O governo de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos)abriu consulta pública durante as férias escolares para escolas que queiram adotar o modelo cívico-militar, uma das bandeiras do bolsonarismo. Parte do processo planejado pela administração entrou em vigor nesta quinta-feira (18), data de publicação do edital com as normas. Os alunos estão de férias até 28 de julho e o governo espera anunciar as 45 escolas selecionadas até ao final de agosto.
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Das 2.022 escolas aptas a aderir ao programa, 302 manifestaram interesse em adotar escolas cívico-militares. Este grupo, que representa 14,9% do total, terá agora de ouvir os pais e encarregados de educação para discutir a implementação e votar contra ou a favor do modelo proposto por Tarcísio.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) publicou nesta quinta-feira o edital de consulta pública. De acordo com comunicado do governo sobre o edital, as escolas agora precisam organizar reuniões com os pais ou responsáveis até o dia 31 deste mês – durante as férias escolares – para discutir o modelo. Votações e opiniões deverão ser registradas entre 1º e 15 de agosto. Professores e profissionais da equipe escolar também podem participar.
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), contrariando o programa, vê com ressalvas o calendário anunciado. “Em primeiro lugar, as consultas nesse período são absurdas. Em segundo lugar, a participação é muito pequena. É um programa para fazer um gesto em direção ao bolsonarismo, não para ser de fato uma política pública”, afirmou o deputado Paulo Fiorilolíder da federação PT-PCdoB-PV.
O processo também tem sido criticado por entidades educacionais e sindicatos, que apontam a falta de um debate mais aprofundado. Na primeira etapa, realizada entre os dias 21 e 28 de junho, apenas os diretores se manifestaram para manifestar interesse no modelo.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) diz que a consulta pública não será comprometida, porque apenas parte do processo começa durante as férias. O comunicado do governo diz que as unidades de ensino deverão organizar reuniões com a comunidade escolar até 31 de julho e os pareceres deverão ser registrados entre 1º e 15 de agosto por meio do sistema da Secretaria Escolar Digital (SED). A Seduc afirma ainda que estão previstas mais duas rodadas de consultas para as unidades que não atingirem o número de votos válidos.
No total, 5,3 mil unidades escolares estão sob responsabilidade do Estado em São Paulo, mas 2.022 atendiam aos critérios definidos pelo programa de escolas cívico-militares, inclusive terem baixo desempenho acadêmico e estarem localizadas em áreas de vulnerabilidade social.
Dos 302 diretores que manifestaram interesse em ingressar, 25 são de unidades localizadas na capital paulista. A meta do governo paulista é iniciar o projeto no próximo ano, em 45 unidades da rede estadual.
A previsão da secretaria é anunciar os 45 selecionados até o final de agosto. Caberá à Secretaria de Segurança Pública nomear policiais militares da reserva para atuarem como monitores e desenvolverem atividades extracurriculares e ações de vigilância. Segundo o governo paulista, a seleção dos policiais será feita pela Secretaria de Educação.
Na lei promulgada, o governo diz que os policiais serão responsáveis por trabalhar questões relacionadas à segurança e oferecer atividades extracurriculares com conteúdo “cívico-militar”.
Modelo é questionado no STF
Tarcísio sancionou em maio deste ano a lei que implementa o programa de escolas cívico-militares, o que foi interpretado como mais um aceno do governador ao eleitorado bolsonarista. Esse tipo de escola foi um dos carros-chefe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o modelo foi descontinuado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em julho de 2023. Partidos contrários a Tarcísio questionam a legalidade da proposta no Supremo Federal Tribunal (STF).
Ainda em maio, parlamentares do Psol pediram a suspensão da lei por entenderem que o modelo não tinha base na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A ação é relatada pelo ministro Gilmar Mendes.
Em nota ao STF, o governo paulista argumentou que o programa é legal e há iniciativas semelhantes em outros estados.
A Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestou contra a lei por entender que o programa estabelece um modelo educacional “peculiar”, com “viés militar” próprio, que vai além das regras previstas pela legislação federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda não se pronunciou.
Há uma segunda ação de conteúdo semelhante, de autoria do PT, que está sendo noticiada por Alexandre de Moraes.
Cristiane Agostine colaborou
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