A sucessão de Conselhos de Administração de Câmara É de Senado ocorrerá apenas em fevereiro de 2025, mas já ditou o agenda parlamentar durante todo o primeiro semestre deste ano. Tanto o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), quanto ao Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), abriu espaço na pauta de votação para prioridades de bancadas mais conservador.
Sem protagonismo, o governo federal teve uma atuação minimalista, escolhendo as batalhas em que entrou, para garantir a aprovação do projeto na Câmara. regulamento da reforma tributária e no Congresso Nacional a manutenção dos vetos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva O Lei de Diretrizes Orçamentárias. Optou por não resistir quando Pacheco devolveu, diante da reação do mundo empresarial, a medida provisória (MP) que reduzia a possibilidade de utilização de créditos do PIS-Cofins.
Parlamentares ligados ao agronegócio conseguiu aprovar um projeto prazo o que limita drasticamente o espaço para demarcação de terras indígenasa derrubada de vetos presidenciais sobre regularização fundiária em Amazonas e regras sobre pesticidas e promoveu a inclusão de carne no cesta de comida que terá livre de impostos. A “banco de bala” aprovou o endurecimento da execução penal, com a fim das libertações temporárias de prisioneiros. A banco evangélico assistiu-se ao avanço de uma proposta de emenda constitucional, de autoria do próprio Pacheco, que criminaliza o uso de drogas.
Bolsonaristas, ruralistas, evangélicos e “banco de bola” x governo
O grupo de parlamentares Bolsonaristas ainda não foi incluída em sua principal reivindicação, que é a anistia do próprio ex-presidente JairBolsonaro, atualmente inelegível para as eleições de 2026. A questão, porém, já entrou na mesa de negociações. Poderá avançar para 2025, dependendo do resultado das eleições autárquicas deste ano.
Ruralistas, evangélicosBolsonaristas e o “suporte de bola“, isolados ou combinados, compõem hoje um contingente de tamanho impreciso, mas certamente muito maior que o núcleo duro do governamentalismo, formado pelos partidos que apoiaram Lula no primeiro ou segundo turno das eleições de 2022, basicamente o A esquerda e o MDB abriram espaço no governo para partidos conservadores, como Republicanos, PP, PSD e União Brasil, mas não receberam em troca apoio sistemático no Congresso.
PP e PSD são os partidos de Lira e Pacheco e os Republicanos e União Brasil duelam pela presidência da Câmara, disputada respectivamente pelos deputados Marcos Pereira (SP) e Elmar Nascimento (BA). A presidência do Senado parece assegurada a favor de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Para se fortalecerem, esses líderes buscam fechar acordos com o segmento mais conservador do Congresso.
O aumento da imposição de Orçamento capacitou o chamado “baixo clero”. Até 17 de julho, o governo já havia destinado R$ 36,4 bilhões para alterações parlamentares, dos quais R$ 20,9 bilhões são pessoas físicas e R$ 5,9 bilhões são de bancos estaduais, sendo ambos obrigatórios, ou seja, de pagamento obrigatório ao longo do ano. Não só o governo, mas o presidente da Câmara e do Senado perderam ascendência sobre a base parlamentar. O contraponto, hoje, está na liderança do partido.
O financiamento eleitoral público, que deve destinar R$ 5 bilhões este ano em campanhas municipais, fortaleceu a liderança partidária, que decide como destinar esses recursos.
Um sinal nesse sentido, segundo um influente coordenador de interesses empresariais no Congresso, foi a decisão de Lira de não nomear relatores para os dois projetos de regulamentação da reforma tributária. Os deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e Mauro Benevides Filho (PDT-CE) só assumiram essas funções na reta final do processo. O projeto foi discutido e negociado em dois grupos de trabalho, cada um com sete membros de partidos diferentes, sem coordenador geral. Este formato descentralizado fortaleceu os líderes partidários em detrimento dos líderes das bancadas.
O Congresso entrou em recesso informal desde quinta-feira (18) — exatamente 48 horas antes do início das convenções partidárias para as eleições de outubro — e retorna no dia 1º de agosto. A agenda do segundo semestre ficará restrita a períodos de concentração de esforços até o final do processo eleitoral, e ganhará força nos meses de novembro e dezembro, justamente período em que a coordenação entre as sucessões de Lira e Pacheco deverá dominar o cenário.
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