia, diz ele João Bragasócio fundador da Bis, casa especializada em ações. “Esse retorno simplesmente eliminou parte do gigantesco risco de preço”, diz ele.
O gestor avalia que, ao olhar os fundamentos, os múltiplos continuam “ridiculamente baratos”, principalmente considerando o índice de empresas de menor capitalização na bolsa, tirando assim o peso das commodities do Ibovespa. A ascensão nem começoudiz.
“Minha evidência é que A temporada de resultados do último trimestre foi muito boa, como não se via há muito tempo”, diz Braga. E na colheita do segundo trimestre, que começou a ser reportada, Há indícios de que este será o foco das demonstrações financeiras das empresas cotadas. “É uma dinâmica que importa, o fluxo veio [externo] por isso.”
A atração de capital estrangeiro para o mercado de ações nas últimas semanas — totalizando R$ 3,4 bilhões até o dia 26 — coincidiu com dados mais fracos de inflação e emprego nos EUA, o que, em teoria, autoriza a Fed a baixar as taxas de juro a partir de Setembro. A redução das taxas dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em dez anos foi uma resposta a isso, continua o gestor. “Quando se confirma um cenário mais positivo, o investidor lembra que pode arriscar um pouco mais.” Pode sobrar dinheiro para mercados emergentes e para o Brasil.
Braga diz que entretanto capturou contribuições estrangeiras para a estratégia da Encore. “O que infernizou a nossa vida nos últimos três anos foi o aumento das taxas de juros em todo o mundo, ao mesmo tempo, e agora será o contrário.” Ele cita pesquisas de Banco da América que projeta isso, no final do ano, 80% dos bancos centrais do mundo reduzirão suas taxas – e o Brasil não está entre esses.
O gerente acha que Ainda levará algum tempo para a Selic voltar à trajetória descendente e não é possível garantir que o próximo movimento será descendente. O risco de elevação está em cima da mesa. “Não é trivial. Contudo, o nível actual, com cortes no resto do mundo, é suficientemente restritivo, se [os preços das] as commodities continuam a ajudar e a taxa de câmbio deixa de se estressar.”
Na véspera de uma redução das taxas de juro no mundo desenvolvido, o meio ambiente pode ser benigno para o Brasil, diz Valter Macielexecutivo-chefe (CEO) da Missão AZ. “Se cair 1,5 [ponto percentual] nos Estados Unidos, aqui poderia acompanhar o declínio mesmo sem grandes melhorias no lado fiscal.” Para ele, Se não fosse todo tipo de ruído no controle das contas públicas, o dólar estaria em torno de R$ 4levando em conta apenas os termos de troca, e não entre R$ 5,60 e R$ 5,70, reavivando preocupações inflacionárias.
“Para o dia a dia, a Selic não diz nada. O que vai parametrizar o custo para o cidadão que contrai empréstimos nos bancos, caso haja aperto ou flexibilização das condições financeiras, são os juros futuros”, afirma Maciel. Com a passagem do bastão no BC, ele afirma que, se houver percepção de leniência no controle de preços na economia, os juros subirão.
“Claro os investidores estão fugindo de ativos de risco e migrando para fundos de crédito privados, infraestrutura, imóveis, títulos isentos em geral, coisas com retornos mais sólidos e previsíveis. Isso se deve à incapacidade do governo de entender que juros reais próximos de 7% ao ano são muito”, diz Maciel. “Se você puder entregar algo adicional com fluxo de caixa previsível, por que o cliente correria algum risco? Mesmo com o mercado de ações em níveis de preço/lucro [P/L, que dá uma ideia do prazo de retorno do capital] um dos mais baixos que já vimoso investidor continua reticente, não quer entrar em renda variável.”
O Tesouro IPCA+ e ações de empresas com caixa adequado seriam boas escolhas na alocação direta. “Embora a condição macro não seja bonita, Brasil pode crescer pelo menos 2% pelo quarto ano consecutivo e o empresário brasileiro é treinado em crise”, diz Maciel. Ele também considera o prêmio de crédito exagerado.
A diversificação continua a ser uma palavra-chave, mas a orientação mais recente favorece alternativas de renda fixadiz Alessandro Chagasdiretor de investimentos na Santander.
“Temos falado de renda pós-fixada e também de alocação em juros reais, Há muitas oportunidades em produtos atrelados à inflação“, ele afirma. Dependendo do perfil, isso é expresso em Títulos do Tesouro ou de dívida privada.
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