Nunca tive talento para o esporte. Sempre fui um pouco desajeitado e posso provar isso. Pratiquei alguns esportes recreativamente quando criança, mas a falta de talento se confirmou na adolescência. Naquela época da minha vida, eu morava em uma pequena cidade no norte de Mato Grosso onde todos os dias, depois das aulas, o programa era ir ao ginásio e passar a tarde jogando vôlei. Minha habilidade era tão baixa que, se eu tivesse sido escolhido, meus amigos não teriam certeza se seria melhor para o time jogar sem jogadores. Não sobrou nenhum trauma daquela época, felizmente. Concentrei-me em outras habilidades e na vida que se seguiu. Mas o desporto – pelo menos esse – definitivamente não era para mim.
Mas, ao contrário de mim, há muitas pessoas cheias de talento que não têm a oportunidade de desenvolver o seu potencial ou de fazer do desporto uma profissão. E um dos maiores obstáculos é o dinheiro. Ou melhor, a falta disso.
Esta semana, o Serasa divulgou uma pesquisa que mostra que 42% dos brasileiros tinham o sonho de se tornarem atletas profissionais, porém, apenas 10% deles realmente transformaram esse sonho em realidade. A pesquisa, chamada “Esporte para todos? O impacto do dinheiro na formação de atletas no Brasil”, realizado em parceria com o instituto Opinion Box, revelou ainda que, mesmo depois de superar os obstáculos para chegar lá, apenas 20% conseguem de fato manter a carreira esportiva.
Tal como numa corrida de obstáculos, os obstáculos enfrentados pelos aspirantes a atletas profissionais não são poucos. Ao contrário do que acontece em outros países, onde os jovens são incentivados desde a infância a se tornarem profissionais do esporte, em Brasil É uma verdadeira ultramaratona para equilibrar a vida de atleta e os estudos, por exemplo. Para 42% dos entrevistados, a necessidade de foco na vida escolar aparece como o principal desafio para o lançamento da carreira desportiva. Nem as escolas nem os educadores estão culturalmente preparados para receber um atleta de alto rendimento em seus ambientes. Além disso, questões financeiras, como ter que trabalhar (39%), falta de incentivos financeiros (32%) e falta de dinheiro (27%) fecham o pódio dos problemas enfrentados.
A pesquisa mostra ainda que 68% dos atletas cobrem os custos com roupas, materiais esportivos, transporte/viagens, taxas de clubes, campeonatos e tudo mais que precisam para praticar o esporte. Para 4 em cada 5 deles, essas despesas consomem até 10% da renda familiar mensal. Parece pouco, mas 46% dos entrevistados pertencem às classes D e E, o que torna o cenário econômico dessas famílias ainda mais desafiador.
A falta de incentivo faz com que muitos talentos se percam no caminho. Dos que tentam fazer do desporto uma profissão, 74% não recebem qualquer incentivo financeiro; 14% são financiados pelos pais, 7% pela escola e apenas 3% pelo governo.
Muitos (69%) entendem que ter acesso ao crédito é essencial e é uma forma de obter o dinheiro necessário para a prática do desporto escolhido.
Vendo todos esses números, acho que jogar vôlei não é tão difícil. É muito difícil ver um talento desperdiçado e um sonho perdido. Dias antes do início jogos Olímpicosé possível afirmar com certeza que os 276 brasileiros qualificados para nos representar Paris eles já carregam uma medalha de ouro no peito. Ainda bem que o esporte é para eles. Mas, infelizmente, não é para todos.
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