A proporção atual é de 14% e há autorização para aumento para 15%, que entrará em vigor em março de 2025. As experiências que algumas empresas brasileiras vêm realizando, utilizando biodiesel puro (B100) em caminhões, com o apoio de fabricantes, não excluem a necessidade de testes para aumentar a mistura no diesel fóssil. A avaliação é de executivos das montadoras de veículos. A atual mistura de biodiesel está em 14% e há autorização para aumentá-la para 15%, que entrará em vigor em março de 2025. Leia também Para a indústria da soja, debate sobre qualidade não impede aumento na mistura de biodiesel. fazenda de soja, máquina só engole biodiesel puro ANP autoriza Biopower, da JBS, a operar primeiro ponto de fornecimento 100% de biodiesel “A mistura não é igual ao B100. Você faz um veículo para o B100. Quanto à mistura, você não sabe para onde irá”, disse Marco Garcia, consultor técnico de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Scania, em evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), em São Paulo. A Scania forneceu caminhões para a Amaggi testar o B100. Segundo Garcia, as avaliações começaram em 2008, em Curitiba. Na ocasião, foram detectados problemas como vazamentos de combustível. Os veículos que estão com a Amaggi rodaram 25 mil horas “sem apresentar problemas”, relatou Mariluce Silva, supervisora de qualidade da empresa agrícola. “Podemos até garantir rastreabilidade em todo o Brasil [do biodiesel], condições de operação, equipamento pronto para funcionar. Com isso, podemos até produzir apenas veículos B100. Mas será que temos capacidade para abastecer esses veículos com B100?”, questiona Marcelo Pinto, gerente de produto do Grupo Volvo. A empresa agora fornece caminhões “flex”, que funcionam tanto com diesel C, com mistura de 14% de biodiesel, quanto com o B100 A Volvo acaba de fechar a venda desses caminhões para o Grupo Potencial Segundo especialistas, o uso do B100 depende das boas práticas de quem produz, distribui e consome o B100. disse Silva, da Amaggi. “Todos os dias fazemos drenagem do fundo dos tanques, de forma preditiva ou preventiva”, acrescentou, iniciou os testes com o B100, realizando adaptações nos caminhões Scania. “Ele já rodou 55 mil quilômetros sem problemas. , sem perda de potência. Melhorou até a autonomia do caminhão”, relatou Carlos Hammerschmidt, vice-presidente do Grupo Potencial. Ambientes controlados Especialistas do setor de combustíveis avaliam que o uso de biodiesel puro (B100) em motores tem potencial para ocorrer em “ambientes controlados”. Para Sandro Paes Barreto, gerente de marketing da Petrobras, é preciso um ambiente controlado para ver os efeitos”, com “controle principal sobre o armazenamento”. Durante evento promovido pela Abiove, ele argumentou que o controle da qualidade do biodiesel pelos próprios produtores pode garantir que o produto não prejudique os motores usados. “É diferente de um consumidor fornecer [com B100] numa posição que ele não conhece”, observa. Além da Gupo Potencial e da Amaggi, que atuam na cadeia do biodiesel, outras empresas estão testando o B100, como a 3tentos, também do setor de grãos, e a JBS.
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