A valorização de iene no mercado global de intercâmbio e consequente desmantelamento de “carry-trade”, que beneficia moedas de alguns países emergenteeles pressionaram o real esta semana e impôs uma perda de quase 1% da moeda brasileira em relação ao dólar. Na sessão desta sexta, bastou a recuperação da moeda japonesa frente ao dólar acompanhando os dados de inflação nos Estados Unidos de moedas como o real e o peso mexicano para apagar todos os ganhos observados no início da sessão.
Assim, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,18%, a R$ 5,6578, após tocar na máxima intradiária de R$ 5,6715 e na mínima de R$ 5,6155. Na semana, o dólar subiu 0,96% frente ao real. O euro comercial subiu 0,29% na sessão e 0,75% no total semanal, a R$ 6,1427.
As operações de “carry-trade” consistem em retirar recursos de países com taxas de juros baixas, como o Japão, e alocá-los em ambientes de altas taxas, como o Brasil, para que o investidor ganhe com a diferença entre as taxas. Contudo, supostas intervenções cambiais no Japão, a possibilidade de o Banco do Japão (BoJ) aumentar novamente as taxas de juro e a perspectiva de queda das taxas em grande parte do mundo desenvolvido – com especial atenção para os Estados Unidos – deram força ao iene. , o que levou o mercado a abandonar o carry-trade.
Em seu relatório semanal, a Commcor avalia que a extensão da valorização do iene e seu efeito no mercado cambial como um todo indica um “movimento orquestrado e global” de obtenção de lucro com “carry-trade”, e não simplesmente algo causada pela suposta intervenção cambial no Japão. Na opinião dos profissionais de corretagem, o mercado pode estar a antecipar uma postura mais dura do BoJ, ao mesmo tempo que outros bancos centrais de economias fortes, como a Reserva Federal (Fed), sinalizam que deverão cortar as taxas de juro em breve. Vale lembrar que o Banco Central Europeu e o Banco do Canadá, por exemplo, já iniciaram o processo de flexibilização monetária.
“Goste ou não, os momentos de alta do iene foram acompanhados de altas de outras moedas de economias fortes, enquanto as moedas das economias emergentes ‘pagaram a conta’ e caíram, como o real, que já está novamente sob pressão e com momentos do dólar próximos de R$ 5,70”, diz a Commcor no relatório.
O Bank of America (BofA) foi um dos grandes players do mercado a pausar uma operação de carry-trade que apostava na valorização do real frente ao iene. Na última quarta-feira, o banco americano interrompeu os negócios quando a moeda brasileira atingiu o patamar de 28 ienes, após ter iniciado a operação quando o real era cotado a 29,9 ienes no dia 23 de abril.
“O real permanece significativamente subvalorizado dados fundamentos sólidos – crescimento económico robusto, inflação baixa, grandes excedentes comerciais – mas provavelmente funcionará como um amortecedor para potenciais riscos de política comercial em torno das eleições nos EUA”, afirmam os estrategistas do BofA.
Na visão de Athanasios Vamvakidis e Claudio Piron, estrategistas que escrevem o relatório semanal de câmbio do banco, os investidores podem ficar relutantes em retomar as operações de carry-trade com o iene mesmo após o resfriamento da correção, já que o mês de agosto promete ser de maior volatilidade à medida que a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos e as mudanças na postura dos grandes bancos centrais.
Para eles, permanecem os fundamentos que sustentaram o carry-trade no primeiro semestre, mas a correção de julho pode ter ocorrido porque muitos investidores entraram nas operações quando o iene já estava muito desvalorizado frente ao dólar. “Tendo entrado em operações curtas no iene tão tarde, mesmo pequenos movimentos poderiam ter desencadeado um stop loss, especialmente para investidores em dinheiro real, que também tendem a ter posições maiores”, explicam Vamvakidis e Piron.
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