A negociação das ações da empresa começa hoje (19). Sabesp vendidos no processo de privatização. Ontem à noite houve a confirmação de que o valor de venda dessas ações foi de R$ 67, preço 17% abaixo dos cerca de R$ 81 do fechamento de ontem, o que dará um excelente retorno para quem conseguiu entrar na operação.
O que isso significa então? Imediatamente, que quem conseguiu entrar na oferta terá um excelente retorno de ontem para hojemas talvez seja pequeno em termos absolutos, visto que a demanda pela compra de ações com esse desconto era enorme, o que impôs um rateio enorme para a operação.
Mas e a partir de agora? Haverá espaço para que aumente ainda mais, dado que a procura não satisfeita na oferta passará para a procura de quotas no mercado? Ou será que as ações cairão no pregão de hoje, porque os investidores que compraram barato embolsarão a diferença imediatamente?
Segundo analistas ouvidos pelo Valor Investe, uma queda pode acontecer no curtíssimo prazo, por conta desses investidores que só entraram para aproveitar essa diferença entre R$ 67 e cerca de R$ 81 da cotação atual. A tendência, porém, segundo eles, é que num prazo mais longo a privatização traga mais ganhos e isso se reflita nos títulos.
Atualmente, a empresa está avaliada em R$ 56 bilhões, o que equivale a pouco mais de 15 vezes o lucro dos últimos 12 meses. Segundo levantamento de 10 analistas do Valor PRO, 8 recomendam a compra de ações SBSP3 e o preço-alvo médio é de R$ 95,08, o que daria à ação um potencial de valorização superior a 16%.
Compreendendo a oferta de ações da Sabesp
Antes de mais nada, é preciso entender como funcionava esse processo de “distribuição pública secundária de ações”, nome dado ao movimento em que um sócio coloca sua participação em uma empresa para venda em bolsa. No caso da Sabesp, o Governo do Estado de São Pauloque detinha 50,2% da empresa, ofereceu parcela de até 32% do capital da empresa a diversos grupos de investidores.
Inicialmente foi realizado um leilão para definir quem seria o chamado “parceiro de referência”. Esse sócio nada mais é do que o grupo empresarial que assumirá a responsabilidade pelas “operações” da Sabesp, implementando mudanças de gestão após a privatização e até mesmo nomeando membros para o conselho de administração. A empresa de energia Equatorial foi quem apresentou a melhor proposta, ao preço de R$ 67 por ação, para comprar 15% do capital da Sabesp.
Os demais investidores, então, puderam “reservar” as demais ações que o governo colocou à venda para comprá-las até a última segunda-feira (15) também ao preço de R$ 67 por ação, mesmo valor desembolsado pela Equatorial. O preço é inferior ao preço actual de mercado, o que explica a forte demanda pela oferta de ações para a privatização da empresa, que segundo o jornal Valor Econômico atingiu cerca de R$ 186 bilhões ao final do período de reservas.
O que acontece com as ações agora?
Embora a liquidação financeira da compra ocorra apenas na segunda-feira, A partir de hoje, as “ações vendidas” passarão à custódia de seus novos proprietários e os investidores já especulam sobre como as ações irão se movimentar daqui em diante..
Como as ações da Sabesp estão sendo negociadas em torno de R$ 81 na bolsa, isso significa que, desde o início, o investidor que fez a reserva e comprou a ação na privatização já teve um ganho. Afinal, ele pagou R$ 67 por um bem que vale mais de R$ 80. Ele poderá então vender essas ações e embolsar essa diferença? Em alguns casos, não poderia. Isso porque numa operação como essa pode existir um mecanismo chamado “lock-up”, que impede justamente esse tipo de movimento chamado “flipping” (quando um investidor compra a ação numa oferta para vendê-la depois e embolsar a diferença) .
No caso da Sabesp, porém, há lock-up apenas para a Equatorial, que precisa permanecer na empresa pelos próximos cinco anos. Entre os investidores em geral, não foi colocado nenhum limite. Então, haverá uma quebra das ações em breve, com os investidores vendendo as ações que compraram a um preço mais barato? Há quem diga que sim, mas existe um outro lado da moeda que pode ser favorável à ação.
“Como o preço de mercado continua acima do preço de oferta e muitos especuladores têm reservado para o ‘flip’, acho que as ações poderão cair com muita pressão de venda”, afirma. Bernardo Viero, analista da Suno Research.
Há, no entanto, um contraponto a esta situação. Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX Invest, concorda que quem entrou na oferta pode “correr para vender as ações” e lucrar com essa diferença. Porém, ele acredita que os investidores institucionais não participarão desse movimento.
“Pode haver pressão de venda nesta sexta-feira? Pode, mas principalmente para pessoas físicas, os investidores institucionais tendem a aumentar sua posição nessa função”, afirma o especialista. Para ele, no longo prazo é até possível que as ações subam. “Pela demanda e pela qualidade do ativo e também da Equatorial, esperamos que essa ação tenha potencial de valorização”, afirma. Saravalle chega a questionar se a pressão vendedora das pessoas físicas será suficiente para fazer as ações caírem imediatamente. “É aqui que reside a dúvida. Minha opinião é que a ação deve cair no primeiro dia, mas por pouco”, diz ela. A recomendação aos seus clientes, porém, foi de entrada, justamente para tentar “aproveitar essa possível arbitragem”.
Júlia Monteiro, analista da MyCap, também acredita que existem gatilhos positivos para que as ações da empresa subam posteriormente, principalmente advindos das consequências do processo de privatização.
“Há um ano, a ação estava bem abaixo de R$ 67. E quando se sabe que uma empresa vai ser privatizada, o valor da empresa já muda. Porque já existe uma percepção intrínseca de que haverá redução de despesas com pessoal, talvez melhoria na gestão de riscos, distribuição de capital e patrimônio de terceiros. Então, a empresa que valia R$ 40 agora passa a valer R$ 50 só de entender que tudo isso vai acontecer no futuro”, afirma. “Quando se estima que os fluxos futuros da empresa serão melhores e trazemos a valor presente, só isso é suficiente para alterar o preço que os acionistas estão dispostos a pagar por aquela ação, que seria o preço justo“, ele adiciona.
Se a empresa é considerada boa pelos analistas e tende a melhorar ainda mais após o processo de privatização, por que, então, a Equatorial ofereceu “apenas” R$ 67 por ação da Sabesp? Segundo Júlia, isso acontece por meio de uma “negociação” de mercado, o que seria interessante para ambas as partes (e, claro, para o governo). Isso significa, portanto, que a Equatorial, como compradora, queria pagar mais barato. O governo de São Paulo concordou em vender mais barato porque viu que haveria uma demanda forte que compensaria o preço mais baixo.
“A Equatorial fez uma proposta em relação ao que considerou justo, porque entende que pode ajustar a empresa. Mas é óbvio que ela quer pagar menos, porque é compradora. A empresa vendedora tenta puxá-lo para cima. Mas quando o governo paulista percebeu a forte demanda dos acionistas querendo entrar, entendeu que poderia baixar o preço, porque venderia muito”, afirma.
Segundo analistas, o ideal agora é esperar para ver os efeitos da privatização na empresa, avaliando como isso afetará as operações, o caixa e seus resultados futuros. A partir daí, o investidor pode decidir se faz mais sentido operar a ação (comprar e vender em períodos mais curtos para lucrar com as altas e quedas do mercado) ou mantê-la na carteira visando a valorização no longo prazo.
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