A inflação na “porta da fábrica”sem impostos e fretes, calculado pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve, em junho, o maior aumento em dois anos. O índice subiu 1,28%, bem acima de maio (0,36%) e maior taxa desde maio de 2022 (1,81%), informou Felipe Câmara, analista do instituto.
O impacto da valorização do dólar e também a demanda aquecida por produtos específicos foram alguns dos fatores que levaram à aceleração do indicador, disse.
No caso do dólar, ele lembrou a forte desvalorização cambial do real frente à moeda norte-americana até junho. Isso aumentou o preço dos insumos importados, utilizados na fabricação de alguns produtos, concordou. “Mas há um aspecto mais imediato [de impacto de elevação] naquele preço que está cotado em dólar”, lembrou, citando itens relacionados a petróleo, minério de ferro e óleo bruto de soja, por exemplo. O especialista lembrou que itens cujos preços são mais “dolarizados”, ou seja, com trajetória de preços mais alinhada à cotação do dólar, tendem a ter preços elevados em reais, na “porta da fábrica”, em momentos em que o preço do A moeda norte-americana é superior à moeda brasileira.
Entre os destaques dos itens, cujo preço tem forte correlação com o dólar, e que impulsionou o IPP de junho, está o óleo bruto de soja, acrescentou o técnico. Este produto impulsionou a inflação do setor alimentar (1,48%) em junho, responsável por 0,36 ponto percentual (pp) de influência na taxa mensal do IPP. Câmara explicou que existe uma procura crescente de óleo de soja bruto, tanto no mercado interno como no estrangeiro. O item é amplamente utilizado para a produção de biodiesel, que tem grande demanda no mercado nacional e internacional.
Mas os alimentos não foram o único destaque dos aumentos de preços na formação do IPP de junho, acrescentou. Foram 19 das 24 atividades utilizadas para calcular o indicador em alta, em junho em relação a maio, lembrou.
Outro segmento que apresentou aceleração de preços foi “outros produtos químicos”. Essa categoria, com alta de 3,93% em junho, contribuiu com 0,31 pp de influência no indicador do mês passado. A crescente demanda por fertilizantes – que utilizam produtos químicos em sua composição – ajudou a aumentar a procura por esse tipo de produto, explicou o especialista.
Assim, o especialista negou que, ao contrário de investigações anteriores, o indicador tenha sido dominado, em junho, pelo efeito cambial, com dólar em alta. Nas atuações anteriores, lembrou ele, a alta do dólar empurrou para cima os preços das commodities, ou de itens relacionados às commodities – e, com isso, impulsionou o IPP. “Tivemos aumentos de produtos, devido ao aumento da demanda, que subiria de preço mesmo sem depreciação cambial”, disse.
No seu entendimento, a taxa IPP de junho “consolida o fim de um período de domínio do ciclo das commodities sobre a inflação industrial brasileira”.
Ao ser questionado se o consumidor pode esperar produtos industrializados mais caros no mercado final, tendo em vista que esses produtos já são mais caros na “porta da fábrica”, sem impostos nem frentes, o especialista foi cauteloso. “Você não pode projetar isso”, disse ele. “Mas a história diz que movimentos contínuos de grande intensidade são inevitavelmente repassados ao consumidor com o mesmo sinal”, disse ele. “O movimento da inflação industrial brasileira [hoje] É um momento diferente daquele que encerrou o primeiro semestre de 23, que é diferente do primeiro semestre de 22, em que ambos estiveram associados a um importante ciclo de commodities”, afirmou.
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