O Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, entregou nesta terça-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, com propostas de ações para desenvolver modelos em português e treinar os brasileiros para usar essas ferramentas.
- Transformar a vida dos brasileiros por meio de inovações sustentáveis e inclusivas baseadas em Inteligência Artificial.
- Dotar o Brasil de infraestrutura tecnológica avançada e com alta capacidade de processamento, incluindo um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, movido a energia renovável.
- Treinar, capacitar e requalificar pessoas em IA em larga escala para valorizar os trabalhadores e atender à alta demanda por profissionais qualificados
- Desenvolver modelos linguísticos avançados em português, com dados nacionais que englobem a nossa diversidade cultural, social e linguística, para fortalecer a soberania em IA
- Promover a liderança global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e de ações estratégicas de colaboração internacional
O documento menciona que os Estados Unidos realizaram R$ 63 bilhões em investimentos públicos para desenvolver ferramentas de inteligência artificial entre 2021 e 2024 e R$ 380 bilhões em investimentos privados somente em 2023. A China investiu R$ 306 bilhões em data centers este ano, além de investimentos privados de R$ 39 bilhões em 2023.
O texto não informa o volume de recursos que foram gastos no Brasil, embora liste uma dezena de projetos já em desenvolvimento por empresas públicas e privadas. O plano de investimentos prevê R$ 23 bilhões entre 2024 e 2028.
Lula afirmou, ao receber o plano durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que realizará reuniões com ministros na próxima semana para avançar com a proposta. “O que você apresentou não pode ficar na gaveta”, disse ela.
Desse total de R$ 23 bilhões, R$ 435 milhões serão gastos em “ações de impacto imediato”, R$ 5,79 bilhões em infraestrutura e desenvolvimento, R$ 1,15 bilhão em “divulgação, capacitação e capacitação”, R$ 1,76 bilhão na melhoria dos serviços públicos , R$ 13,79 bilhões para inovação empresarial e R$ 103 milhões para apoiar o processo regulatório e de governança.
O diagnóstico do conselho é que o Brasil tem algumas oportunidades para adoção de inteligência artificial, como a população “jovem e ágil na adoção de tecnologias”, a diversidade de bases de dados nacionais, a capacidade instalada de pesquisa e desenvolvimento e a matriz energética limpa (que é uma das principais problemas desta nova tecnologia).
Por outro lado, os “desafios” destacados no documento são a necessidade de ampliar os investimentos em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação, garantir a interoperabilidade e robustez dos dados, fortalecer a formação e retenção de talentos e o processo regulatório e de governança para garantir direitos e promover a inovação.
O projeto foi denominado “IA para o Bem de Todos” e prevê 54 ações a serem adotadas no período 2024/2028.
O documento lista uma série de projetos na esfera pública, como ferramentas para transcrição de teleconsultas, auxílio em compras governamentais, redução da evasão escolar e melhoria do aprendizado, entre outros. Parte das propostas ainda aguarda a busca de fontes de financiamento, segundo o plano.
Outro projeto desse plano é gastar R$ 1,8 bilhão para atualizar o supercomputador Santos Dummont do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Rio de Janeiro, para que fique entre os cinco com maior capacidade de processamento em cinco anos.
Além disso, prevê parcerias internacionais para o desenvolvimento de chips e infraestrutura e R$ 1,1 bilhão para a construção de um “modelo de linguagem grande” (LLM) robusto em português no prazo de 12 meses.
Na área de formação e capacitação profissional, o conselho defende gastar R$ 183,24 milhões em quatro anos para criar cinco mil vagas em cursos de inteligência artificial e ciências de dados.
Além disso, está previsto o gasto de R$ 18 milhões do orçamento do governo federal para a criação de 27 novos Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores (LIFE) para formação de professores em alfabetização digital e uso pedagógico de IA.
Também serão destinados R$ 152 milhões para bolsas de doutorado fora do país e R$ 194,2 milhões para bolsas de graduação e pós-graduação no Brasil, além de recursos para a qualificação profissional de 100 mil brasileiros.
O documento também projeta o uso de IAs para apoiar empresas no Brasil, com investimentos de R$ 13,79 bilhões. Entre as ações estão a criação de centros de apoio e consultoria, estabelecimento de data centers “verdes”, promoção e aceleração de startups especializadas e retenção de talentos em empresas brasileiras.
O conselho sugere ainda gastar R$ 40 milhões para criar, em 120 dias, um centro nacional para desenvolver pesquisas e estudos sobre riscos, segurança, transparência e confiabilidade da IA e R$ 11,75 milhões para consolidar o Observatório Brasileiro de IA (OBIA).
Para o presidente do Fundação Itaú, Eduardo Saron, é fundamental destacar a importância de o Brasil ter uma estratégia que oriente e estabeleça prioridades para garantir que o país se torne um player global no campo da IA. “Não podemos ser apenas consumidores passivos de um fenômeno contemporâneo que transforma profundamente o nosso modo de vida, principalmente no que diz respeito à construção da nossa memória social, produção e difusão do conhecimento. Precisamos ser líderes de uma sociedade plural, inclusiva, ética e boa IA”, escreveu ele em seu perfil no LinkedIn.
O diretor da divisão Enterprise do fabricante de microprocessadores Nvidia para a América Latina, Marcio Aguiar, que na conferência em Brasília reconheceu a importância de um plano estruturado de IA no Brasil.
“Um plano bem elaborado não só impulsiona a inovação tecnológica, mas também posiciona o país para se tornar um possível protagonista no cenário global de IA”, disse Aguiar, ao Valor.
A Nvidia fornece unidades de processamento gráfico para o supercomputador Santos Dumont, cuja atualização está prevista no PBIA.
Além de Santos Dumont, Aguiar ressaltou que a Nvidia está comprometida em “fornecer GPUs para outros supercomputadores previstos no Plano Nacional de IA, se necessário”.
(Daniela Braun e Natalia Flach colaboraram)
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