Pressionada nas últimas sessões pela forte valorização do iene no mercado cambial global, a moeda japonesa apresentou movimento mais comportado nesta quinta-feira e deu suporte ao real e demais moedas emergentes ao longo da sessão. Ao mesmo tempo, a leitura mais forte do que o esperado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho pressionou as taxas de juros futuras ao alimentar a perspectiva de aumento da taxa Selic no futuro próximo. Aliado à leitura consensual do mercado de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deveria iniciar em breve um ciclo de flexibilização monetária, o diferencial de juros entre as economias brasileira e americana aumentou e ajudou a sustentar a taxa de câmbio local.
Assim, o dólar em dinheiro encerrou o pregão com queda de 0,16%, a R$ 5,6478, após tocar na máxima intradiária de R$ 5,6899 e na mínima de R$ 5,6189. O euro comercial caiu 0,10%, a R$ 6,1250.
No exterior, por volta das 17h35, o índice DXY do dólar tinha alta marginal de 0,02%, a 104,40 pontos, enquanto apresentava leve queda de 0,03% frente ao iene, a 153,864 ienes. Contra os pares de moedas emergentes do real, o dólar subiu 0,40% em relação ao peso mexicano; caiu 0,05% em relação ao peso chileno; e cedeu 0,39% em relação ao peso colombiano.
Depois de um fraco início de negócios em meio a uma sessão que parecia ser de maior pressão externa, o dólar ganhou força frente às moedas dos países desenvolvidos após o aumento de 2,8% do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre. Uma das moedas que perdeu terreno com o indicador foi o iene, movimento que deu impulso às moedas dos países emergentes para se recuperarem.
A valorização do iene tem pressionado moedas como o real e o peso mexicano devido à relação entre essas moedas em operações de “carry-trade”, que consistem em tirar recursos de países com juros baixos, como o Japão, e alocar transferi-los para economias com taxas mais altas, como Brasil e México. A perspectiva de aumento dos juros no Japão, supostas intervenções cambiais no país e um ambiente menos propenso ao risco no exterior impulsionam o iene, incentivando o desmantelamento do carry-trade e, consequentemente, pressionando o real.
Para Chris Turner, chefe global de mercados do ING, a moeda japonesa ainda pode estender sua correção para cerca de 150 ienes por dólar ou um pouco abaixo. “Embora se possa argumentar sobre qual foi o principal impulsionador desta correção do dólar face ao iene, o cerne da questão tem sido o posicionamento esticado. As posições vendidas em futuros de iene atingiram recentemente os níveis mais extremos dos últimos 20 anos e ainda têm muito mais espaço para se desfazer”, afirma o profissional, que vê o peso mexicano como mais vulnerável à movimentação da moeda japonesa.
No cenário doméstico, o destaque da sessão foi a alta de 0,30% do IPCA-15. Embora tenha desacelerado frente ao aumento de 0,39% do mês passado, a prévia da inflação brasileira para julho superou a mediana das projeções coletadas pelo Valor Data, de 0,23% na margem. Os dados pressionaram as taxas de juros futuras e, juntamente com a persistente desconfiança do mercado na política fiscal, alimentaram a perspectiva de aumento da taxa Selic.
“Entendemos que os dados de hoje se somam às razões para o Copom manter um ‘pulso firme’ na condução da política monetária, especialmente em um ambiente caracterizado por forte pressão sobre o câmbio”, avaliam Victor Beyruti e Yuri Alves, economistas da Guide Investimentos .
Apesar disso, não acreditam que haja necessidade de elevação da taxa Selic no curto prazo, uma vez que a taxa básica já está em patamar suficientemente contracionista. No entanto, Beyruti e Alves alertam que a balança de riscos da inflação interna se inclinou para cima face a uma taxa de câmbio que se consolida num patamar mais elevado, a uma política fiscal expansionista em 2025 e à possível vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas . A manter-se este cenário, é possível que seja necessária “uma taxa de juro ainda mais contracionista no próximo ano” para que a inflação convirja para a meta, consideram.
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