No esforço de retomada das operações da avicultura no Rio Grande do Sul, o abate de aves no entorno de Anta Gorda será rigorosamente controlado. Enquanto o governo busca convencer os parceiros comerciais de que o pior já passou, no Rio Grande do Sul a ordem é manter a vigilância contra a doença de Newcastle. A Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul continuará as investigações para saber como o vírus chegou a uma granja avícola do Estado. Leia mais Brasil comunica fim do surto da doença de Newcastle à agência internacional de saúde animal Exportações de aves do RS estão suspensas para 10 destinos até esta sexta-feira Governo espera rápida recuperação dos mercados de aves Não há prazo para a conclusão das investigações. O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, afirma que as investigações já levaram a algumas conclusões, mas ainda há hipóteses a serem consideradas pelas autoridades sanitárias. Segundo o secretário, o reaparecimento da doença na agricultura comercial não acarretará mudanças nos procedimentos de biossegurança. O episódio, porém, exige alertas para que o setor mantenha o rigor na aplicação das medidas de segurança nas fazendas. As ações na propriedade onde foi confirmado o surto já foram encerradas, segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do ministério, Marcelo Mota. “Já eliminamos as aves, fizemos o abate sanitário, o descarte das aves, o primeiro ciclo de limpeza da propriedade seguido do segundo. Toda essa operação local já foi realizada”, explicou. O que se sabe sobre a doença de Newcastle no RS? Carlos Goulart afirma que foi descartada a hipótese de o vírus ter vindo de um agente interno da cadeia produtiva, como um incubatório ou criadouro. “Provavelmente foi uma fonte externa”, diz ele. Marcelo Mota destaca que a causa não apareceu em outras fazendas, o que reforça a tese de que o caso foi localizado, e não em todo o setor. Mota acrescenta que a estirpe do vírus identificada em Anta Gorda é mais comum em pombos e aves selvagens, que não têm contacto com bandos de produção devido a medidas de biossegurança nos aviários. O que resta saber sobre o caso da doença de Newcastle no RS? Carlos Goulart afirma que a principal hipótese é uma “quebra da biossegurança” na fazenda, devido às fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio. “Não temos conclusão se essa foi a causa motivadora. Mas é uma das causas mais prováveis”, diz ele. Marcelo Mota reforça a avaliação. “Os eventos climáticos impactaram a vida das pessoas e as estruturas físicas das propriedades. Os procedimentos que foram adotados em biossegurança, limpeza e desinfecção, em certa medida, foram afetados pela condição do Estado”, analisa. A quinta da Anta Gorda enfrentou uma tempestade de granizo que destruiu parte da sua estrutura. “Realizamos a avaliação na fazenda para identificar a possibilidade desses comprometimentos na estrutura física que podem estar relacionados a essa introdução do vírus”, afirma o diretor. Caminhões são desinfetados próximos à fazenda onde foi registrado o surto da Doença de Newcastle Marcelo Curia O Brasil ainda se encontra em situação de emergência sanitária animal devido ao risco de gripe aviária. A medida está em vigor desde maio de 2023 e foi prorrogada até o final deste ano. O reaparecimento da doença de Newcastle após 18 anos não altera a vigilância rotineira da gripe. “A vigilância é contínua para identificar nesta população-alvo se o risco aumentou e como está o quadro. Os resultados nos deram confiança para dar confiabilidade às características de saúde da seleção brasileira”, afirma Mota. Abate controlado Nas 49 explorações num raio de 10 quilómetros onde foi identificada a doença de Newcastle, o abate de aves será controlado pelo Centro de Operações de Emergência de Saúde Animal (CoeZoo), criado pelo Ministério da Agricultura. O diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota, explica que cada estabelecimento abriga de 12 mil a 15 mil animais. Nos lotes, estão cerca de 700 mil frangos de cooperativas do Rio Grande do Sul. Os frigoríficos mais próximos ficam nos municípios de Lajeado e Maraú. “Não houve disseminação do agente infeccioso. Estamos apenas atentos à forma como esses animais vão até o matadouro e ao destino que será dado aos produtos, até porque consideramos a área limpa”, destaca. Leia mais Doença de Newcastle gera medo e muda rotina em Anta Gorda “Não sabemos como será nossa renda”, diz criador de aves do RS Doença de Newcastle: o que é, quais sintomas e como tratar CoeZoo é formado por associados do ministério e da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi). No total, cerca de 100 veterinários dos governos estadual e federal atuam na região. O Centro será responsável pela emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) desses rebanhos ou de qualquer outro animal da região de Anta Gorda, Ilópolis, Doutor Ricardo, Putinga e Relvado. A intenção é controlar as rotas e avisar os frigoríficos, pois essas aves devem ser segregadas. Os prazos de hospedagem, em média 34 dias, serão mantidos. A decisão sobre quando abater cabe ao estabelecimento. A carne destas aves será submetida a tratamento térmico, pelo que não poderá ser vendida fresca. “No mercado brasileiro não há restrição porque esse tratamento térmico inativa o risco de qualquer vírus e pode ser destinado a qualquer mercado externo também”, afirma Mota. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, explica que o Estado possui 21 frigoríficos para abate de aves, sendo 18 habilitados para exportação. “Não temos nenhuma indústria num raio de dez quilômetros, mas há fazendas vinculadas a três ou quatro frigoríficos nesta região. Quem tiver atividades nesse raio não pode exportar até o fim do surto”, afirma. Santos comemorou a redução da área de abrangência da emergência zoossanitária, que agora está concentrada nos cinco municípios do entorno do local onde foi identificado o surto da doença de Newcastle. “O setor já está restabelecendo laços comerciais para os quais podemos exportar. Para os demais destinos, vai depender da série de desenvolvimentos e do encerramento desse caso isolado”, ressalta.
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